FUVEST 2015

Questão 38191

(UDESC - 2015)

Capítulo II


Como os homens daquela terra principiaram a tratar conosco, das suas casas e de alguns peixes que ali há, muito diversos dos nossos.
 
Naquele mesmo dia, que era no oitavário da Páscoa, a 26 de abril, determinou o capitão-mor de ouvir missa, e assim mandou armar uma tenda naquela praia, e debaixo dela um altar, e toda a gente da armada assistiu tanto à missa como à pregação, 1juntamente com muitos dos naturais, que bailavam e tangiam nos seus instrumentos; logo que se acabou, voltamos aos navios, e aqueles homens entravam no mar até aos peitos, cantando e fazendo muitas festas e folias. Depois de jantar tornou a terra o capitão-mor, e a gente da armada para espairecer com eles, e achamos neste lugar um rio de água doce. Pela volta da tarde tornamos às naus e no dia seguinte determinou-se fazer aguada e tomar lenhas, 2pelo que fomos todos a terra e os naturais vieram conosco para ajudar-nos. 3Alguns dos nossos caminharam até uma povoação onde eles habitavam, coisa de três milhas distante do mar, 4e trouxeram de lá papagaios e uma raiz chamada inhame, que é o pão de ali que usam, e algum arroz, dando-lhe os da armada cascáveis e folhas de papel em troca do que recebiam. Estivemos neste lugar cinco ou seis dias; 5os homens, como já dissemos, são baços, e andam nus sem vergonha, têm os seus cabelos grandes e a barba pelada; as pálpebras e sobrancelhas são pintadas de branco, negro, azul ou vermelho; trazem o beiço de baixo furado e 6metem-lhe um osso grande como um prego; outros trazem uma pedra azul ou verde e assobiam pelos ditos buracos; as mulheres andam igualmente nuas, são bem feitas de corpo e trazem os cabelos compridos. As suas casas são de madeira, cobertas de folhas e ramos de árvores, com muitas colunas de pau pelo meio e entre elas e as paredes pregam redes de algodão, nas quais pode estar um homem, e de [baixo] cada uma destas redes fazem um fogo, de modo que numa só casa pode haver quarenta ou cinqüenta leitos armados a modo de teares.
 


OLIVIERI, Antonio Carlos e VILLA, Marco Antonio. Cronistas do descobrimento. São Paulo: Editora Ática, 1999, pp. 30 e 31.
 

Analise as proposições em relação à obra Cronistas do descobrimento, Olivieri, Antonio Carlos e Villa, Marco Antonio e ao texto.
 
I. Da leitura do texto, infere-se que havia, a princípio, contato amistoso entre os homens da nau de Pedro Álvares Cabral e os índios que aqui residiam.


II. No período “Como os homens daquela terra principiaram a tratar conosco” se a preposição destacada for substituída por de a regência do verbo permanece de acordo com língua padrão.


III. É a partir dos textos literários que remontam o século XVI que a corrente modernista vai se apoiar para propor uma nova ideia de nacionalismo – uma releitura dos moldes da Literatura de Informação em relação ao nacionalismo.


IV. A leitura da obra leva o leitor a inferir que esta não é apenas uma obra que retrata a historiografia do período da Literatura de Informação, mas também traz resquícios de valores estéticos que remontam os textos literários do período medieval.


V. Nas estruturas linguísticas “os homens, como já dissemos, são baços” (referência 5) e “metem-lhe um osso grande como um prego” (referência 6) constata-se que o emprego das estruturas paralelísticas foi na intenção de estabelecer uma comparação, aludindo às características físicas dos nativos.
 
Assinale a alternativa correta.

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Questão 38221

(IMED - 2015) 

Expressão do poeta romano Horácio, Carpe diem é popularmente traduzida do latim para “aproveite o dia”. O professor John Keating, personagem de Robin Williams no filme estadunidense Dead Poets Society, no Brasil “Sociedade dos poetas mortos”, buscou motivar seus alunos entusiasmado por tal lema. Ideia presente na poesia inglesa dos séculos XVI e XVII, também inspirou poetas brasileiros, sendo uma das principais características do:

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Questão 38251

(PUC/RS - 2015) 

Leia o trecho de O cortiço, de Aluísio de Azevedo, e preencha as lacunas.

Bertoleza é que continuava na cepa torta, sempre a mesma crioula suja, sempre atrapalhada de serviço, sem domingo nem dia santo: essa, em nada, em nada absolutamente, participava das novas regalias do amigo: pelo contrário, à medida que ele galgava posição social, a desgraçada fazia-se mais e mais escrava e rasteira.

A personagem Bertoleza em O cortiço, de Aluísio de Azevedo, representa o fatalismo_________ que se presentifica em muitas obras _________, pautadas pela forte influência de escritores franceses como _________. 

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Questão 38252

(UNISC - 2015)  

Leia atentamente o trecho a seguir, do conto A cartomante, e, depois, assinale a alternativa correta a respeito das obras de Machado de Assis.

“Vilela, Camilo e Rita, três nomes, uma aventura, e nenhuma explicação das origens. Vamos a ela. Os dois primeiros eram amigos de infância. Vilela seguiu a carreira de magistrado. Camilo entrou no funcionalismo, contra a vontade do pai, que queria vê-lo médico; mas o pai morreu, e Camilo preferiu não ser nada, até que a mãe lhe arranjou um emprego público. No princípio de 1869, voltou Vilela da província, onde casara com uma dama formosa e tonta; abandonou a magistratura e veio abrir banca de advogado. (…) Camilo quis sinceramente fugir, mas já não pôde. Rita como uma serpente, foi-se acercando dele, envolveu-o todo, fez-lhe estalar os ossos num espasmo, e pingou-lhe o veneno na boca. Ele ficou atordoado e subjugado. Vexame, sustos, remorsos, desejos, tudo sentiu de mistura; mas a batalha foi curta e a vitória delirante. Adeus, escrúpulos! Não tardou que o sapato se acomodasse ao pé, e aí foram ambos, estrada fora, braços dados, pisando folgadamente por cima de ervas e pedregulhos, sem padecer nada mais que algumas saudades, quando estavam ausentes um do outro. A confiança e estima de Vilela continuavam a ser as mesmas.”

(ASSIS, Joaquim Maria Machado de. A cartomante. In:____. Contos escolhidos. São Paulo: Martin Claret, 2001, p. 53-55)

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Questão 38253

(FGV/RJ - 2015)  

Texto para a(s) questão(ões) a seguir

    Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco.
    Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos.

Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas

Pode-se apontar, no texto, a contradição, que repercute na obra a que ele pertence, entre

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Questão 38273

(UEG - 2015)  

Lembrança de morrer 

[...] 
Eu deixo a vida como deixa o tédio 
Do deserto o poento caminheiro, 
- Como as horas de um longo pesadelo 
Que se desfaz ao dobre sineiro 
[...] 

AZEVEDO, Álvares de. Poesias completas de Álvares de Azevedo. 7. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995. p. 37. 


Este fragmento mostra uma atitude escapista típica do romantismo. O eu lírico idealiza

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Questão 38274

(FGV/RJ - 2015)  Caracteriza o Romantismo, na literatura brasileira,

I. o desejo de exprimir sentimentos como orgulho patriótico, considerado, então, algo de primordial importância;
II. a intenção de criar uma literatura independente, diversa, de identidade bem marcada;
III. a percepção da atividade literária como parte indispensável da tarefa patriótica de construção nacional.

Está correto o que se afirma em

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Questão 38397

(Upe 2015)  Em relação à Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto, coloque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

(     ) Trata-se do relato da história de um retirante que, tomando como modelo Vidas secas, deixa seu torrão natal e vai para a metrópole em busca de melhor qualidade de vida. Assim, Severino, protagonista do Auto de Natal pernambucano, chega ao Recife e consegue ascender socialmente, pois é contratado para trabalhar em uma fábrica atingindo seus objetivos.
(     ) Integra o texto cabralino uma cena intitulada Funeral do lavrador, composta por redondilhas, a qual foi musicada por Chico Buarque de Holanda, na década de 1970, momento de plena ditadura. Contudo, o texto não sofreu nenhuma censura do sistema constituído, por não apresentar ideologia, na época, considerada subversiva.
(     ) Morte e vida severina segue a estrutura de um auto. Como romance que é, em treze capítulos, a personagem central desloca-se da Serra da Costela, situada no interior de Alagoas, vem margeando o Rio Capibaribe, chega ao Recife, onde se encontra com Mestre Carpina.
(     ) O texto de João Cabral é composto por versos metrificados, redondilhas, numa perfeita harmonia entre a personagem e a linguagem, peculiar à literatura popular desde os autos do teatrólogo português Gil Vicente até a atualidade.
(     ) Nos versos: “E se somos Severinos / iguais em tudo na vida, / morremos de morte igual, / mesma morte severina: / que é a morte de que se morre / de velhice antes dos trinta”, encontramos o uso de aliterações que trazem musicalidade ao texto. Além disso, a palavra severina exerce uma função adjetiva, pois qualifica o substantivo morte de modo criativo e inusitado.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.

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Questão 38403

(UPF - 2015)

Na década de 1950, surge, no Brasil, o movimento da poesia concreta, liderado pelos irmãos Augusto e Haroldo de Campos e por Décio Pignatari. Algumas características marcantes da poesia concreta são:

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Questão 38803

O conjunto S é formado pela solução da inequação dada a seguir, com x inmathbb{Z}.

left(frac{1}{5}
ight)^{x(x+5)}-left(frac{1}{25}
ight)^{x+2} geq 0.

O número de conjuntos de 3 elementos cada um, que podemos formar com os elementos obtidos em S é igual a:

 

 

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