(Ueg 2015)
Por razões tanto pedagógicas quanto científicas, 4é importante perceber uma variedade da língua que tem uma gramática própria, e que essa gramática permite uma comunicação muito eficaz. 2No português não padrão que se fala no Brasil, a conjugação verbal reduziu-se, é verdade, a duas formas:
Comparado com a representação da gramática normativa, que traz seis formas e seis pronomes diferentes, esse paradigma verbal tem tudo para parecer pobre. 5Mas o inglês e o francês falado também usam só duas ou três formas, e ninguém se lembraria de dizer que isso é um problema para aquelas línguas. 1Note-se que a variedade não padrão que distingue nóis cantamo de nóis cantemo consegue distinguir morfologicamente dois tempos do verbo (o presente e o pretérito perfeito), uma diferença importante que o português brasileiro culto não consegue marcar e que o português europeu marca por uma distinção de nasalidade.
Em suma, 3quando tratamos de qualquer variedade não padrão do português brasileiro, estamos diante de outro código, e não de erros devido às condições cognitivas dos falantes. Do ponto de vista pedagógico, é fundamental perceber que os alunos que chegam à escola falando uma variedade não padrão precisam aprender a norma padrão como uma espécie de língua estrangeira.
ILARI, Rodolfo; BASSO, Renato. O português da gente: a língua que estudamos, a língua que falamos. São Paulo: Contexto, 2006que as formas e construções do português não padrão fazem parte de. p. 176. (Adaptado).
Qual trecho a seguir constitui um exemplo de contra-argumentação?
“No português não padrão que se fala no Brasil, a conjugação verbal reduziu-se, na verdade, a duas formas” (ref. 2).
"Quando tratamos de qualquer variedade não padrão do português brasileiro, estamos diante de outro código" (ref. 3)
"É importante perceber que as formas de construções do português não padrão fazem parte de uma variedade da língua que tem uma gramática própria" (ref. 4)
"Mas o inglês e o francês falado também usam só duas ou três formas, e ninguém se lembraria de dizer que isso é um problema para aquelas línguas" (ref. 5)
Gabarito:
"Mas o inglês e o francês falado também usam só duas ou três formas, e ninguém se lembraria de dizer que isso é um problema para aquelas línguas" (ref. 5)
Na contra-argumentação, é preciso haver uma ideia sendo rebatida. Isso ocorre apenas na alternativa D, em que a ideia de que o paradigma verbal apresentado é pobre é contestada com exemplos de duas outras línguas com funcionamento similar nesse quesito.
(Ueg 2017)
Considere o seguinte trecho:
“Os gramáticos e os sociolinguistas, cada um com seu viés, costumam dizer que o padrão linguístico é usado pelas pessoas representativas de uma sociedade. Os gramáticos dizem isso, mas acabam não analisando o padrão, nem recomendando-o de fato. Recomendam uma norma, uma norma ideal”. (ref. 1).
Sírio Possenti apresenta nesse trecho uma caracterização da atividade dos gramáticos. Para isso, o autor
(UEG - 2015)
Senhora, que bem pareceis!
Se de mim vos recordásseis
que do mal que me fazeis
me fizésseis correção,
quem dera, senhora, então
que eu vos visse e agradasse.
Ó formosura sem falha
que nunca um homem viu tanto
para o meu mal e meu quebranto!
Senhora, que Deus vos valha!
Por quanto tenho penado
seja eu recompensado
vendo-vos só um instante.
De vossa grande beleza
da qual esperei um dia
grande bem e alegria,
só me vem mal e tristeza.
Sendo-me a mágoa sobeja,
deixai que ao menos vos veja
no ano, o espaço de um dia.
Rei D. Dinis CORREIA, Natália. Cantares dos trovadores galego-portugueses. Seleção, introdução, notas e adaptação de Natália Correia. 2. ed. Lisboa: Estampa, 1978. p. 253.
Quem te viu, quem te vê
Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala
Você era a favorita onde eu era mestre-sala
Hoje a gente nem se fala, mas a festa continua
Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua
Hoje o samba saiu procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais a esquece não pode reconhecer
[...]
Chico Buarque
A cantiga do rei D. Dinis, adaptada por Natália Correia, e a canção de Chico Buarque de Holanda expressam a seguinte característica trovadoresca:
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(Ueg 2015)
Considerando o experimentalismo surgido com as vanguardas do século XX, constata-se que os poemas de Campos e Pontes são respectivamente
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(UEG - 2016)
Em termos verbais, o humor da tira é construído a partir da polissemia presente na palavra
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