(UEG - 2016)
[...] E indo a dizer o mais, cai num desmaio.
Perde o lume dos olhos, pasma e treme,
Pálida a cor, o aspecto moribundo;
Com mão já sem vigor, soltando o leme,
Entre as salsas escumas desce ao fundo.
Mas na onda do mar, que, irado, freme,
Tornando a aparecer desde o profundo,
– Ah! Diogo cruel! – disse com mágoa, –
e sem mais vista ser, sorveu-se na água.
DURÃO, Frei José de Santa Rita. Caramuru. In: Hernâni Cidade – Santa Rita Durão. Rio de Janeiro: Agir, 1957. p. 88.
MEIRELLES, Vitor. Moema. Disponível em: https://saopauloantiga.com.br/wp-content/uploads/2012/11/Moema_AIB1922.jpg. Acesso em: 14 mar. 2016.
Verifica-se, entre a pintura e o excerto apresentados, uma relação intertextual, na medida em que ambos tematizam
a morte, que se dá de forma gradativa no fragmento e de um modo direto na pintura.
a solidão, que se dá de maneira prolixa no fragmento e de forma abstrata na pintura.
o grotesco, que se dá de modo objetivo no excerto e de maneira indireta na pintura.
a gratidão, que se dá de maneira paradoxal no excerto e de modo incisivo na pintura.
o ódio, que se dá de maneira simplista no fragmento e de maneira obscura na pintura.
Gabarito:
a morte, que se dá de forma gradativa no fragmento e de um modo direto na pintura.
[A]
A relação entre o texto árcade e a pintura se revela na representação da morte de Moema, personagem de Caramuru. No poema, a heroína perde forças aos poucos: os olhos se cerram, as mãos soltam o leme, ela cai na água, sente a ira, e é engolida pelo mar. Na pintura, por outro lado, o efeito dessas circunstâncias é condensado - numa imagem que mostra Moema já morta, jazendo sobre a areia.
A relação é explícita, mas a cena se apresenta sob perspectivas e temporalidades distintas.
(Ueg 2017)
Considere o seguinte trecho:
“Os gramáticos e os sociolinguistas, cada um com seu viés, costumam dizer que o padrão linguístico é usado pelas pessoas representativas de uma sociedade. Os gramáticos dizem isso, mas acabam não analisando o padrão, nem recomendando-o de fato. Recomendam uma norma, uma norma ideal”. (ref. 1).
Sírio Possenti apresenta nesse trecho uma caracterização da atividade dos gramáticos. Para isso, o autor
(UEG - 2015)
Senhora, que bem pareceis!
Se de mim vos recordásseis
que do mal que me fazeis
me fizésseis correção,
quem dera, senhora, então
que eu vos visse e agradasse.
Ó formosura sem falha
que nunca um homem viu tanto
para o meu mal e meu quebranto!
Senhora, que Deus vos valha!
Por quanto tenho penado
seja eu recompensado
vendo-vos só um instante.
De vossa grande beleza
da qual esperei um dia
grande bem e alegria,
só me vem mal e tristeza.
Sendo-me a mágoa sobeja,
deixai que ao menos vos veja
no ano, o espaço de um dia.
Rei D. Dinis CORREIA, Natália. Cantares dos trovadores galego-portugueses. Seleção, introdução, notas e adaptação de Natália Correia. 2. ed. Lisboa: Estampa, 1978. p. 253.
Quem te viu, quem te vê
Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala
Você era a favorita onde eu era mestre-sala
Hoje a gente nem se fala, mas a festa continua
Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua
Hoje o samba saiu procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais a esquece não pode reconhecer
[...]
Chico Buarque
A cantiga do rei D. Dinis, adaptada por Natália Correia, e a canção de Chico Buarque de Holanda expressam a seguinte característica trovadoresca:
Ver questão
(Ueg 2015)
Considerando o experimentalismo surgido com as vanguardas do século XX, constata-se que os poemas de Campos e Pontes são respectivamente
Ver questão
(UEG - 2016)
Em termos verbais, o humor da tira é construído a partir da polissemia presente na palavra
Ver questão