(FUVEST - 2013)
Vivendo e...
Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola de gude conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, quanto mais jogá-la com a 1precisão que tinha quando era garoto. (...)
Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom conforme o posicionamento das mãos. Hoje não sei mais que jeito é esse. Eu sabia a 2fórmula de fazer cola caseira. Algo envolvendo farinha e água e 3muita confusão na cozinha, de onde éramos expulsos sob ameaças. Hoje não sei mais. A gente começava a contar depois de ver um relâmpago e 11o número a que chegasse quando ouvia a trovoada, multiplicado por outro número, dava a 4distância exata do relâmpago. Não me lembro mais dos números. (...)
12Lembro o orgulho com que consegui, pela primeira vez, cuspir corretamente pelo espaço adequado entre os dentes de cima e a ponta da língua de modo que o cuspe ganhasse distância e pudesse ser mirado. Com prática, conseguia-se controlar a 5trajetória elíptica da cusparada com uma 6mínima margem de erro. Era 7puro instinto. Hoje o mesmo feito requereria 8complicados cálculos de balística, e eu provavelmente só acertaria a frente da minha camisa. Outra 9habilidade perdida.
Na verdade, deve-se revisar aquela antiga frase. É vivendo e .................... . Não falo daquelas 13coisas que deixamos de fazer porque não temos mais as condições físicas e a coragem de antigamente, como subir em bonde andando – mesmo porque 14não há mais bondes andando. Falo da sabedoria desperdiçada, das 10artes que nos abandonaram. Algumas até úteis. Quem nunca desejou ainda ter o cuspe certeiro de garoto para acertar em algum alvo contemporâneo, bem no olho, e depois sair correndo? Eu já.
Luís F. Veríssimo, Comédias para se ler na escola.
A palavra que o cronista omite no título, substituindo-a por reticências, ele a emprega no último parágrafo, na posição marcada como pontilhado. Tendo em vista o contexto, conclui-se que se trata da palavra
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(UFRGS - 2013)
El Sur también existe
01. Con su ritual de acero
02. sus grandes chimeneas
03. sus sabios clandestinos
04. su canto de sirenas
05. sus cielos de neón
06. sus ventas navideñas
07. su culto de dios padre
08. y de las charreteras
09. con sus Ilaves del reino
10. el norte es el que ordena
11. pero aquí abajo abajo
12. el hambre disponible
13. recurre al fruto amargo
14. de lo que otros deciden
15. mientras el tiempo pasa
16. y pasan los desfiles
17. y se hacen otras cosas
18. que el norte no prohíbe
19. con su esperanza dura
20. el sur también existe
(...)
Adaptado de: BENEDETTI, Mano. Preguntas al azar.Buenos Aires: Editorial Sudamericana, 1986.
p. 153-154.
Os possessivos su e sus, da primeira estrofe do poema (linhas 01-10), referem-se a:
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(UEPG - 2013) A frequência cardíaca é o número de vezes que o coração bate por minuto; assim o coração de um sedentário (pessoa sem treinamento), em condições de repouso (sentado e conversando), apresenta, em média, cerca de 70 a 80 bpm (batimentos por minuto).
Com relação aos batimentos cardíacos apresentados por uma pessoa bem condicionada fisicamente, nas mesmas condições de repouso, assinale a alternativa correta.
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(UFSM - 2013)
Reducing climate change is good for your health
7More 'climate-friendly' investments in transport, energy and housing could help prevent significant noncommunicable disease, WHO review finds
Washington, D.C., 14 June 2011 (PAHO/WHO) - 8Greener investments in transport, housing and household energy policies can help prevent significant cardiovascular and chronic respiratory disease, obesity-related conditions and cancers.
These are among the findings of 10a new global World Health Organization series that looks systematically, for the first time ever, at the health 'co-benefits' of investments in climate change mitigation reviewed by the Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC).
Overall, 4sustainable development policies in housing, transport, and household energy may benefit health right away — even if the broader climate gains are realized over years or decades.
5"Some climate change mitigation measures yield broader health gains than others," says Dr Maria Neira, director of WHO's Department of Public Health and Environment. "Potential health benefits -- as well as certain risks -- should be considered more systematically in climate assessments. And if that is done, we can identify strategies that are truly win-win."
2Many forms of asthma and allergies, as well as heart disease and strokes related to increasingly intense heat waves and cold spells could be addressed by more climate-friendly housing measures, the report finds.
