(FATEC - 2020)
Os termos “continuidade”, “desconstrução” e “desmanche” são palavras constituídas por diferentes processos de formação de palavras.
Assinale a alternativa cujas palavras são formadas, respectivamente, pelos mesmos processos dos vocábulos apresentados no enunciado.
Idade, endeusar e venda.
Vivência, rememoração e renúncia.
Morosidade, entardecer e aguardente.
Idealismo, vivenciamento e desmantelar.
Porosidade, descontinuamente e remontar.
Gabarito:
Vivência, rememoração e renúncia.
Processo de formação das seguintes palavras:
1) PALAVRA: continuidade
Palavra semelhante: continuar/contínuo
Derivação: sufixação -> continu-(radical) + -idade(sufixo)
2) PALAVRA: desconstrução
Palavra semelhante: construir
Derivação: prefixal e sufixal -> des-(prefixo negação) + -constru-(radical) + -ção(sufixo)
OBS: não é uma derivação parassintética, pois eu posso ter somente uma derivação prefixal (desconstruir) ou somente uma derivação sufixal (construção). Na parassintética, ou uma ou as duas não são possíveis de ocorrer.
3) PALAVRA: desmanche
Palavra semelhante: desmanchar
Derivação: regressiva -> desmanchar(verbo) -> desmanche(perde o sufixo do infinitivo -ar)
A) INCORRETA: Processo de formação das palavras idade, endeusar e venda
1) PALAVRA: idade
Palavra semelhante: idade
Derivação: não há, pois é um substantivo primitivo
2) PALAVRA: endeusar
Palavra semelhante: deus
Derivação: parassintética -> en-(prefixo) + -deus-(radical) + -ar(sufixo)
OBS: é uma derivação parassintética, pois eu não posso ter somente uma derivação prefixal (*endeus) ou somente uma derivação sufixal (*deusar).
3) PALAVRA: venda
Palavra semelhante: vender
Derivação: regressiva -> vender(verbo) -> venda(perde o sufixo do infinitivo -er)
B) CORRETA: Processo de formação das palavras vivência, rememoração e renúncia.
1) PALAVRA: vivência
Palavra semelhante: viver
Derivação: sufixação -> viv-(radical) + -ência(sufixo)
2) PALAVRA: rememoração
Palavra semelhante: memória
Derivação: prefixal e sufixal -> re-(prefixo negação) + -memor(a)-(radical) + -ção(sufixo)
OBS: não é uma derivação parassintética, pois eu posso ter somente uma derivação prefixal (rememorar) ou somente uma derivação sufixal (memoração). Na parassintética, ou uma ou as duas não são possíveis de ocorrer.
3) PALAVRA: renúncia
Palavra semelhante: renunciar
Derivação: regressiva -> renunciar(verbo) -> renúncia(perde o sufixo do infinitivo -r)
C) INCORRETA: Processo de formação das palavras morosidade, entardecer e aguardente.
1) PALAVRA: morosidade
Palavra semelhante: moroso
Derivação: sufixação -> moroso-(radical) + -idade(sufixo)
2) PALAVRA: entardecer
Palavra semelhante: tarde
Derivação: parassintética -> en-(prefixo) + -tard-(radical) + -ecer(sufixo)
OBS: é uma derivação parassintética, pois eu não posso ter somente uma derivação prefixal (*entarde) ou somente uma derivação sufixal (*tardecer).
3) PALAVRA: aguardente
Palavra semelhante: água
Derivação: sufixação -> águ-(radical) + -ardente(sufixo)
D) INCORRETA: Processo de formação das palavras idealismo, vivenciamento e desmantelar.
1) PALAVRA: idealismo
Palavra semelhante: ideal
Derivação: sufixação -> ideal-(radical) + -ismo(sufixo)
2) PALAVRA: vivenciamento
Palavra semelhante: viver
Derivação: sufixação -> viv-(radical) + -encia(sufixo) + -mento(sufixo)
3) PALAVRA: desmantelar
Palavra semelhante: desmantelar
Derivação: não é uma palavra derivada ou composta, é oriunda do francês "démanteler".
E) INCORRETA: Processo de formação das palavras porosidade, descontinuamente e remontar.
