FUVEST 2015

Questão 28505

(Upe 2015)  Na ilustração a seguir, extraída do Google Earth, você observa nitidamente o continente africano.

Neste, está delimitada uma ampla área por uma linha amarela e indicada pela seta. Sobre essa área, analise as afirmativas a seguir:

I. É uma região que apresenta grande potencialidade edáfica para o desenvolvimento de agricultura de ciclo longo, daí ter sido amplamente explorada pelo Sistema de Plantation.

II. Sobre essa área, instala-se, quase que permanentemente, centros anticiclônicos, que influenciam fortemente o clima regional.

III. Em face da ação cientificamente correta dos colonizadores europeus, particularmente franceses, belgas e alemães, no sul dessa área, evitou-se o desenvolvimento dos processos de desertificação que são mais enfáticos na África Equatorial.

IV. Expressivas reservas de petróleo, alvo de cobiça de grandes potências europeias, na atualidade, são encontradas nos terrenos metamórficos e ígneos do Escudo da África do Norte.

V. A área, em face da circulação atmosférica geral, apresenta-se com um notável déficit hídrico, haja vista que o processo de evaporação anual excede a precipitação, também, anual.

 

Está(ão) CORRETA(S)

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Questão 28509

(UNESP - 2015/2 - 1ª FASE)

Surgimos da confluência, do entrechoque e do caldeamento do invasor português com índios silvícolas e campineiros e com negros africanos, uns e outros aliciados como escravos. Nessa confluência, que se dá sob a regência dos portugueses, matrizes raciais díspares, tradições culturais distintas, formações sociais defasadas se enfrentam e se fundem para dar lugar a um povo novo. Novo porque surge como uma etnia nacional, que se vê a si mesma e é vista como uma gente nova, diferenciada culturalmente de suas matrizes formadoras. Velho, porém, porque se viabiliza como um proletariado externo, como um implante ultramarino da expansão europeia que não existe para si mesmo, mas para gerar lucros exportáveis pelo exercício da função de provedor colonial de bens para o mercado mundial, através do desgaste da população. Sua unidade étnica básica não significa, porém, nenhuma uniformidade, mesmo porque atuaram sobre ela forças diversificadoras: a ecológica, a econômica e a migração. Por essas vias se plasmaram historicamente diversos modos rústicos de ser dos brasileiros: os sertanejos, os caboclos, os crioulos, os caipiras e os gaúchos. Todos eles muito mais marcados pelo que têm de comum como brasileiros, do que pelas diferenças devidas a adaptações regionais ou funcionais, ou de miscigenação e aculturação que emprestam fisionomia própria a uma ou outra parcela da população.

(Darcy Ribeiro. O povo brasileiro, 1995. Adaptado.)

De acordo com o excerto, a gênese do povo brasileiro está associada

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Questão 28565

(Ufsc/2015)  

A literatura de informação

Diversos viajantes europeus que aqui estiveram, no século XVI, registraram no papel suas observações sobre a terra. Fizeram-no por obrigação profissional ou por motivos pessoais. Seus textos são basicamente depoimentos e relatos de viagem, com a finalidade de apresentar aos compatriotas um panorama do Novo Mundo. 1Sob a forma de cartas, diários, tratados ou crônicas, esses textos informativos foram escritos principalmente por portugueses.

 

OLIVIERI, A. C.; VILLA, M. A. (Org.). Cronistas do século XVI: o Brasil na visão dos descobridores. In: _____. Cronistas do descobrimento. São Paulo: Ática, 2013. p. 16.


 

Com base no texto e na leitura da obra Cronistas do descobrimento, uma seleção de textos do século XVI, organizada por Antonio Carlos Olivieri e Marco Antonio Villa, é CORRETO afirmar que:

01) alguns dos textos reunidos são de autores que escreveram para narrar à Corte as dificuldades encontradas em alto-mar antes de chegarem à América, como é o caso de “Viagem ao Brasil”, de Hans Staden, e “Viagem à terra do Brasil”, de Jean de Léry.   

