Questão 28409

(IFSP - 2013)

Buscando a excelência

Lya Luft

     Estamos carentes de excelência. A mediocridade reina, assustadora, implacável e persistentemente. Autoridades, altos cargos, líderes, em boa parte desinformados, desinteressados, incultos, lamentáveis. Alunos que saem do ensino médio semianalfabetos e assim entram nas universidades, que aos poucos – refiro-me às públicas – vão se tornando reduto de pobreza intelectual.

     As infelizes cotas, contras as quais tenho escrito e às quais me oponho desde sempre, servem magnificamente para alcançarmos este objetivo: a mediocrização também do ensino superior. Alunos que não conseguem raciocinar porque não lhes foi ensinado, numa educação de brincadeirinha. E, porque não sabem ler nem escrever direito e com naturalidade, não conseguem expor em letra ou fala seu pensamento truncado e pobre. [...] E as cotas roubam a dignidade daqueles que deveriam ter acesso ao ensino superior por mérito [...] Meu conceito serve para cotas raciais também: não é pela raça ou cor, sobretudo autodeclarada, que um jovem deve conseguir diploma superior, mas por seu esforço e capacidade. [...]

     Em suma, parece que trabalhamos para facilitar as coisas aos jovens, em lugar de educá-los com e para o trabalho, zelo, esforço, busca de mérito, uso da própria capacidade e talento, já entre as crianças. O ensino nas últimas décadas aprimorou-se em fazer os pequenos aprender brincando. Isso pode ser bom para os bem pequenos, mas já na escola elementar, em seus primeiros anos, é bom alertar, com afeto e alegria, para o fato de que a vida não é só brincadeira, que lazer e divertimento são necessários até à saúde, mas que a escola é também preparação para uma vida profissional futura, na qual haverá disciplina e limites – que aliás deveriam existir em casa, ainda que amorosos.

     Muitos dirão que não estou sendo simpática. Não escrevo para ser agradável, mas para partilhar com meus leitores preocupações sobre este país com suas maravilhas e suas mazelas, num momento fundamental em que, em meio a greves, justas ou desatinadas, [...] se delineia com grande inteligência e precisão a possibilidade de serem punidos aqueles que não apenas prejudicaram monetariamente o país, mas corroeram sua moral, e a dignidade de milhões de brasileiros. Está sendo um momento de excelência que nos devolve ânimo e esperança.

(Fonte: Revista Veja, de 26.09.2012. Adaptado).  

Assinale a alternativa em que se apresenta o emprego da voz passiva analítica.

A

(...) a possibilidade de serem punidos aqueles que não apenas prejudicaram monetariamente o país (...).   

B

Estamos carentes de excelência.   

C

(...) as universidades, que aos poucos (...) vão se tornando reduto de pobreza intelectual.   

D

(...) não conseguem expor em letra ou fala seu pensamento truncado e pobre.  

E

(...) parece que trabalhamos para facilitar as coisas aos jovens (...).  

Gabarito:

(...) a possibilidade de serem punidos aqueles que não apenas prejudicaram monetariamente o país (...).   



Resolução:

Na voz passiva analítica, temos uma composição em que o sujeito recebe a ação e quem a pratica é o agente da passiva. A sua estrutura é formada por um sujeito paciente + verbo auxiliar + particípio + preposição + agente da passiva.

a) (...) a possibilidade de serem punidos aqueles que não apenas prejudicaram monetariamente o país (...).   

Voz passiva analítica:  Sujeito paciente: [aqueles que não apenas (...)] + loucção verbal (aux + particípio): [serem punidos] 

b) Estamos carentes de excelência.   

Sujeito oculto (nós -agente).

c) (...) as universidades, que aos poucos (...) vão se tornando reduto de pobreza intelectual.   

Sujeito simples agente

d) (...) não conseguem expor em letra ou fala seu pensamento truncado e pobre.  

Sujeito oculto (retomado pelo contexto - Eles [agente]).

e) (...) parece que trabalhamos para facilitar as coisas aos jovens (...).

Sujeito oculto (retomado pelo contexto - Eles [agente]).

Dessa maneira, a alternativa correta é a letra [A].



Questão 1883

(IFSP - 2016) 

Assinale a alternativa correta no que se refere às cantigas de amor trovadorescas.

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Questão 1884

(IFSP - 2016)

A poesia do Trovadorismo português tem íntima relação com a música, pois era composta para ser entoada ou cantada, sempre acompanhada de instrumental, como o alaúde, a viola, a flauta, ou mesmo com a presença do coro.

A respeito dessa escola literária, assinale a alternativa correta.

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Questão 1887

(IFSP - 2013)

Leia atentamente o texto abaixo.

Com’ousará parecer ante mi
o meu amigo, ai amiga, por Deus,
e com’ousará catar estes meus
olhos se o Deus trouxer per aqui,
pois tam muit’há que nom veo veer
mi e meus olhos e meu parecer?

(Com’ousará parecer ante mi de Dom Dinis. Fonte:http://pt.wikisource.org/wiki/Com%27ousar%C3%A1_parecer_ante_mi. Acesso em:05.12.2012.)

per = por
tam = tão
nom = não
veer = ver
mi = mim, me
parecer = semblante

Sobre o fragmento anterior, pode-se afirmar que pertence a uma cantiga de

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Questão 1888

(IFSP - 2013) No verso – Ai, madre, moiro d’amor! – a função sintática do termo madre é a seguinte:

Non chegou, madre, o meu amigo,
e oje est o prazo saido!
Ai, madre, moiro d’amor!
Non chegou, madre, o meu amado,
e oje est o prazo passado!
Ai, madre, moiro d’amor!
E oje est o prazo saido!
Por que mentiu o desmentido?
Ai, madre, moiro d’amor!
E oje, est o prazo passado!
Por que mentiu o perjurado?
Ai, madre, moiro d’amor!

João Garcia de Guilhade

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