FUVEST 2013

Questão 51163

(UNESP - 2013 - 2a fase - Questão 36)

On Solidarity: Who is helped when someone is helped?

There comes a time
When we heed a certain call
When the world must come together as one
There are people dying
And it’s time to lend a hand to life

              Poverty, starvation, diseases, among other social problems, still make many people suffer in different parts of the world, despite the advances in agricultural developments, in medicine and in technology. And, as pointed out in the verses above, from the song We are the world (www.lyrics007.com), there comes a time when we heed a certain call / when the world must come together as one. It seems, however, that such time is and will always be the present time, since there has always been people dying, people suffering physical and psychological oppression. Conversely, aid is always and continuously necessary.
              Fortunately, a number of charities and non-governmental organizations have put forward campaigns to help the populations in poor areas of our planet, to lend a hand to life. This is a way through which food, money and medical help can be provided and thus counterbalance the suffering faced by the ill, the homeless, the poor. And providing aid to these less fortunate populations can be seen, according to the same song, as the greatest gift of all. The song continues, saying that

We can’t go on pretending day by day
That someone, somehow will soon make a change
We are all a part of God’s great big family
And the truth, you know, love is all we need

              The call for help and the claim for responsibility towards the needs of the poor is made to every human being, then everybody should do something because we are all a part of God’s great big family.
              My question is, in fact, what reasons really motivate us to help other people? To what extent are we motivated by the arguments presented in the song? Or are there other reasons involved in solidarity?
The chorus tells us that

There’s a choice we’re making
We’re saving our own lives
It’s true we’ll make a better day, just you and me

but I would question such choice as motivated by the desire for a better world that includes everybody, a world with no big social differences. Perhaps that we actually see solidarity as a way to literally save our own lives, and that you and me would not include as many people as it should. Rather than thinking about so many people who need help, we engage in charity and make donations for our own benefit, to build up an image of solidarity from which we could end up as beneficiaries. Not to feel guilty, to sort of “buy a place in heaven”.
              We certainly need more than romantic love to commit ourselves to true solidarity.

Qual é a principal crítica apresentada pelo texto, e como a oração We’re saving our own lives se encaixa nessa crítica?

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Questão 51204

(UNESP - 2013/2 - 2 FASE)

Nelson Mandela tomou posse ontem como o primeiro presidente negro da África do Sul, marcando o fim de três séculos e meio de dominação branca e o retorno do país à comunidade internacional. “Que reine a liberdade”, afirmou o líder de 75 anos após prestar juramento. Numa vibrante cerimônia que reuniu dezenas de milhares de negros e muitos brancos no antigo centro do poder branco, Mandela pediu que os sul-africanos esqueçam os rancores do passado e se unam para por fim à pobreza, ao sofrimento e a
todo tipo de discriminação.


(O Estado de S.Paulo, 11.05.1994. Adaptado.)


Caracterize o regime político que antecedeu à chegada de Nelson Mandela à presidência sul-africana, em 1994. Por que é possível afirmar que, além das mudanças políticas que provocou na África do Sul, a posse de Nelson Mandela na presidência teve importante caráter simbólico?

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Questão 51218

(UNESP - 2013/2 - 2 FASE)

Texto 1

O biopoder, sem a menor dúvida, foi elemento indispensável ao desenvolvimento do capitalismo, que só pode ser garantido à custa da inserção controlada dos corpos no aparelho de produção e por meio de um ajustamento dos fenômenos de população aos processos econômicos. Para o biopoder, que tem a tarefa de se encarregar da vida, sua necessidade de mecanismos contínuos, reguladores e corretivos exige distribuir os vivos em um domínio de valor e utilidade. Um poder dessa natureza tem de qualificar, medir, avaliar, hierarquizar. Uma sociedade normalizadora é o efeito histórico de uma tecnologia de poder centrada na vida.

(Michel Foucault. História da sexualidade, vol. 1, 1988. Adaptado.)