02) na “Carta do achamento do Brasil”, Pero Vaz de Caminha enaltece a bravura e a perspicácia dos índios encontrados aqui. Esse mesmo tratamento será retomado mais tarde pelos escritores românticos que se dedicaram a recriar uma identidade nacional retratando os índios como guerreiros e heróis, a exemplo de José de Alencar e Gonçalves Dias.   

04) o padre Fernão Cardim, em “Tratados da terra e gente do Brasil”, descreve as riquezas da flora e da fauna brasileiras utilizando-se de verbetes. Apesar das riquezas com as quais revela ter se deparado no Brasil, no final da crônica faz uma crítica à quantidade de insetos que encontrou aqui.   

08) em “Diário de navegação”, Pero Lopes de Sousa opta pelo diário, gênero textual caracterizado pela presença de data, vocativo e linguagem coloquial. O autor faz um relato pessoal em que conversa com o leitor insistentemente, dirigindo-se a este com o uso do pronome “vós”.   

16) nem todos os textos reunidos em Cronistas do descobrimento são crônicas. Alguns visavam levar ensinamentos sobre o Novo Mundo ao leitor da Corte, o que faziam por meio de personagens animais que, utilizando-se da linguagem coloquial, apresentavam a flora e a fauna brasileiras na forma de diálogo.   

32) os textos que compõem a coletânea subscrevem-se em pelo menos quatro gêneros textuais distintos, como revela o texto (ref. 1). Apesar disso, foram agrupados em um único volume intitulado Cronistas do descobrimento tendo em vista seu valor estético e/ou histórico ao descrever o cotidiano no primeiro século de exploração do Brasil.   

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Questão 28575

(Fgvrj/2015)

Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco.

Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos.

Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.


  Ao configurar as Memórias póstumas de Brás Cubas como narrativa em primeira pessoa, conforme se verifica no trecho, Machado de Assis

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Questão 28606

(Uem/2015)  Assinale o que for correto sobre o poema abaixo e sobre seu autor, Cruz e Souza.

 

“Beleza morta”

De leve, louro e enlanguescido helianto

Tens a flórea dolência contristada...

Há no teu riso amargo certo encanto

De antiga formosura destronada.

 

No corpo, de um letárgico quebranto

Corpo de essência fina, delicada,

Sente-se ainda o harmonioso canto

Da carne virginal, clara e rosada.

 

Sente-se o errante, as harmonias

Quase apagadas, vagas, fugidias

E uns restos de clarão de Estrela acesa...

 

Como que ainda os derradeiros haustos

De opulências, de pompas e de faustos,

As relíquias saudosas da beleza.

(CRUZ E SOUSA, J. Poesias completas. São Paulo: Ediouro, 1997, p. 40)


Vocabulário

Helianto: girassol

Hausto: aspiração, trago, gole.

01) O primeiro verso do poema já apresenta uma característica formal marcante do Simbolismo, escola da qual Cruz e Sousa faz parte: o uso de aliterações, recurso que intensifica o potencial melódico da linguagem.   

02) No primeiro terceto, as referências ao vago e ao fugidio relacionam-se com a proposta literária do Simbolismo, que opta pelo sugestivo e pelo intuitivo em detrimento de uma representação objetiva e direta da realidade.   

04) Reagindo aos ditames formais do Parnasianismo contemporâneo, a lírica de Cruz e Sousa apresenta, em diversas ocasiões, poemas em versos nos quais a métrica irregular antecipa o Modernismo vindouro. A ode “Beleza morta” é um exemplo de tal procedimento.   

08) O reconhecimento imediato do valor artístico da obra de Cruz e Sousa, que se mostrou semelhante, no fim do século XIX, àquele experimentado pela de Olavo Bilac, contrasta com a crítica generalizada que essa obra sofreu no início do século seguinte, sobretudo por parte de Manuel Bandeira em seu primeiro livro publicado, Cinza das horas.   

16) A utilização de termos preciosos e vocábulos incomuns por parte dos autores simbolistas, tal como se percebe no poema “Beleza morta”, é fruto da recuperação de um dos procedimentos mais marcantes do Barroco: o conceptismo, no qual se verifica uma elaboração rebuscada da linguagem.   


 

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Questão 28623

(UNISC - 2015)  

Leia atentamente as afirmativas a seguir e assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa.