As 8other examples of "best buys" for health, initial findings from reviews of other sectors identify considerable evidence that:
"This series explains why green housing and home energy, transport, and urban environments can improve our health — and why the health sector can prevent much disease, at very little cost, by advocating for healthier investments in some key sectors," says WHO's Dr Carlos Dora, an epidemiologist and coordinator of the series.
As much as 1180% of such chronic disease is now occurring in lower income countries, where urban growth is driving rapid slum expansion, soaring traffic volumes, air and water pollution and rates of traffic injury.
"9People really cannot make healthy lifestyle choices — unless they have a healthier environment," Dora observes. "So we, as health professionals, need to promote basic environmental measures that cost the health sector very little, and can avoid many subsequent years of treatment. And these health savings an be captured immediately — while the climate benefits accumulate for the future."
Glossáiro:
change - mudança
choice - escolha
disease - doença
finding - descoberta
gain - ganho
health - saúde
heart - coração
housing - habitação
income - renda
measure - medida
mitigation - redução
slum - favela
stove - fogão
yield - produzir, render
Fonte: Disponível em: <https://www.new,paho.org/hg/index.php?option=com_content&task=view&id5583&itenid=1926h>. Acesso em: 10 jul. 2012.
Considere os trechos a seguir.
I. "People really cannot make healthy lifestyle choices - unless they have a healthier environment" (ref. 9).
II. "a new global World Health Organization series that looks systematically" (ref. 10).
III. "80% of chronic disease is now occurring in lower countries" (ref. 11).
Os segmentos sublinhados em I, II e III apresentam ideia de, respectivamente,
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(UFRGS - 2013 / modificada) A coluna da esquerda, abaixo, lista estruturas que fazem parte do sistema nervoso; a da direita, características dessas estruturas.
Associe adequadamente a coluna da direita à da esquerda.
1. bulbo ( ) É responsável pelo controle das funções motoras do corpo.
2. cerebelo ( ) Possui grupos de neurônios envolvidos no controle de respiração e circulação.
3. hipotálamo ( ) Possui o centro do controle para manutenção da temperatura corporal.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
(MACKENZIE - 2013) Um ecossistema pode ser representado sob a forma de pirâmides ecológicas de três tipos: de número, de biomassa e de energia. A esse respeito, são feitas as seguintes afirmações:
I. Em todas elas, os produtores ocupam a sua base.
II. Em um ecossistema equilibrado, a pirâmide de energia sempre apresenta a base maior do que o topo.
III. A pirâmide de número nunca se apresenta na forma invertida.
IV. Os decompositores não são mostrados na pirâmide, pois não representam parcela importante no ecossistema.
Assinale se estão corretas, apenas,
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(INSPER 2014)
Paralimpíadas é a mãe
Certamente eu descobriria no Google, mas me deu preguiça de pesquisar e, além disso, não tem importância saber quem inventou essa palavra grotesca, que agora a gente ouve nos noticiários de televisão e lê nos jornais. O surpreendente não é a invenção, pois sempre houve besteiras desse tipo, bastando lembrar os que se empenharam em não jogarmos futebol, mas ludopédio ou podobálio. O impressionante é a quase universalidade da adoção dessa palavra (ainda não vi se ela colou em Portugal, mas tenho dúvidas; os portugueses são bem mais ciosos de nossa língua do que nós), cujo uso parece ter sido objeto de um decreto imperial e faz pensar em por que não classificamos isso imediatamente como uma aberração deseducadora, desnecessária e inaceitável, além de subserviente a ditames saídos não se sabe de que cabeça desmiolada ou que interesse obscuro. Imagino que temos autonomia para isso e, se não temos, deveríamos ter, pois jornal, telejornal e radiojornal implicam deveres sérios em relação à língua. Sua escrita e sua fala são imitadas e tidas como padrão e essa responsabilidade não pode ser encarada de forma leviana.
Que cretinice é essa? Que quer dizer essa palavra, cuja formação não tem nada a ver com nossa língua? Faz muitos e muitos anos, o então ministro do Trabalho, Antônio Magri, usou a palavra "imexível" e foi gozado a torto e a direito, até porque ele não era bem um intelectual e era visto como um alvo fácil. Mas, no neologismo que talvez tenha criado, aplicou perfeitamente as regras de derivação da língua e o vocábulo resultante não está nada "errado", tanto assim que hoje é encontrado em dicionários e tem uso corrente. Já o vi empregado muitas vezes, sem alusão ao ex-ministro. Infutucável, inesculhambável e impaquerável, por exemplo, são palavras que não se acham no dicionário, mas qualquer falante da língua as entende, pois estão dentro do espírito da língua, exprimem bem o que se pretende com seu uso e constituem derivações perfeitamente legítimas.
