(UNIFESP - 2014)
O meiro veio com efeito às três horas. Luísa estava na sala, ao piano.
– Está ali o sujeito do costume – foi dizer Juliana.
Luísa voltou-se corada, escandalizada da expressão:
– Ah! meu primo Basílio? Mande entrar.
E chamando-a:
– Ouça, se vier o Sr. Sebastião, ou alguém, que entre.
Era o primo! O sujeito, as suas visitas perderam de repente para ela todo o interesse picante. A sua malícia cheia, enfunada até aí, caiu, engelhou-se como uma vela a que falta o vento. Ora, adeus! Era o primo!
Subiu à cozinha, devagar, — lograda.
– Temos grande novidade, Sr.a Joana! O tal peralta é primo. Diz que é o primo Basílio.
E com um risinho:
– É o Basílio! Ora o Basílio! Sai-nos primo à última hora! O diabo tem graça!
– Então que havia de o homem ser se não parente? – observou Joana.
Juliana não respondeu. Quis saber se estava o ferro pronto, que tinha uma carga de roupa para passar! E sentou-se à janela, esperando. O céu baixo e pardo pesava, carregado de eletricidade; às vezes uma aragem súbita e fina punha nas folhagens dos quintais um arrepio trêmulo.
– É o primo! – refletia ela. – E só vem então quando o marido se vai. Boa! E fica-se toda no ar quando ele sai; e é roupa-branca e mais roupa-branca, e roupão novo, e tipoia para o passeio, e suspiros e olheiras! Boa bêbeda! Tudo fica na família!
Os olhos luziam-lhe. Já se não sentia tão lograda. Havia ali muito “para ver e para escutar”. E o ferro estava pronto?
Mas a campainha, embaixo, tocou.
(Eça de Queirós. O primo Basílio, 1993.)
Observe as passagens do texto:
– Ora, adeus! Era o primo! (7.º parágrafo)
– E o ferro estava pronto? (penúltimo parágrafo)
Nessas passagens, é correto afirmar que se expressa o ponto de vista
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(UEPA - 2014)
As atividades de comunicação humana são plurais e estão intimamente ligadas às suas necessidades de sobrevivência. O problema de contagem, por exemplo, se confunde com a própria história humana no decorrer dos tempos. Assim como para os índios mundurucus, do sul do Pará, os waimiri-atroari, contam somente de um até cinco, adotando os seguintes vocábulos: awynimi é o número 1, typytyna é o 2, takynima é o 3, takyninapa é o 4, e, finalmente, warenipa é o 5.
Texto Adaptado: Scientific American – Brasil, “Etnomatática”. Edição Especial, Nº 11, ISSN 1679-5229
Considere A o conjunto formado pelos números utilizados no sistema de contagem dos waimiriatroari, ou seja, A=1,2,3,4,5.
Nestas condições, o número de elementos da relação R1= {(x,y) A×A|y≥x} é igual a:
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(VUNESP - Prefeitura de São José do Rio Preto/SP - 2014) Deve-se fazer de tudo para ser feliz? Essa foi a pergunta escolhida para ser um dos temas da dissertação de filosofia do baccalauréat deste ano – o exame de conclusão do equivalente ao ensino médio na França e que dá acesso à universidade. A primeira intenção, bastante evidente, era pôr o estudante diante de um dilema ético sobre as escolhas a serem feitas na busca da realização de ambições e desejos. Ou melhor, sobre os limites das iniciativas a serem tomadas nesse sentido. A vida mostra que há quem os tenha mais estreitos, mais largos, ou mesmo quem só aparente tê-los, na fronteira da psicopatia. Mas a pergunta aos alunos franceses embute uma segunda discussão: afinal de contas, o que é a felicidade?
Na filosofia do alemão Arthur Schopenhauer, tido como o arauto do pessimismo, podemos encontrar uma das melhores compreensões do que seja a felicidade. Entre as cinquenta regras que se encontram esparsas pela obra do filósofo, destacam-se três:
Primeira: estar ciente de que só a dor é verdadeira. Ou seja, não requer nenhuma ilusão acessória para existir. Usufruir um presente sem dor, em vez de procurar o prazer num futuro improvável, é já uma forma de ser feliz, por mais que isso possa parecer sem graça aos olhos da civilização hedonista. “O homem sábio não aspira ao deleite, e sim à ausência de sofrimento”, escreveu Schopenheuer, citando o grego Aristóteles.