 

(     ) A Carta escrita por Pero Vaz de Caminha é considerada o primeiro texto produzido em território brasileiro.

(     ) Gonçalves Dias é um dos principais nomes do chamado condorismo no Brasil, sendo o poema “Navio negreiro” uma de suas obras mais importantes.

(     ) O livro Os sertões, de Euclides da Cunha, pode ser considerado uma obra representativa do chamado Pré-modernismo brasileiro.

(     ) Uma das características mais marcantes da obra de Carlos Drummond de Andrade é o lirismo idealizado de seus versos, que faz com que esse poeta seja considerado um dos grandes nomes do Romantismo no Brasil.

(     ) Guimarães Rosa é um dos escritores mais significativos da terceira geração do Modernismo brasileiro.

 

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo.

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Questão 28640

(UFU - 2015 - 1ª FASE)

Hípica

Saltos records

cavalos da penha

correm jóqueis de Higienópolis

Os magnatas

As meninas

E a orquestra toca chá

Na sala de cocktails

 

ANDRADE, Oswald de. Poesias reunidas. In: Obras completas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1974. v. 7, p. 129.


No poema acima, Oswald de Andrade

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Questão 28641

(Upe/2015)  

As Vanguardas europeias são movimentos artísticos e culturais, com repercussão em muitas escolas literárias brasileiras. Pode-se, inclusive, afirmar que elementos constitutivos das Vanguardas estão presentes em autores e obras da estética literária modernista. Sendo assim, diante dessa afirmativa, assinale a alternativa CORRETA.

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Questão 28653

(Ufrgs/2015)  Assinale a alternativa correta sobre a Semana de Arte Moderna.

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Questão 28700

(UEFS 2015 - Meio do ano) 

TEXTO:


Um dos produtos mais curiosos da indústria cultural digital é a chamada selfie, autorretrato feito com celular, que virou mania geral. Em lugares públicos e privados, o usuário, como quem porta um espelho, vira 5 a câmera do telefone para o próprio rosto e, “espelho, espelho meu”, descobre, por meio das redes sociais, que não existe no mundo ninguém mais bonito do que “eu”.

O autorretrato foi prática comum na história da 10 pintura e da fotografia. Hoje em dia ele, é hábito de quem tem um celular à mão. Em qualquer dos casos, a ação de autorretratar-se diz respeito a um exercício de autoimagem no tempo histórico em que técnicas tradicionais, como o óleo, a gravura, o desenho, foram 15 a base das representações de si. Hoje ele depende das novas tecnologias que, no mundo dos dispositivos, estão ao nosso alcance mais simples.

Não se pode dizer que a invenção da fotografia digital tenha intensificado apenas quantitativamente a 20 arte de autorretratar-se. Selfie não é fotografia pura e simplesmente, não é autorretrato, como os outros. A selfie põe em questão uma diferença qualitativa. Ela diz respeito a um fenômeno social relacionado com a mediação da própria imagem pelas tecnologias, em 25 específico, o telefone celular. De certo modo, o aparelho celular constitui, hoje, tanto  a  democratização  quanto a  banalização da  máquina de fotografar; sobretudo, do gesto de fotografar.

O celular tornou-se, além de tudo o que ele já era, 30 enquanto meio de comunicação e de subjetivação, um espelho. Nosso rosto é o que jamais veremos senão por meio do espelho. Mas é o rosto do outro que é nosso primeiro espelho. O conhecimento de nosso próprio rosto surge muito depois do encontro com o rosto do outro. 35 Em nossa época, contudo, cada um compraz-se mais com o próprio rosto do que com o alheio. O espelho, em seu sentido técnico, apenas nos dá a dimensão da imagem do que somos, não do que podemos ser. Ora, no tempo das novas tecnologias que tanto democratizam 40 como banalizam a maior parte de nossas experiências, talvez a experiência atual com o rosto seja a de sua banalização.

TIBURI, Márcia. Culto do espelho - Selfie e narcisismo contemporâneo. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/ home/2014/11/  culto-doespelho/. Acesso em: 9  mar.  2015.

A leitura do texto permite afirmar corretamente: 

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