Questão 41044

(UEMG/2012)

LEIA, abaixo, o comentário que a filósofa Hannah Arendt fez sobre as ações do comandante do Reich, Adolf Karl Eichmann, acusado de crimes contra o povo judeu:

“Os feitos eram monstruosos, mas o executante (...) era ordinário, comum, e nem demoníaco nem monstruoso.”

Hannah Arendt, A vida do espírito.In: Eduardo Jardim de Moraes e Newton Bignotto, Hannah Arendt: diálogos, reflexões e memórias. Belo Horizonte: Editora UFMG, p.138. 

Assinale a alternativa em que o fator cultural presente nas ações comentadas explica CORRETAMENTE o fenômeno histórico acima mencionado:

A

A execução de atos criminosos com requintes de crueldade, ordenada pelas autoridades, foi praticada por pessoas comuns, afetadas principalmente pela falta de alimento e de emprego.

B

A banalidade na execução de crimes contra a humanidade se deve à burocratização do genocídio, implementada pela cúpula nazista, para liberar as pessoas de preocupações com a moral comum e com as leis.

C

A participação da juventude hitlerista no processo de construção do nacionalismo reforçou o senso político de oposição aos regimes socialistas autoritários.

D

A experiência nazista é um exemplo de fortalecimento da sociedade pelo Estado, criador de símbolos e valores culturais, que reforçam os princípios autoritários de governo.

Gabarito:

A banalidade na execução de crimes contra a humanidade se deve à burocratização do genocídio, implementada pela cúpula nazista, para liberar as pessoas de preocupações com a moral comum e com as leis.



Resolução:

A questão trabalha a noção de banalidade do mal desenvolvida por Arendt, relacionada aos processos de burocratização dentro da sociedade. 

Arendt escreveu uma série de artigos chamada Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal, um ensaio filosófico sobre o processo de julgamento, ocorrido em 1961, do oficial nazista Adolf Eichmann, responsável pelo transporte de inúmeros judeus para campos de concentração. A filósofa articula, entre suas ideias, o que Weber chamou de “honra do funcionário público”: o fenômeno que caracteriza a repressão moral do indivíduo em função de protocolos burocráticos, em que a moral do funcionário público implica o cumprimento objetivo dos protocolos dos sistemas burocráticos, sem afetações subjetivas (tais como compaixão, remorso ou até respeito à vida, entre outros). É a disfunção que torna o funcionário zeloso em um sujeito instrumentalizado, incapaz de resistir às ordens que recebe (acrítico e obediente).

Marcados pela racionalidade legal, os sistemas burocráticos formalistas, em função de sua aplicabilidade rotineira e pontual, exigem do indivíduo o cumprimento acrítico de suas prescrições. Assim, é exposta a interseção entre ética e lei, onde o pensamento e o julgamento críticos são abafados e se engendra a normatização de muitas formas de violência. É este o caminho para a banalização do mal, quando este se manifesta ocupando o lugar daquilo que é cotidiano e ordinário.

 

A: A argumentação de Arendt aponta que atos criminosos marcados por intensa crueldade foram praticados por pessoas comuns que, afetadas pelo assujeitamento moral fruto de uma intensa burocratização, tornaram-se instrumentos de ação do poder, sem qualquer crítica, questionamento ou ponderação ética.

C: O texto não aponta para a participação da juventude no nazismo nem trata de oposição aos regimes socialistas autoritários.

D: O nazismo foi um exemplo de enfraquecimento da sociedade pelo Estado, uma vez que os símbolos e valores culturais criados reforçaram princípios de um governo autoritário e genocida.



Questão 1818

(UEMG-2006)

Assinale a alternativa em que o(s) termo(s) em negrito do fragmento citado NÃO contém (êm) traço(s) da função emotiva da linguagem.

 

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Questão 2323

(Uemg 2010) Leia atentamente os versos a seguir e, depois, faça o que é pedido.

Eu sei que vou te amar


Eu sei que vou te amar

Por toda a minha vida eu vou te amar

Em cada despedida, eu vou te amar

Desesperadamente, eu sei que vou te amar



E cada verso meu será

Pra te dizer

Que eu sei que vou te amar

Por toda a minha vida



Eu sei que vou chorar

A cada ausência tua, eu vou chorar

Mas cada volta tua há de apagar

O que esta tua ausência me causou



Eu sei que vou sofrer

A eterna desventura de viver

À espera de viver ao lado teu

Por toda a minha vida

(Vinícius de Morais e Tom Jobim)

No texto dessa letra de música (MPB), observa-se a presença da linguagem coloquial, quando o leitor verifica

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Questão 2328

(Uemg 2015) Considerando a análise de aspectos linguísticos dos trechos abaixo, extraídos da obra “Você Verá”, marque (V) para os comentários verdadeiros e (F) para os falsos. Em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.

( ) Em “Acho a astrologia a ciência dos tolos, e, até prova em contrário, não me considero um deles.” Houve um desvio da norma padrão, que prescreve como certa a expressão “até provem o contrário”, em substituição à expressão sublinhada.

( ) Em “Foi um morticínio, uma coisa que ninguém na região nunca vira(...)”, a palavra morticínio significa assassinato em série.

morticínio significa assassinato em série.

( ) O que aconteceu com o nome do narrador do conto Bem - Stanislaw > Lauro > Lau > Stan - é um fenômeno linguístico semelhante ao ocorrido com o pronome de tratamento Vossa Mercê - Vosmecê > você > cê.

( ) Em “(...) que direito tinha o Bem de se tornar milionário?”, o pronome sublinhado aparece anteposto ao verbo (próclise), uma vez que a preposição o atrai, segundo a norma padrão.

( ) Em “(...) quando a mãe a levava à matinê.” e “(...) pois ainda escutava em mim as risadas”, os pronomes sublinhados são classificados, respectivamente, como oblíquo  átono e oblíquo tônico.

( ) Em “Minha mãe sempre dizia: 'Deus protege quem trabalha’”, a regência do verbo proteger não está de acordo com a norma padrão, uma vez que ele é transitivo indireto e, por isso, rege preposição, como em: 'Deus protege a quem trabalha’”.

 

A sequência correta é

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Questão 3253

(UEMG - 2013)

The Birth of a Storyteller

Jackie Torrence spent her childhood in North Carolina, in the southern part of the United States. She was a shy child because she had problems with her teeth, which made it hard for her to talk. Other children teased her because of her speech problem, so she spent much of her childhood playing alone. One of Jackie’s favorite games was to pretend she was on television. She told stories out loud using gestures and dramatic voices. At school, Jackie soon learned that she was good at writing stories, and with the help of her favorite teacher, she started to work on improving her speech.

Jackie’s first storytelling performance was in a library. She was working as a librarian and was asked to entertain a group of children. Jackie told them a story and they loved it! Before long, she began telling stories within her community. Many of her stories came from old American and African-American folktales. Eventually, she started telling stories across North America.

As Jackie’s fame increased, her health decreased. She now has to use a wheelchair, but this has not stopped her storytelling career. Jackie’s stories have been published in books, magazines, and newspapers and she has appeared on radio and television. She has won awards for nine of her sound recordings and three of her television specials.

Adapted from NorthStar 3: Listening and Speaking, 2nd Edition (Longman, p. 57), Helen S. Solórzano and Jennifer P. L. Schmidt.

 

In the sentence, “She has won awards for nine of her sound recordings and three of her television specials”, the underlined expression shows that  

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