(UEG - 2008)
PICASSO, P. Guernica, 1937.
Este é tempo de partido,
tempo de homens partidos.
Em vão percorremos volumes
viajamos e nos colorimos.
A hora pressentida esmigalha-se em pó na rua.
Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos.
As leis não bastam. Os lírios não nascem
da lei. Meu nome é tumulto, e escreve-se na pedra.
ANDRADE, C. D. de. Nosso tempo. Disponível em: www.insrolux.org/poesias/nossotempodrummond.htm (5 set. 2007).
Segundo o historiador britânico Eric Hobsbawm, o período compreendido entre o início da primeira e o final da Segunda Guerra Mundial pode ser denominado de "Era da Catástrofe", uma vez que foi marcado por guerras genocidas, regimes políticos fascistas, crises econômicas e pandemias mundiais. Algumas obras artísticas expressaram a angústia do período, como o quadro "Guernica", pintado por Picasso em 1937, e o poema "Nosso tempo", escrito por Drummond em 1945.
Sobre a relação dessas obras com seu contexto, é INCORRETO afirmar:
No poema de Drummond está presente uma ideologia comunista que foi bastante difundida depois da Segunda Guerra Mundial.
Tanto o quadro como o poema expressam uma certa visão romântica de mundo, na medida em que idealizam os temas que retratam.
O quadro de Picasso é uma denúncia das atrocidades cometidas pelas tropas alemãs na Guerra Civil Espanhola.
Estruturalmente, o poema de Drummond, condizendo com seu estilo poético, é formado por versos livres.
Gabarito:
Tanto o quadro como o poema expressam uma certa visão romântica de mundo, na medida em que idealizam os temas que retratam.
Alternativas
a) No poema de Drummond está presente uma ideologia comunista que foi bastante difundida depois da Segunda Guerra Mundial. Comentário: essa alternativa está inadequada( não é considerada incorreta) porque o poema de Carlos Drummond está vinculado com o contexto do período entreguerras que foi marcado pela divisão de ideias no campo político no contexto europeu: fascistas e comunistas. Tal divisão política foi bastante difundida, logo após a Primeira Guerra Mundial, principalmente com a Revolução Russa(1917) e a ascensão dos regimes totalitários de extrema direita: Itália(1922) e Alemanha(1933).
b) Tanto o quadro como o poema expressam uma certa visão romântica de mundo, na medida em que idealizam os temas que retratam. Comentário: essa alternativa está adequada ao que foi solicitado pelo enunciado da questão( é considerada como incorreta), pois não há marca de expressividade romântica e idealizada sobre o contexto do período entreguerras, que é colocado tanto no quadro de autoria de Pablo Picasso( Guerra Civil Espanhola) e o poema de Carlos Drummond de Andrade que não especifica de forma exata o evento, mas que pode sugerir algum momento do período entreguerras(1918-1939).
c) O quadro de Picasso é uma denúncia das atrocidades cometidas pelas tropas alemãs na Guerra Civil Espanhola. Comentário: essa alternativa está inadequada( não é considerada incorreta) porque é evidenciado no quadro de Pablo Picasso a cena de catástrofe e desastre da guerra civil espanhola, marcada pela intervenção germânica a favor da forças franquistas contrapondo aos anarquistas.
d) Estruturalmente, o poema de Drummond, condiz com seu estilo poético, é formado por versos livres. Comentário: essa alternativa está inadequada( não é considerada incorreta) porque o poema foi construído por versos livres( vale ressaltar que Carlos Drummond é pertencente a corrente modernistas, que defende a ruptura do tradicionalismo poético defendido pelos escritores antecessores ao modernismo).
(Ueg 2017)
Considere o seguinte trecho:
“Os gramáticos e os sociolinguistas, cada um com seu viés, costumam dizer que o padrão linguístico é usado pelas pessoas representativas de uma sociedade. Os gramáticos dizem isso, mas acabam não analisando o padrão, nem recomendando-o de fato. Recomendam uma norma, uma norma ideal”. (ref. 1).
Sírio Possenti apresenta nesse trecho uma caracterização da atividade dos gramáticos. Para isso, o autor
(UEG - 2015)
Senhora, que bem pareceis!
Se de mim vos recordásseis
que do mal que me fazeis
me fizésseis correção,
quem dera, senhora, então
que eu vos visse e agradasse.
Ó formosura sem falha
que nunca um homem viu tanto
para o meu mal e meu quebranto!
Senhora, que Deus vos valha!
Por quanto tenho penado
seja eu recompensado
vendo-vos só um instante.
De vossa grande beleza
da qual esperei um dia
grande bem e alegria,
só me vem mal e tristeza.
Sendo-me a mágoa sobeja,
deixai que ao menos vos veja
no ano, o espaço de um dia.
Rei D. Dinis CORREIA, Natália. Cantares dos trovadores galego-portugueses. Seleção, introdução, notas e adaptação de Natália Correia. 2. ed. Lisboa: Estampa, 1978. p. 253.
Quem te viu, quem te vê
Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala
Você era a favorita onde eu era mestre-sala
Hoje a gente nem se fala, mas a festa continua
Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua
Hoje o samba saiu procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais a esquece não pode reconhecer
[...]
Chico Buarque
A cantiga do rei D. Dinis, adaptada por Natália Correia, e a canção de Chico Buarque de Holanda expressam a seguinte característica trovadoresca:
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(Ueg 2015)
Considerando o experimentalismo surgido com as vanguardas do século XX, constata-se que os poemas de Campos e Pontes são respectivamente
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(UEG - 2016)
Em termos verbais, o humor da tira é construído a partir da polissemia presente na palavra
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