 

Texto 2

Uma pesquisa anunciada recentemente na Suíça revelou que, com um simples exame de sangue, será possível detectar a Síndrome de Down (ou trissomia do 21) no feto. O aval ao novo teste pré-natal foi dado recentemente pela Agência Nacional de Produtos Terapêuticos da Suíça, em meio à controvérsia de que o exame poderia levar a um aumento no número de abortos. Os testes estarão disponíveis no mercado ainda neste mês. Apesar de a legislação de países europeus como Espanha, Itália e Alemanha garantir autonomia à mulher na escolha sobre o aborto, o tema não passou isento de discussão. A Federação Internacional das Organizações de Síndrome de Down, que reúne 30 associações de 16 países, entrou com uma representação na Corte Europeia de Direitos Humanos pedindo a proibição do teste.

(http://zerohora.clicrbs.com.br, 22.08.2012. Adaptado.)


Com base no texto de Foucault, comente o papel da ciência como possível instrumento de eugenia e normalização, relacionando-o com as implicações biopolíticas do lançamento do teste pré-natal.

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Questão 51236

(UNESP - 2013/2 - 2 FASE)

Texto 1

Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da sua própria pessoa e posses, […] por que abrirá ele mão dessa liberdade, por que […] sujeitar-se-á ao domínio e controle de qualquer outro poder? Ao que é óbvio responder que, embora no estado de natureza tenha tal direito, a fruição […] da propriedade que possui nesse estado é muito insegura, muito arriscada. […] não é sem razão que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros […], para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de “propriedade”.

(John Locke. O segundo tratado sobre o governo.)


Texto 2

Horrorizai-vos porque queremos abolir a propriedade privada. Mas, em nossa sociedade, a propriedade privada já foi abolida para nove décimos da população; se ela existe para alguns poucos é precisamente porque não existe para esses nove décimos. Acusai-nos, portanto, de querer abolir uma forma de propriedade cuja condição de existência é a abolição de qualquer propriedade para a imensa maioria da sociedade. Em suma, acusai-nos de abolir a vossa propriedade. Pois bem, é exatamente isso o que temos em mente.

(Karl Marx e Friedrich Engels. O manifesto comunista.)


Os textos citados indicam visões opostas e conflitantes sobre a organização da vida política e social. Responda quais foram os sistemas políticos originados pelos dois textos e discorra brevemente sobre suas divergências.

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Questão 51249

(UNESP - 2013/2 - 2 FASE) 

Texto 1

O ser humano é a flor do céu que desabrochou na Terra. Sua semente foi plantada por Deus, sua bela imagem foi projetada por Deus e seu perfume agradável foi também presenteado por Deus. Não devemos perder essa bela imagem nem o agradável perfume. Nosso belo desabrochar é a manifestação da glória de Deus.

(Seicho-no-ie do Brasil. Palavras de luz, 2013.)


Texto 2

Em algum remoto rincão do universo cintilante que se derrama em um sem-número de sistemas solares, havia uma vez um astro em que animais inteligentes inventaram o conhecimento. Foi o minuto mais soberbo e mais mentiroso da “história universal”: mas também foi somente um minuto. Passados poucos fôlegos da natureza, congelou-se o astro e os animais inteligentes tiveram de morrer. – Assim poderia alguém inventar uma fábula e nem por isso teria ilustrado suficientemente quão lamentável, quão fantasmagórico e fugaz, quão sem finalidade e gratuito fica o intelecto humano dentro da natureza. Houve eternidades em que ele não estava; quando de novo ele tiver passado, nada terá acontecido.

(Friedrich Nietzsche. Sobre verdade e mentira no sentido extramoral. Adaptado.)


Os textos citados apresentam concepções filosóficas distintas sobre o lugar do ser humano no universo. Discorra brevemente sobre essas diferenças, considerando o teor antropocêntrico dos textos.

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Questão 51366

(UNESP - 2013/2 - 2 FASE) Uma semicircunferência de centro O e raio r está inscrita em um setor circular de centro C e raio R, conforme a figura.

O ponto D é de tangência de overline{BC} com a semicircunferência. Se overline{AB} = s, demonstre que R · s = R · r + r · s.

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Questão 51376

(UNESP - 2013/2 - 2 FASE)

Saudade de minha terra


De que me adianta viver na cidade,
Se a felicidade não me acompanhar?
Adeus, paulistinha do meu coração,
Lá pro meu sertão eu quero voltar;
Ver a madrugada, quando a passarada,
Fazendo alvorada, começa a cantar.
Com satisfação, arreio o burrão,
Cortando o estradão, saio a galopar;
E vou escutando o gado berrando,
Sabiá cantando no jequitibá.

Por Nossa Senhora, meu sertão querido,
Vivo arrependido por ter te deixado.
Nesta nova vida, aqui da cidade,
De tanta saudade eu tenho chorado;
Aqui tem alguém, diz que me quer bem,
Mas não me convém, eu tenho pensado,
E fico com pena, mas esta morena
Não sabe o sistema em que fui criado.
Tô aqui cantando, de longe escutando,
Alguém está chorando com o rádio ligado.

Que saudade imensa, do campo e do mato,
Do manso regato que corta as campinas.
Ia aos domingos passear de canoa
Na linda lagoa de águas cristalinas;
Que doces lembranças daquelas festanças,
Onde tinha danças e lindas meninas!
Eu vivo hoje em dia, sem ter alegria,
O mundo judia, mas também ensina.
Estou contrariado, mas não derrotado,
Eu sou bem guiado pelas mãos divinas.

Pra minha mãezinha, já telegrafei,
Que já me cansei de tanto sofrer.
Nesta madrugada, estarei de partida
Pra terra querida que me viu nascer;
Já ouço sonhando o galo cantando,
O inhambu piando no escurecer,
A lua prateada, clareando a estrada,
A relva molhada desde o anoitecer.
Eu preciso ir, pra ver tudo ali,
Foi lá que nasci, lá quero morrer.


(Goiá em duas vozes – o compositor interpreta suas músicas. Discos Chororó. CD nº 10548, s/d.)

 

Tendo em mente o fato de que é usual a retomada de um mesmo tema por artistas de épocas diferentes, explique o que há de comum entre a letra de Saudade de minha terra e a Canção do Exílio, do poeta romântico Gonçalves Dias, cujos primeiros versos são: Minha terra tem palmeiras / onde canta o sabiá. / As aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá.

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Questão 51378

(UNESP - 2013/2 - 2 FASE)

Saudade de minha terra


De que me adianta viver na cidade,
Se a felicidade não me acompanhar?
Adeus, paulistinha do meu coração,
Lá pro meu sertão eu quero voltar;
Ver a madrugada, quando a passarada,
Fazendo alvorada, começa a cantar.
Com satisfação, arreio o burrão,
Cortando o estradão, saio a galopar;
E vou escutando o gado berrando,
Sabiá cantando no jequitibá.

Por Nossa Senhora, meu sertão querido,
Vivo arrependido por ter te deixado.
Nesta nova vida, aqui da cidade,
De tanta saudade eu tenho chorado;
Aqui tem alguém, diz que me quer bem,
Mas não me convém, eu tenho pensado,
E fico com pena, mas esta morena
Não sabe o sistema em que fui criado.
Tô aqui cantando, de longe escutando,
Alguém está chorando com o rádio ligado.

Que saudade imensa, do campo e do mato,
Do manso regato que corta as campinas.
Ia aos domingos passear de canoa
Na linda lagoa de águas cristalinas;
Que doces lembranças daquelas festanças,
Onde tinha danças e lindas meninas!
Eu vivo hoje em dia, sem ter alegria,
O mundo judia, mas também ensina.
Estou contrariado, mas não derrotado,
Eu sou bem guiado pelas mãos divinas.

Pra minha mãezinha, já telegrafei,
Que já me cansei de tanto sofrer.
Nesta madrugada, estarei de partida
Pra terra querida que me viu nascer;
Já ouço sonhando o galo cantando,
O inhambu piando no escurecer,
A lua prateada, clareando a estrada,
A relva molhada desde o anoitecer.
Eu preciso ir, pra ver tudo ali,
Foi lá que nasci, lá quero morrer.


(Goiá em duas vozes – o compositor interpreta suas músicas. Discos Chororó. CD nº 10548, s/d.)

 

Tô aqui cantando, de longe escutando,
No verso destacado, a variante popular “tô”, além de ter sido empregada para caracterizar o teor da música sertaneja, desempenha também um papel na métrica do verso, que não aceitaria a forma “estou”. Explique o motivo pelo qual o compositor não empregou “estou”.