Por que será que aceitamos sem discutir uma excrescência como "paralimpíada"?
(João Ubaldo Ribeiro, O Estado de S. Paulo, 23/09/2012)
O que motivou a indignação do autor com a palavra “paralimpíadas” foi o(a):
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(G1 - ifsp 2013)
Buscando a excelência
Lya Luft
Estamos carentes de excelência. A mediocridade reina, assustadora, implacável e persistentemente. Autoridades, altos cargos, líderes, em boa parte desinformados, desinteressados, incultos, lamentáveis. Alunos que saem do ensino médio semianalfabetos e assim entram nas universidades, que aos poucos – refiro-me às públicas – vão se tornando reduto de pobreza intelectual.
As infelizes cotas, contras as quais tenho escrito e às quais me oponho desde sempre, servem magnificamente para alcançarmos este objetivo: a mediocrização também do ensino superior. Alunos que não conseguem raciocinar porque não lhes foi ensinado, numa educação de brincadeirinha. E, porque não sabem ler nem escrever direito e com naturalidade, não conseguem expor em letra ou fala seu pensamento truncado e pobre. [...] E as cotas roubam a dignidade daqueles que deveriam ter acesso ao ensino superior por mérito [...] Meu conceito serve para cotas raciais também: não é pela raça ou cor, sobretudo autodeclarada, que um jovem deve conseguir diploma superior, mas por seu esforço e capacidade. [...]
Em suma, parece que trabalhamos para facilitar as coisas aos jovens, em lugar de educá-los com e para o trabalho, zelo, esforço, busca de mérito, uso da própria capacidade e talento, já entre as crianças. O ensino nas últimas décadas aprimorou-se em fazer os pequenos aprender brincando. Isso pode ser bom para os bem pequenos, mas já na escola elementar, em seus primeiros anos, é bom alertar, com afeto e alegria, para o fato de que a vida não é só brincadeira, que lazer e divertimento são necessários até à saúde, mas que a escola é também preparação para uma vida profissional futura, na qual haverá disciplina e limites – que aliás deveriam existir em casa, ainda que amorosos.
Muitos dirão que não estou sendo simpática. Não escrevo para ser agradável, mas para partilhar com meus leitores preocupações sobre este país com suas maravilhas e suas mazelas, num momento fundamental em que, em meio a greves, justas ou desatinadas, [...] se delineia com grande inteligência e precisão a possibilidade de serem punidos aqueles que não apenas prejudicaram monetariamente o país, mas corroeram sua moral, e a dignidade de milhões de brasileiros. Está sendo um momento de excelência que nos devolve ânimo e esperança.
O texto apresentado é um artigo de opinião, que se insere no conjunto dos textos de tipo
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(FGV/RJ - 2013)
Quando Bauer, o de pés ligeiros, se apoderou da cobiçada esfera, logo o suspeitoso Naranjo lhe partiu ao encalço, mas já Brandãozinho, semelhante à chama, lhe cortou a avançada. A tarde de olhos radiosos se fez mais clara para contemplar aquele combate, enquanto os agudos gritos e imprecações em redor animavam os contendores. A uma investida de Cárdenas, o de fera catadura, o couro inquieto quase se foi depositar no arco de Castilho, que com torva face o repeliu. Eis que Djalma, de aladas plantas, rompe entre os adversários atônitos, e conduz sua presa até o solerte Julinho, que a transfere ao valoroso Didi, e este por sua vez a comunica ao belicoso Pinga. (...)
Assim gostaria eu de ouvir a descrição do jogo entre brasileiros e mexicanos, e a de todos os jogos: à maneira de Homero. Mas o estilo atual é outro, e o sentimento dramático se orna de termos técnicos.
Carlos Drummond de Andrade, Quando é dia de futebol. Rio: Record, 2002.
Referem-se apenas aos inimigos, e não aos heróis, as seguintes caracterizações presentes no texto:
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(Mackenzie) (...) conceitualizar o fascismo como populista é um erro, embora a intensidade da propaganda política, a mobilização das massas e o carisma pessoal aparentemente possam identificar o populismo com fascismo.
Mario Sznajder. “Fascismo e Intolerância”. In: Maria Luiza Carneiro e Frederico Croci (orgs). Tempos de fascismos: Ideologia – Intolerância – Imaginário. São Paulo: EDUSP/ Imprensa Oficial/ Arquivo Público do Estado de São Paulo, 2010, p.30
O erro citado consiste no fato de que
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