1) PALAVRA: porosidade
Palavra semelhante: poroso
Derivação: sufixação -> poros-(radical) + -idade(sufixo)
2) PALAVRA: descontinuamente
Palavra semelhante: continuar
Derivação: prefixal e sufixal -> des-(prefixo negação) + -continua-(radical) + -mente(sufixo)
3) PALAVRA: remontar
Palavra semelhante: montar
Derivação: prefixação -> re-(prefixo) + -montar-(radical)
(FATEC)
Identifique a frase em que a função predominante da linguagem é a REFERENCIAL:
Ver questão
(FATEC-2006)
Na ciência e na tecnologia o progresso é real, mas só faz aumentar o conhecimento e o poder do homem, e esse poder pode ser usado tanto para os mais benignos objetivos quanto para os mais desastrosos.
Quando o conceito de progresso é aplicado à ética e à política, ele é uma ilusão perigosa. Veja-se, por exemplo, o caso dos gregos e dos romanos antigos. É claro que eles acreditavam no desenvolvimento de novas ferramentas.
Mas eles não transferiam essa noção de progresso técnico para a ética ou a política. É óbvio, também, que eles acreditavam no bem e no mal, que as sociedades podiam ser melhores ou piores, e que a prosperidade é preferível à fome e à pobreza. No entanto, para gregos e romanos, os jogos da ética e da política estavam sujeitos a avanços e retrocessos. Ou seja, a história humana era cíclica, com diferentes períodos se alternando, como ocorre na natureza.
A ciência, no geral, chega mais perto da verdade do mundo que outros sistemas de crença, e nós temos testemunhado seu sucesso pragmático em aumentar o poder humano. Mas, do ponto de vista ético, o conhecimento é neutro, desprovido de valor - pode tanto nos levar a realizações maravilhosas quanto atender a propósitos terríveis. (John Gray, em Veja, 23 de novembro de 2005.)
Assinale a alternativa em que os trechos do texto, reescritos, apresentam pontuação, concordância e colocação de pronomes de acordo com a norma culta
(FATEC-2006)
Os bem vizinhos de Naziazeno Barbosa assistem ao “pega” com o leiteiro. Por detrás das cercas, mudos, com a mulher e um que outro filho espantado já de pé àquela hora, ouvem.
Todos aqueles quintais conhecidos têm o mesmo silêncio. Noutras ocasiões, quando era apenas a “briga” com a mulher, esta, como um último desaforo de vítima, dizialhe: “Olha, que os vizinhos estão ouvindo”. Depois, à hora da saída, eram aquelas caras curiosas à janela. com os olhos fitos nele, enquanto ele cumprimentava. O leiteiro diz-lhe aquelas coisas, despenca-se pela escadinha que vai do portão até à rua, toma as rédeas do burro e sai a galope, fustigando o animal, furioso, sem olhar para nada. Naziazeno ainda fica um instante ali sozinho. (A mulher havia entrado.) Um ou outro olhar de criança fuzila através das frestas das cercas.
As sombras têm uma frescura que cheira a ervas úmidas. A luz é doirada e anda ainda por longe, na copa das árvores, no meio da estrada avermelhada. Naziazeno encaminha-se então para dentro de casa. Vai até ao quarto. A mulher ouve-lhe os passos, o barulho de abrir e fechar um que outro móvel. Por fim, ele aparece no pequeno comedouro, o chapéu na mão. Senta-se à mesa, esperando
. Ela lhe traz o alimento. – Ele não aceita mais desculpas... Naziazeno não fala. A mulher havia-se sentado defronte dele, enquanto ele toma o café. – Vai nos deixar ainda sem leite... Ele engole o café, nervoso, com os dedos ossudos e cabeçudos quebrando o pão em pedaços miudinhos, sem olhar a mulher. – É o que tu pensas. Temores... Cortar um fornecimento não é coisa fácil. – Porque tu não viste então o jeito dele quando te declarou: “Lhe dou mais um dia!”
(Dyonélio Machado, Os ratos.)
Leia o trecho: A mulher havia-se sentado defronte dele, enquanto ele toma o café. – Vai nos deixar ainda sem leite...
Assinale a alternativa que substitui o discurso direto pelo discurso indireto, sem que ocorram infrações da norma culta.
Ver questão
(FATEC)
"Ela insistiu:
- Me dá esse papel aí."
Na transposição da fala da personagem para o discurso indireto, a alternativa correta é: