(FATEC - 2017)
Leia o texto de Jacques Fux para responder à(s) questão(ões).
Literatura e Matemática
Letras e números costumam ser vistos como símbolos opostos, correspondentes a sistemas de pensamento e linguagens completamente diferentes e, muitas vezes, incomunicáveis. Essa perspectiva, no entanto, foi muitas vezes recusada pela própria literatura, que em diversas ocasiões valeu-se de elementos e pensamentos matemáticos como forma de melhor explorar sua potencialidade e de amplificar suas possibilidades criativas.
A utilização da matemática no campo literário se dá por meio das diversas estruturas e rigores, mas também através da apresentação, reflexão e transformação em matéria narrativa de problemas de ordem lógica. Nenhuma leitura é única: o texto, por si só, não diz nada; ele só vai produzir sentido no momento em que há a recepção por parte do leitor. A matemática pode, também, potencializar o texto, tornando ainda mais amplo o seu campo de leituras possíveis a partir de regras ou restrições.
Muitas passagens de Alice no País das Maravilhas e Alice através do espelho, de Lewis Carroll, estão repletas de enigmas e problemas que até os dias de hoje permitem aos leitores múltiplas interpretações. Edgar Allan Poe é outro escritor a construir personagens que utilizam exaustivamente a lógica matemática como instrumento para a resolução dos enigmas propostos.
Explorar as relações entre literatura e matemática é resgatar o romantismo grego da possibilidade do encontro de todas as ciências. É fazer uma viagem pelo mundo das letras e dos números, da literatura comparada e das ficções e romances de diversos autores que beberam (e continuarão bebendo) de diversas e potenciais fontes científicas, poéticas e matemáticas.
http://tinyurl.com/h9z7jot > Acesso em: 17.08.2016. Adaptado.
No trecho “correspondentes a sistemas de pensamento e linguagens”, a palavra destacada é
um artigo definido feminino que concorda com o substantivo sistemas.
um pronome possessivo referente ao substantivo pensamento.
uma conjugação no presente do indicativo para o verbo haver.
uma preposição regida pelo adjetivo correspondentes.
um adjetivo para destacar o advérbio linguagens.
Gabarito:
uma preposição regida pelo adjetivo correspondentes.
a) Alternativa incorreta. No trecho “correspondentes a sistemas de pensamento e linguagens”, a palavra destacada “a” é uma preposição regida pelo adjetivo correspondentes. Pense o seguinte: "Corresponde" (correspondente) a alguma coisa, por essa razão é preciso inserir a preposição "a".
b) Alternativa incorreta. No trecho “correspondentes a sistemas de pensamento e linguagens”, a palavra destacada “a” é uma preposição regida pelo adjetivo correspondentes. Corresponde a alguma coisa. A palavra não pode ser um pronome, pois não substitui, indica posse ou retoma o substantivo pensamento.
c) Alternativa incorreta. Nenhuma gramática do português apresenta "a" classificado como verbo.
d) Alternativa correta. Em relação ao termo "correspondentes" ser classificado como adjetivo e não um substantivo, ocorre porque, segundo o contexto estabelecido para essa palavra (“correspondentes a sistemas de pensamento e linguagens”) é considerado, segundo o dicionário, como o termo com o valor de adjetivo que é relacionado aos seguintes sentidos: que corresponde; proporcionado: pagamento correspondente ao trabalho. Relacionado, concernente: páginas e assinaturas correspondentes (está mais enquadrado à frase da questão).
e) Alternativa incorreta. Nenhuma gramática normativa apresenta "linguagens" como advérbio, mas pode ser classificada como substantivo.
(FATEC)
Identifique a frase em que a função predominante da linguagem é a REFERENCIAL:
Ver questão
(FATEC-2006)
Na ciência e na tecnologia o progresso é real, mas só faz aumentar o conhecimento e o poder do homem, e esse poder pode ser usado tanto para os mais benignos objetivos quanto para os mais desastrosos.
Quando o conceito de progresso é aplicado à ética e à política, ele é uma ilusão perigosa. Veja-se, por exemplo, o caso dos gregos e dos romanos antigos. É claro que eles acreditavam no desenvolvimento de novas ferramentas.
Mas eles não transferiam essa noção de progresso técnico para a ética ou a política. É óbvio, também, que eles acreditavam no bem e no mal, que as sociedades podiam ser melhores ou piores, e que a prosperidade é preferível à fome e à pobreza. No entanto, para gregos e romanos, os jogos da ética e da política estavam sujeitos a avanços e retrocessos. Ou seja, a história humana era cíclica, com diferentes períodos se alternando, como ocorre na natureza.
A ciência, no geral, chega mais perto da verdade do mundo que outros sistemas de crença, e nós temos testemunhado seu sucesso pragmático em aumentar o poder humano. Mas, do ponto de vista ético, o conhecimento é neutro, desprovido de valor - pode tanto nos levar a realizações maravilhosas quanto atender a propósitos terríveis. (John Gray, em Veja, 23 de novembro de 2005.)
Assinale a alternativa em que os trechos do texto, reescritos, apresentam pontuação, concordância e colocação de pronomes de acordo com a norma culta
(FATEC-2006)
Os bem vizinhos de Naziazeno Barbosa assistem ao “pega” com o leiteiro. Por detrás das cercas, mudos, com a mulher e um que outro filho espantado já de pé àquela hora, ouvem.
Todos aqueles quintais conhecidos têm o mesmo silêncio. Noutras ocasiões, quando era apenas a “briga” com a mulher, esta, como um último desaforo de vítima, dizialhe: “Olha, que os vizinhos estão ouvindo”. Depois, à hora da saída, eram aquelas caras curiosas à janela. com os olhos fitos nele, enquanto ele cumprimentava. O leiteiro diz-lhe aquelas coisas, despenca-se pela escadinha que vai do portão até à rua, toma as rédeas do burro e sai a galope, fustigando o animal, furioso, sem olhar para nada. Naziazeno ainda fica um instante ali sozinho. (A mulher havia entrado.) Um ou outro olhar de criança fuzila através das frestas das cercas.
As sombras têm uma frescura que cheira a ervas úmidas. A luz é doirada e anda ainda por longe, na copa das árvores, no meio da estrada avermelhada. Naziazeno encaminha-se então para dentro de casa. Vai até ao quarto. A mulher ouve-lhe os passos, o barulho de abrir e fechar um que outro móvel. Por fim, ele aparece no pequeno comedouro, o chapéu na mão. Senta-se à mesa, esperando
. Ela lhe traz o alimento. – Ele não aceita mais desculpas... Naziazeno não fala. A mulher havia-se sentado defronte dele, enquanto ele toma o café. – Vai nos deixar ainda sem leite... Ele engole o café, nervoso, com os dedos ossudos e cabeçudos quebrando o pão em pedaços miudinhos, sem olhar a mulher. – É o que tu pensas. Temores... Cortar um fornecimento não é coisa fácil. – Porque tu não viste então o jeito dele quando te declarou: “Lhe dou mais um dia!”
(Dyonélio Machado, Os ratos.)
Leia o trecho: A mulher havia-se sentado defronte dele, enquanto ele toma o café. – Vai nos deixar ainda sem leite...
Assinale a alternativa que substitui o discurso direto pelo discurso indireto, sem que ocorram infrações da norma culta.
Ver questão
(FATEC)
"Ela insistiu:
- Me dá esse papel aí."
Na transposição da fala da personagem para o discurso indireto, a alternativa correta é: