FUVEST 2017

Questão 35514

(UEL 2017 - 2a fase) Leia os textos a seguir.

Vão completamente nus, homens e mulheres, como suas mães os pariram... Este rei e todos os seus andavam nus como tinham nascido, assim como suas mulheres, sem nenhum embaraço... as mulheres, pelo menos, podiam ser mais cuidadosas.

(TODOROV, T. Diários de Colombo. In. A Conquista da América. A Questão do Outro. São Paulo: Martins Fontes, 1983. p.41.)

A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixar de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência. Ambos traziam o beiço de baixo furado e metido nele um osso verdadeiro, de comprimento de uma mão travessa, e da grossura de um fuso de algodão, agudo na ponta como um furador.

(CAMINHA, P. V. Carta de Pero Vaz de Caminha. Biblioteca Nacional, 1500. Acervo digital. Disponível em: <https://www.bn.gov.br/tags/ pero-vaz-caminha>. Acesso em: 21 set. 2016.)

Desejo tudo de bom para nossos compatriotas indígenas. Não acho que devemos nada a eles. A humanidade sempre operou por contágio, contaminação e assimilação entre as culturas. Apenas hoje em dia equivocados de todos os tipos afirmam o contrário como modo de afetação ética. Desejo que eles arrumem trabalho, paguem impostos como nós e deixem de ser dependentes do Estado. Sou contra parques temáticos culturais (reservas) que incentivam dependência estatal e vícios típicos de quem só tem direitos e nenhum dever. Adultos condenados à infância moral seguramente viram pessoas de mau-caráter com o tempo.

(PONDÉ, L. F. Guarani Kaiowá de boutique. Folha de S. Paulo. 19 nov. 2012. Disponível em: <http://www1.folha.uol.br/colunas/ luizfelipeponde/1187356-guarani-kaiowa-de-boutique.shtml>. Acesso em: 21 set. 2016.)

 

Os fragmentos dos textos falam sobre os povos e as culturas indígenas. Dois deles são de europeus (Cristóvão Colombo e Pero Vaz de Caminha) e datam, respectivamente, dos séculos XV e XVI. O último deles é de um brasileiro, Luiz Felipe Pondé, um filósofo do século XX.

Com base nesses textos, nessas informações e nos conhecimentos a respeito dos povos indígenas da América, responda aos itens a seguir.


a) Discorra sobre as diferenças presentes nesses três textos.


b) Discorra sobre as semelhanças presentes nesses três textos.

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Questão 35515

(UEL 2017 - 2a fase) 

A respeito do período conhecido como Idade Média, durante muito tempo, historiadores e literatos referiam-se a esses séculos como “Idade das Trevas”. Segundo a historiadora Nuncia S. de Oliveira, por mais que se tenha repensado essas ideias, elas ainda persistem na atualidade. Para a autora,

afinal, quantas vezes não ouvimos críticas àqueles que porventura têm um comportamento fora daqueles tidos como “civilizados” serem chamados de “bárbaros”? Quantas vezes não encontramos o adjetivo medieval ser usado para definir comportamentos violentos? Ou ainda, quem nunca ouviu alguém dizer “não vivemos mais na Idade Média” desejando exaltar a mudança de comportamentos para atitudes “inovadoras” ou “modernas”?


(OLIVEIRA, N. S. O estudo da Idade Média em livros didáticos e suas implicações no Ensino de História. Cadernos de Aplicação. n.1. v.23. jan./jun. 2010. p.101-125.)

A respeito dessas afirmações que a autora cita, responda aos itens a seguir.


a) Por que se construiu a ideia de Idade Média como a autora coloca?


b) Pode-se ou não contestar essa noção sobre a Idade Média? Justifique sua resposta.

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Questão 35516

(UEL 2017 - 2a fase) Leia o texto e analise a imagem a seguir.

Vou falar hoje, neste bicentenário, da conjuração mineira, menos sobre as consequências desta prisão do que sobre as causas da chamada Inconfidência Mineira, designação de que francamente não gosto, e que não uso; a palavra inconfidência vem dos donos do poder e não da oposição. Vem da contrarrevolução e não da revolução; e, enfim, o objeto das nossas comemorações é uma revolução frustrada, não uma repressão bem-sucedida. É bom que estejamos bem claros sobre isto.

(MAXWELL, K. Conjuração mineira: novos aspectos. Estudos Avançados. v.3. n.6. maio/ago. 1989. p.4.)

 

Com base no texto, na imagem e nos conhecimentos a respeito da Inconfidência ou Conjuração Mineira, responda aos itens a seguir.


a) Discorra sobre esse movimento denominado de Inconfidência ou Conjuração Mineira, ocorrido em Minas Gerais, em 1789.


b) Analise a representação de Tiradentes na pintura elaborada por Pedro Américo, após a proclamação da República no Brasil.