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Questão 51379

(UNESP - 2013/2 - 2 FASE) 

Saudade de minha terra


De que me adianta viver na cidade,
Se a felicidade não me acompanhar?
Adeus, paulistinha do meu coração,
Lá pro meu sertão eu quero voltar;
Ver a madrugada, quando a passarada,
Fazendo alvorada, começa a cantar.
Com satisfação, arreio o burrão,
Cortando o estradão, saio a galopar;
E vou escutando o gado berrando,
Sabiá cantando no jequitibá.

Por Nossa Senhora, meu sertão querido,
Vivo arrependido por ter te deixado.
Nesta nova vida, aqui da cidade,
De tanta saudade eu tenho chorado;
Aqui tem alguém, diz que me quer bem,
Mas não me convém, eu tenho pensado,
E fico com pena, mas esta morena
Não sabe o sistema em que fui criado.
Tô aqui cantando, de longe escutando,
Alguém está chorando com o rádio ligado.

Que saudade imensa, do campo e do mato,
Do manso regato que corta as campinas.
Ia aos domingos passear de canoa
Na linda lagoa de águas cristalinas;
Que doces lembranças daquelas festanças,
Onde tinha danças e lindas meninas!
Eu vivo hoje em dia, sem ter alegria,
O mundo judia, mas também ensina.
Estou contrariado, mas não derrotado,
Eu sou bem guiado pelas mãos divinas.

Pra minha mãezinha, já telegrafei,
Que já me cansei de tanto sofrer.
Nesta madrugada, estarei de partida
Pra terra querida que me viu nascer;
Já ouço sonhando o galo cantando,
O inhambu piando no escurecer,
A lua prateada, clareando a estrada,
A relva molhada desde o anoitecer.
Eu preciso ir, pra ver tudo ali,
Foi lá que nasci, lá quero morrer.


(Goiá em duas vozes – o compositor interpreta suas músicas. Discos Chororó. CD nº 10548, s/d.)

 

Relendo os primeiros seis versos da terceira estrofe, percebe-se que o conteúdo neles relatado apresenta analogia com a poesia do Arcadismo, de que foram típicos representantes em nosso país Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa. Indique uma dessas semelhanças.

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Questão 51380

(UNESP - 2013/2 - 2 FASE)

Saudade de minha terra


De que me adianta viver na cidade,
Se a felicidade não me acompanhar?
Adeus, paulistinha do meu coração,
Lá pro meu sertão eu quero voltar;
Ver a madrugada, quando a passarada,
Fazendo alvorada, começa a cantar.
Com satisfação, arreio o burrão,
Cortando o estradão, saio a galopar;
E vou escutando o gado berrando,
Sabiá cantando no jequitibá.

Por Nossa Senhora, meu sertão querido,
Vivo arrependido por ter te deixado.
Nesta nova vida, aqui da cidade,
De tanta saudade eu tenho chorado;
Aqui tem alguém, diz que me quer bem,
Mas não me convém, eu tenho pensado,
E fico com pena, mas esta morena
Não sabe o sistema em que fui criado.
Tô aqui cantando, de longe escutando,
Alguém está chorando com o rádio ligado.

Que saudade imensa, do campo e do mato,
Do manso regato que corta as campinas.
Ia aos domingos passear de canoa
Na linda lagoa de águas cristalinas;
Que doces lembranças daquelas festanças,
Onde tinha danças e lindas meninas!
Eu vivo hoje em dia, sem ter alegria,
O mundo judia, mas também ensina.
Estou contrariado, mas não derrotado,
Eu sou bem guiado pelas mãos divinas.

Pra minha mãezinha, já telegrafei,
Que já me cansei de tanto sofrer.
Nesta madrugada, estarei de partida
Pra terra querida que me viu nascer;
Já ouço sonhando o galo cantando,
O inhambu piando no escurecer,
A lua prateada, clareando a estrada,
A relva molhada desde o anoitecer.
Eu preciso ir, pra ver tudo ali,
Foi lá que nasci, lá quero morrer.


(Goiá em duas vozes – o compositor interpreta suas músicas. Discos Chororó. CD nº 10548, s/d.)

 

Aponte um elemento presente no início da última estrofe que reforça o dado de que o eu lírico se expressa numa época anterior à atual. Justifique sua resposta.

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