FUVEST 2015

Questão 2069

(Ufsm 2015)

Em 2014, o jesuíta José de Anchieta foi canonizado pelo Papa Francisco I, tornando-se o terceiro santo brasileiro. Muito embora tenha nascido nas Ilhas Canárias, Anchieta ficou conhecido como o “Apóstolo do Brasil”, legando-nos importantes textos, os quais dão a tônica da função da literatura no início do período colonial brasileiro. Entre seus poemas, destaca-se “A Santa Inês”. No poema, nota-se o emprego figurativo e religioso do mais básico dos alimentos da época: o pão.

A Santa Inês

Na Vinda de sua Imagem


Cordeirinha linda,
Como folga o povo
Porque vossa vinda
Lhe dá lume novo!
[...]

Também padeirinha
Sois de nosso povo,
Pois, com vossa vinda,
Lhe dais trigo novo.
Não é de 1Alentejo
Este vosso trigo,
Mas Jesus amigo
E vosso desejo.
[....]

O pão que amassastes
Dentro em vosso peito,
É o amor perfeito
Com que a Deus amastes.
Deste vos fartastes,
Deste dais ao povo,
Porque deixe o velho
Pelo trigo novo.
[...]

Glossário
1Alentejo: região de Portugal.

 

Composto de versos de ________ sílabas métricas, “A Santa Inês” celebra a chegada da imagem da santa a um povoado. Para homenageá-la, o eu lírico chama-lhe de “padeirinha”, pois traria um “trigo novo” para “alimentar” o povo: o exemplo do amor a Cristo. Esse uso figurativo da linguagem caracteriza uma _______________. 

Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas.

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Questão 2075

(Ufsm 2015) Os hábitos alimentares estão entre os principais traços culturais de um povo. Era de se esperar, portanto, que houvesse alguma menção sobre o assunto no primeiro contato entre os portugueses e os nativos, conforme relatado na Carta de Pero Vaz de Caminha. De fato, Caminha escreve a respeito da reação de dois jovens nativos que foram ate a caravela de Cabral e que experimentaram alimentos oferecidos pelos portugueses:

Deram-lhe[s] de comer: pão e peixe cozido, confeitos, bolos, mel e figos passados. Não quiseram comer quase nada de tudo aquilo. E se provavam alguma coisa, logo a cuspiam com nojo. Trouxeram-lhes vinho numa taça, mas apenas haviam provado o sabor, imediatamente demonstraram não gostar e não mais quiseram. Trouxeram-lhes água num jarro. Não beberam. Apenas bochechavam, lavando as bocas, e logo lançavam fora.

Fonte: CASTRO, Silvio (org.) A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 2003, p. 93.


A partir da leitura do fragmento, são feitas as seguintes afirmativas:

I. No fragmento, ao dar destaque as reações dos nativos frente à comida e a bebida oferecidas, Caminha registra o comportamento diferenciado deles quanto aos itens básicos da alimentação de um europeu.

II. No fragmento, percebe-se a antipatia de Caminha pelos nativos, o que se confirma na leitura do restante da carta quanto a outros aspectos dos indígenas, como sua aparência física.

III. O predomínio de verbos de ação, numa sequência de eventos interligados cronologicamente, confere um teor narrativo ao texto.

Está(ão) correta(s)

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Questão 2078

 (Udesc 2015) 

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. 

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Questão 2214

(Ufrgs 2015)

Leia abaixo o soneto de Gregório de Matos Guerra, e Poesia, de Carlos Drummond de Andrade.

A certa personagem desvanecida

Um soneto começo em vosso gabo:

Contemos esta regra por primeira;

Já lá vão duas, e esta é a terceira,

Já este quartetinho está no cabo,

Na quinta torce agora a porca o rabo;

A sexta vá também d’ esta maneira:

Na sétima entro já com grã canseira,

E saio dos quartetos muito brabo.

Agora nos tercetos que direi:

Direi que vós,

Senhor, a mim me honrais Gabando-vos a vós, e eu fico um rei.

N’esta vida um soneto já ditei;

Se d’esta agora escapo, nunca mais:

Louvado seja Deus, que o acabei.
____________________________________________________________________________________________________________________________
Poesia

Gastei uma hora pensando em um verso que a pena não quer escrever.

No entanto de está cá dentro inquieto, vivo.

Ele está cá dentro e não quer sair.

Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira.

___________________________________________________________________________________________________________________________________________

Considere as seguintes afirmações sobre os dois textos.

I. Os dois poemas, embora reflitam sobre o fazer poético, encararam-no de modo diverso.
II. A criação poética, para Gregório de Matos Guerra,  é  árdua,  mesmo  com  a  ajuda  do rei e com a inspiração divina.
III. A criação poética, para Drummond, é árdua, por ser um ato interno que requer persistência, pois nem sempre a inspiração gera um poema.

Quais estão corretas? 