 

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Questão 35517

(UEL 2017 - 2a fase) 

Leia o trecho do discurso de George Bush, a seguir, após os ataques às “Torres Gêmeas”, em 11 de setembro de 2001.

Não esquecerei a ferida causada a este país ou aqueles que a infligiram. Não recuarei, não repousarei, não vacilarei na manutenção dessa batalha pela liberdade e segurança do povo dos Estados Unidos. O curso do conflito ainda não é conhecido, mas seu desfecho é certo. Liberdade e medo, justiça e crueldade sempre estiveram em guerra, e sabemos que Deus não é neutro entre eles.

(Disponível em: <https://noticias.terra.com.br/mundo/estados-unidos/confira-na-integra-o-discurso-de-bush-apos-os-ataques-de-119, 50fb27721cfea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html>. Acesso em: 20 jul. 2016.)

 

Com base nesse trecho e nos conhecimentos a respeito da história contemporânea, cite e analise uma das decisões tomadas pelo governo norte-americano em decorrência dos atentados às torres doWorld Trade Center, em 11 de setembro de 2001.

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Questão 35578

(UEL 2017 - 2a fase) Leia o poema a seguir.

 

ROMARIA

Os romeiros sobem a ladeira                                                                                         Meu Bom Jesus que tudo podeis,
cheia de espinhos, cheia de pedras,                                                                             humildemente te peço uma graça.
sobem a ladeira que leva a Deus                                                                                  Sarai-me, Senhor, e não desta lepra,
e vão deixando culpas no caminho.                                                                              do amor que eu tenho e que ninguém me tem.
Os sinos tocam, chamam os romeiros:                                                                          Senhor, meu amo, dai-me dinheiro,
Vinde lavar os vossos pecados.                                                                                    muito dinheiro para eu comprar
Já estamos puros, sino, obrigados,                                                                               aquilo que é caro mas é gostoso
mas trazemos flores, prendas e rezas.                                                                         e na minha terra ninguém pissui.
No alto do morro chega a procissão.                                                                             Jesus meu Deus pregado na cruz,
Um leproso de opa empunha o estandarte.                                                                  me dá coragem pra eu matar
As coxas das romeiras brincam no vento.                                                                    um que me amola de dia e de noite
Os homens cantam, cantam sem parar.                                                                       e diz gracinhas a minha mulher.
Jesus no lenho expira magoado.                                                                                  Jesus Jesus piedade de mim.
Faz tanto calor, há tanta algazarra.                                                                              Ladrão eu sou mas não sou ruim não.
Nos olhos do santo há sangue que escorre.                                                                Por que me perseguem não posso dizer.
Ninguém não percebe, o dia é de festa.                                                                       Não quero ser preso, Jesus ó meu santo.
No adro da igreja há pinga, café,                                                                                 Os romeiros pedem com os olhos,
imagens, fenômenos, baralhos, cigarros                                                                     pedem com a boca, pedem com as mãos.
e um sol imenso que lambuza de ouro                                                                         Jesus já cansado de tanto pedido
o pó das feridas e o pó das muletas.                                                                           dorme sonhando com outra humanidade.
(ANDRADE, C. D. Alguma poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p.76-77.)

Com base no poema, responda aos itens a seguir.
a) Ao se ler o poema, reconhecem-se diferenças entre as preces dos romeiros e a perspectiva do eu lírico. Explique essa diferença e caracterize as várias preces dos romeiros.
b) Na segunda estrofe, há um diálogo? Justifique sua resposta.

 

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Questão 35579

(UEL 2017 - 2a fase) 

Leia, a seguir, o comentário crítico sobre o romance O Ateneu, de Raul Pompeia, e o fragmento extraído da obra.

Acumulam-se situações e experiências, como reflexos de caracteres e intenções, selecionados e comunicados do ponto de vista subjetivo do autor-personagem. Assim, a memória evocadora sofre contínuas interferências subconscientes, de forma a substituir a noção de tempo objetivo pela duração interior e ir de encontro aos processos realistas então frequentes de abordagem ou observação da vida. O ângulo de visão do mundo ou da realidade é essencialmente subjetivo, impondo-se como o principal elemento de unidade da obra. Domina nela a presença de Sérgio adolescente sob a vigilância esclarecedora de Sérgio adulto, na pessoa do romancista, pelo que se pode falar em autor-personagem. Essa correlação se impõe pela necessidade imperiosa de reconquistar o equilíbrio da experiência passada, mas que continua a atuar no presente de maneira opressiva.
(CANDIDO, A.; CASTELLO, J. A. Presença da Literatura Brasileira: história e antologia. I Das origens ao realismo. 5.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1992. p.349-350.)

