Questão 69371

(UEG 2020) 

Theodor Adorno e Max Horkheimer, filósofos e sociólogos da chamada “Escola de Frankfurt”, teorizaram a questão da indústria cultural, concepção que se tornou extremamente popular a partir dos anos 1960. Adorno realizou vários estudos sobre música, entre outros produtos culturais.

Segundo Adorno:

A

a música era uma produção técnica de alto valor cultural, tal como as obras de Mozart e Beethoven, mas a indústria cultural retirou seus méritos ao reproduzi-las por meios tecnológicos.

B

a música popular era um contraponto à indústria cultural, pois trazia novos valores e concepções que a forçaram a criar aquilo que posteriormente foi chamado de “masscult”, a cultura de massas.

C

a música evoluía de acordo com o desenvolvimento tecnológico e por isso a produção e popularização do jazz e, mais ainda, do rock, tal como a música dos Beatles, eram um avanço cultural inestimável.

D

a produção musical, tal como se vê na indústria cultural, é empobrecida, simplificada, padronizada, de acordo com os interesses mercantis, gerando sua mercantilização e tornando-a forma de dominação.

E

a música clássica era uma música de elite e um dos poucos méritos da indústria cultural foi ter popularizado esse tipo de música ao criar o chamado “midcult”, adaptações populares do classicismo.

Gabarito:

a produção musical, tal como se vê na indústria cultural, é empobrecida, simplificada, padronizada, de acordo com os interesses mercantis, gerando sua mercantilização e tornando-a forma de dominação.



Resolução:

a) Incorreta.  As concepções de Adorno não apresentam a indústria cultural como instrumento que retira os méritos dos elementos culturais pela reprodução via meios tecnológicos, mas como um aparelho de massificação (ou padronização) das produções culturais, que tem como critério as prioridades lucrativas e o conveniente consumismo, traços típicos do cenário capitalista.

b) Incorreta. A cultura de massas, segundo esse teórico, na realidade é criada pelas prioridades mercantis da indústria, que, visando o lucro, geram a massificação das produções culturais para criar um público homogeneamente consumista — direcionado para os produtos ditados pela indústria.

c) Incorreta.  Adorno não pontua alguma “evolução” musical em função do desenvolvimento tecnológico, pelo contrário, afirma um “empobrecimento” e uma padronização da música ao longo do tempo.

d) Correta. Os estudos de Adorno apontam que a indústria cultural opera tendo como prioridade as conveniências mercantis, instrumentalizando a produção da cultura em função do lucro e da dominação. Isso culmina na simplificação, padronização e “empobrecimento” dos produtos culturais, ou na massificação da cultura, decorrente da mercantilização desta.

e) Incorreta. O teórico não coloca a popularização da música erudita como resultado ou mérito da indústria cultural. Ademais, “midcult” não é um conceito usado para designar esse tipo de processo.



Questão 1823

(Ueg 2017)

Considere o seguinte trecho:

“Os gramáticos e os sociolinguistas, cada um com seu viés, costumam dizer que o padrão linguístico é usado pelas pessoas representativas de uma sociedade. Os gramáticos dizem isso, mas acabam não analisando o padrão, nem recomendando-o de fato. Recomendam uma norma, uma norma ideal”. (ref. 1).

Sírio Possenti apresenta nesse trecho uma caracterização da atividade dos gramáticos. Para isso, o autor 

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Questão 1885

(UEG - 2015)

Senhora, que bem pareceis!
Se de mim vos recordásseis
que do mal que me fazeis
me fizésseis correção,
quem dera, senhora, então
que eu vos visse e agradasse.

Ó formosura sem falha
que nunca um homem viu tanto
para o meu mal e meu quebranto!
Senhora, que Deus vos valha!
Por quanto tenho penado
seja eu recompensado
vendo-vos só um instante.

De vossa grande beleza
da qual esperei um dia
grande bem e alegria,
só me vem mal e tristeza.
Sendo-me a mágoa sobeja,
deixai que ao menos vos veja
no ano, o espaço de um dia.

Rei D. Dinis CORREIA, Natália. Cantares dos trovadores galego-portugueses. Seleção, introdução, notas e adaptação de Natália Correia. 2. ed. Lisboa: Estampa, 1978. p. 253.

 

Quem te viu, quem te vê

Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala
Você era a favorita onde eu era mestre-sala
Hoje a gente nem se fala, mas a festa continua
Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua
Hoje o samba saiu procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais a esquece não pode reconhecer
[...]

Chico Buarque

 

A cantiga do rei D. Dinis, adaptada por Natália Correia, e a canção de Chico Buarque de Holanda expressam a seguinte característica trovadoresca:

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Questão 2706

 (Ueg 2015)

Considerando o experimentalismo surgido com as vanguardas do século XX, constata-se que os poemas de Campos e Pontes são respectivamente   

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Questão 2756

(UEG - 2016)

Em termos verbais, o humor da tira é construído a partir da polissemia presente na palavra

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