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Questão 2247

(UNESP - 2015 - 1 FASE ) No terceiro parágrafo, a comparação do coronel com uma ave pernalta representa: 

 

 

 

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Questão 2248

 (Fuvest 2015) Ao comentar o bilhete de Virgília, o narrador se vale, principalmente, do seguinte recurso retórico:

 

 

 

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Questão 2326

(Unifesp-2015) Analise a capa de um folder de uma campanha de trânsito.

Questão 94061 16 UNIFESP 2015 - Estuda.com ENEM - O maior site de ...

Explicitando-se os complementos dos verbos em “Eu cuido, eu respeito.”, obtém-se, em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa:

 

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Questão 2328

(Uemg 2015) Considerando a análise de aspectos linguísticos dos trechos abaixo, extraídos da obra “Você Verá”, marque (V) para os comentários verdadeiros e (F) para os falsos. Em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.

( ) Em “Acho a astrologia a ciência dos tolos, e, até prova em contrário, não me considero um deles.” Houve um desvio da norma padrão, que prescreve como certa a expressão “até provem o contrário”, em substituição à expressão sublinhada.

( ) Em “Foi um morticínio, uma coisa que ninguém na região nunca vira(...)”, a palavra morticínio significa assassinato em série.

morticínio significa assassinato em série.

( ) O que aconteceu com o nome do narrador do conto Bem - Stanislaw > Lauro > Lau > Stan - é um fenômeno linguístico semelhante ao ocorrido com o pronome de tratamento Vossa Mercê - Vosmecê > você > cê.

( ) Em “(...) que direito tinha o Bem de se tornar milionário?”, o pronome sublinhado aparece anteposto ao verbo (próclise), uma vez que a preposição o atrai, segundo a norma padrão.

( ) Em “(...) quando a mãe a levava à matinê.” e “(...) pois ainda escutava em mim as risadas”, os pronomes sublinhados são classificados, respectivamente, como oblíquo  átono e oblíquo tônico.

( ) Em “Minha mãe sempre dizia: 'Deus protege quem trabalha’”, a regência do verbo proteger não está de acordo com a norma padrão, uma vez que ele é transitivo indireto e, por isso, rege preposição, como em: 'Deus protege a quem trabalha’”.

 

A sequência correta é

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Questão 2329

(Uerj 2015) A crônica é um gênero textual que frequentemente usa uma linguagem mais informal e próxima da oralidade, pouco preocupada com a rigidez da chamada norma culta. Um exemplo claro dessa linguagem informal, presente no texto, está em:

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Questão 2330

(FUVEST - 2015)

O OPERÁRIO NO MAR


Na rua passa um operário. Como vai firme! Não tem blusa.
No conto, no drama, no discurso político, a dor do operário
está na sua blusa azul, de pano grosso, nas mãos grossas,
nos pés enormes, nos desconfortos enormes. Esse é um
homem comum, apenas mais escuro que os outros, e com
uma significação estranha no corpo, que carrega desígnios
e segredos. Para onde vai ele, pisando assim tão firme? Não
sei. A fábrica ficou lá atrás. Adiante é só o campo, com
algumas árvores, o grande anúncio de gasolina americana e
os fios, os fios, os fios. O operário não lhe sobra tempo de
perceber que eles levam e trazem mensagens, que contam
da Rússia, do Araguaia, dos Estados Unidos. Não ouve, na
Câmara dos Deputados, o líder oposicionista vociferando.
Caminha no campo e apenas repara que ali corre água, que
mais adiante faz calor. Para onde vai o operário? Teria
vergonha de chamá-lo meu irmão. Ele sabe que não é,
nunca foi meu irmão, que não nos entenderemos nunca. E
me despreza... Ou talvez seja eu próprio que me despreze a
seus olhos. Tenho vergonha e vontade de encará-lo: uma
fascinação quase me obriga a pular a janela, a cair em
frente dele, sustar-lhe a marcha, pelo menos implorar-lhe
que suste a marcha. Agora está caminhando no mar. Eu
pensava que isso fosse privilégio de alguns santos e de
navios. Mas não há nenhuma santidade no operário, e não
vejo rodas nem hélices no seu corpo, aparentemente banal.
Sinto que o mar se acovardou e deixou-o passar. Onde
estão nossos exércitos que não impediram o milagre? Mas
agora vejo que o operário está cansado e que se molhou,
não muito, mas se molhou, e peixes escorrem de suas mãos.
Vejo-o que se volta e me dirige um sorriso úmido. A palidez
e confusão do seu rosto são a própria tarde que se
decompõe. Daqui a um minuto será noite e estaremos
irremediavelmente separados pelas circunstâncias
atmosféricas, eu em terra firme, ele no meio do mar. Único
e precário agente de ligação entre nós, seu sorriso cada vez
mais frio atravessa as grandes massas líquidas, choca-se
contra as formações salinas, as fortalezas da costa, as
medusas, atravessa tudo e vem beijar-me o rosto, trazer-me
uma esperança de compreensão. Sim, quem sabe se um dia
o compreenderei?

ANDRADE, Carlos Drummond de. Sentimento do mundo.

Dentre estas propostas de substituição para diferentes trechos do texto, a única que NÃO está correta do ponto de vista da norma-padrão é:

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