Aludi várias vezes ao revestimento exterior de divindade com que se apresentava habitualmente Aristarco. Era um manto transparente, da natureza daquele tecido leve de brisas trançadas de Gautier, manto sobrenatural que Aristarco passava aos ombros, revelando do estofo nada mais que o predicado de majestade, geralmente estranho à indústria pouco abstrata dos tecelões e à trama concreta das lançadeiras. Ninguém conseguia tocar com o dedo a misteriosa púrpura. Sentia-se, porém, o influxo da realeza impalpável. Assim é que um simples olhar do diretor imobilizava o colégio fulminantemente, como se levasse no brilho ameaças de todo um despotismo cruento.
(POMPEIA, R. O Ateneu. 4.ed. São Paulo: Martin Claret, 2013. cap.4. p.69-70.)

Com base na leitura do fragmento crítico e do trecho destacado da obra, explique a correlação entre Sérgio adolescente e Sérgio adulto.

 

 

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Questão 35580

(UEL 2017 - 2a fase) Leia o fragmento do conto “Colheita”, de Nélida Piñon, a seguir.

COLHEITA

[...]
Até que ele decidiu partir. [...]
Viveram juntos todas as horas disponíveis até a separação. Sua última frase foi simples: com você conheci o
paraíso. A delicadeza comoveu a mulher, embora os diálogos do homem a inquietassem. A partir desta data
trancou-se dentro de casa. [...]
Em toda a aldeia a atitude do homem representou uma rebelião a se temer. Seu nome procuravam banir de
qualquer conversa. [...]
A mulher raramente admitia uma presença em sua casa. Os presentes entravam pela janela da frente, sempre
aberta para que o sol testemunhasse a sua própria vida, mas abandonavam a casa pela porta dos fundos,
todos aparentemente intocáveis. [...]
Jamais faltou uma flor diariamente renovada próxima ao retrato do homem. Seu semblante de águia. Mas,
com o tempo, além de mudar a cor do vestido, antes triste agora sempre vermelho, e alterar o penteado, pois
decidira manter os cabelos curtos, aparados rentes à cabeça – decidiu por eliminar o retrato. [...]
Quando já se tornava penoso em excesso conservar-se dentro dos limites da casa, [...] A aldeia viu o modo
de ele bater na porta com a certeza de se avizinhar ao paraíso. Bateu três vezes, ela não respondeu. Mais
três e ela, como que tangida à reclusão, não admitia estranhos. Ele ainda herói bateu algumas vezes mais,
até que gritou seu nome, sou eu, então não vê, então não sente, ou já não vive mais, serei eu logo o único a
cumprir a promessa?
Ela sabia agora que era ele. Não consultou o coração para agitar-se, melhor viver a sua paixão. Abriu a porta
e fez da madeira seu escudo. [...]
(PIÑON, N. Melhores contos de Nélida Piñon. São Paulo: Global, 2014. p.151-159.)

 

Confronte a vida do casal, associada ao paraíso, com a eliminação do retrato do marido, correlacionando tais imagens com as atitudes das personagens.

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Questão 35581

(UEL 2017 - 2a fase) Leia o fôlder a seguir.

 

Com base na leitura do fôlder, responda aos itens a seguir.
a) O que difere o uso dos termos sublinhados nas sentenças “Consulte sempre um médico ao perceber os sintomas” e “Os sintomas iniciais podem ser semelhantes aos da gripe”?


b) Na frase “Assim como a gripe, a pneumonia pneumocócica pode ser prevenida através da vacinação”, se fosse omitida a expressão “como a gripe”, o sentido original estaria mantido? Por quê?

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Questão 35592

(UEL 2017)

Com base no mapa ao lado e nos conhecimentos sobre a bacia hidrográfica do Rio São Francisco, ou do “Velho Chico”, como é conhecido, responda aos itens a seguir.

a) Descreva duas características físicas que conferem importância econômica e social a esse contexto geográfico.

b) Cite uma das problemáticas ambientais e analise suas implicações para os diferentes usuários do “Velho Chico”.

 

(Disponível em: <http://projects.inweh.unu.edu/inweh/inweh/content/3128>. Acesso em: 30 jul. 2016.)

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Questão 35593

(UEL 2017)

Analise as figuras a seguir.

(Disponível em: <http://www.ispn.org.br/arquivos/mapa-desmatamento-cerrado.jpg>. Acesso em: 12 ago. 2016.)

As figuras 1 e 2 mostram a distribuição da vegetação no bioma Cerrado nos Estados brasileiros.

Cite e explique dois fatores que justificam as alterações ocorridas ao longo do tempo.

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