Segunda: evitar a inveja: ela tortura quem a nutre e, por esse motivo, causa infelicidade. “Você nunca será feliz enquanto se torturar por alguém ser mais feliz”, resumiu Sêneca. A crueldade apontada por Schopenhauer: “E, no entanto, nós estamos constantemente preocupados em despertar inveja”.
Terceira: ser fiel a si próprio. Seguir as características e os pensamentos que o forjaram, assim como aceitar as suas limitações, é essencial para o indivíduo resguardar-se de frustrações. Trata-se de algo difícil, porque não raro somos tentados a enveredar por caminhos estranhos a nós mesmos, mais adaptados às condições de quem invejamos. Diz o filósofo alemão: “Quando reconhecemos, claramente, e de uma vez por todas, nossas qualidades e forças, bem como nossos defeitos e fraquezas, conseguimos fixar os nossos objetivos e nos resignamos com o inatingível. Escapamos, dessa maneira, à mais terrível de todas as dores: a insatisfação com nós mesmos, essa insatisfação que é a consequência inelutável da ignorância da própria individualidade”.
(Mario Sabino, A arte de ser feliz, Veja, 23.07.2014. Adaptado)
É correto afirmar que as ideias de Schopenhauer sobre a felicidade
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(UFG - 2014) Leia o fragmento a seguir.
A cidade contemporânea, apesar de grandes transformações, está mais próxima da cidade medieval do que esta última da cidade antiga.
LE GOFF, Jacques. Por amor às cidades. São Paulo: Editora Unesp,1998. p. 25.
Nessa passagem, o historiador Jacques Le Goff compara a cidade medieval com a contemporânea, estabelecendo uma aproximação entre ambas. A característica da cidade medieval que permite tal relação é a
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(UEL - 2014) No período da Baixa Idade Média, a cidade de Veneza foi progressivamente revigorada pelo comércio, o qual produziu instituições políticas autônomas, libertando-se do poder papal. Com base na influência político-econômica das cidades mercantis nesse período, considere as afirmativas a seguir.
I. Os senhores feudais detentores dos domínios aristocráticos atacaram o poder político das cidades nascentes, pois este os impedia de arrecadar os seus tributos e taxas.
II. As guildas e as corporações de ofícios inseriram nos burgos a concorrência ao libertarem o comércio do monopólio e os trabalhadores de seus padrões rígidos de produção.
III. As rotas comerciais tornaram-se pontos de confluência de inúmeras culturas e credos, professados por diversos povos, entre os quais judeus, muçulmanos e chineses.
IV. Na Europa, as cidades de Veneza e Gênova eram consideradas portas de entrada de produtos muito valorizados, como especiarias e tecidos, advindos do Oriente.
Assinale a alternativa correta.
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(UPF - 2014) O triângulo ABC mostrado a seguir foi dividido em três figuras: I, II e III.
Então, é correto afirmar que:
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(Interbits 2014) A sociologia desenvolvida por Max Weber é tradicionalmente conhecida como sociologia compreensiva. Assinale a alternativa correta a respeito da sociologia weberiana:
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(UNIFOR - 2014) Uma indústria de cimento contrata uma transportadora de caminhões para fazer a entrega de 60 toneladas de cimento por dia em Fortaleza. Devido a problemas operacionais diversos, em certo dia, cada caminhão foi carregado com 500kg a menos que o usual, fazendo com que a transportadora nesse dia contratasse mais 4 caminhões para cumprir o contrato. Baseado nos dados acima, pode-se afirmar que o número de caminhões usado naquele dia foi:
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(UPE - 2014)
Paulo é um rapaz bastante dedicado às suas atividades. Nasceu numa família simples da zona rural do estado e, desde criança, se destacou bastante nos estudos, mesmo não tendo condições sociais favoráveis. Com dezoito anos, foi morar com uma tia no centro da cidade e lá terminou o Ensino Médio, ingressando na Universidade posteriormente. Recentemente, formou-se e recebeu o diploma de enfermeiro, tornando-se chefe do setor de Enfermagem de um hospital da cidade. Em que tipo de status pode ser classificada essa mudança de posição social obtida por Paulo?
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(UPF - 2014) Nos séculos XIV e XV, a Europa medieval vivenciou uma grave crise geral, que abalou profundamente as estruturas da sociedade, abrindo espaços para a criação de relações capitalistas no interior dessas sociedades europeias, dando início ao que se convencionou chamar de Idade Moderna. Dentre as alternativas abaixo, assinale a que não caracteriza os efeitos da transição da Idade Média para a Idade Moderna.
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