(UEL 2017) Leia o texto e o mapa a seguir.
Os primeiros a fazerem uso da erva-mate foram os índios Guaranis, que habitavam a região definida pelas bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, na época da chegada dos colonizadores espanhóis. Da metade do século XVI até 1632, a extração de erva-mate era a atividade econômica mais importante da Província Del Guairá, território que abrangia praticamente o Paraná e no qual foram fundadas 3 cidades espanholas e 15 reduções jesuíticas.
Com base nos conhecimentos sobre a presença da erva-mate Ilex paraguariensis no Estado do Paraná, considere as afirmativas a seguir.
Assinale a alternativa correta.
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(UNB/PAS - 2017 - 1ª ETAPA)
No techo I a seguir, da obra As intermitências da morte, de José Saramago, a morte anuncia, em rede nacional de televisão, por meio de uma carta, que voltará à atividade depois de ter deixado de matar as pessoas, por alguns meses, em determinado país (não nomeado no livro). Na carta, a morte afirma que passará a dar uma espécie de aviso prévio aos seres humanos, avisando-os com uma semana de antecedência da data de sua morte. No trecho II, da mesma obra, o autor sugere que se imagine o momento em que um homem com "estupenda saúde", que estava a caminho do trabalho, recebe o aviso de que morrerá em uma semana.
Trecho I
(...)
senhor director-geral da televisão nacional, (...) venho informar de que a partir da meia-noite de hoje se voltará a morrer tal como sucedia, sem protestos notórios, desde o princípio dos tempos e até ao dia trinta e um de dezembro do ano passado, devo explicar que a intenção que me levou a interromper a minha actividade, a parar de matar, a embainhar a emblemática gadanha que imaginativos pintores e gravadores doutro tempo me puseram na mão, foi oferecer a esses seres humanos que tanto me detestam uma pequena amostra do que para eles seria viver sempre, (...) passado este período de alguns meses a que poderíamos chamar de prova de resistência ou de tempo gratuito e tendo em conta os lamentáveis resultados da experiênCia, tanto de um ponto de vista moral, isto é, filosófico, como de um ponto de vista pragmático, isto é, social, considerei que o melhor para as famílias e para a sociedade no seu conjunto, (...) seria vir a público reconhecer o equivoco de que sou responsável e anunciar o imediato regresso à normalidade, o que significará que a todas aquelas pessoas que já deveriam estar mortas, mas que, com saúde ou sem ela, permaneceram neste mundo, se lhes apagará a candeia da vida quando se extinguir no ar a última badalada da meia-noite, (...) portanto resignem-se e morram sem discutir porque de nada lhes adiantaria, porém, um ponto há em que sinto ser minha obrigação dar a mão à palmatória, o qual tem que ver com o injusto e cruel procedimento que vinha seguindo, que era tirar a vida às pessoas à falsa-fé, sem aviso prévio, sem dizer água-vai, tenho de reconhecer que se tratava de uma indecente brutalidade, quantas vezes não dei nem sequer tempo a que fizessem testamento, é certo que na maior parte dos casos lhes mandava uma doença para abrir caminho, mas as doenças têm algo de curioso, os seres humanos sempre esperam safar-se delas, de modo que só quando já é tarde de mais se vem a saber que aquela iria ser a última, enfim, a partir de agora toda a gente passará a ser prevenida por igual e terá um prazo de uma semana para pôr em ordem o que ainda lhe resta de vida, fazer testamento e dizer adeus à família, pedindo perdão pelo mal feito ou fazendo as pazes com o primo com quem desde há vinte anos estava de relações cortadas, dito isto, senhor director-geral da televisão nacional, só me resta pedir-lhe que faça chegar hoje mesmo a todos os lares do país esta minha mensagem autógrafa, que assino com o nome com que geralmente se me conhece, morte (...)
Trecho II
Imagine-se uma pessoa, dessas que gozam de uma esplêndida saúde, dessas que nunca tiveram uma dor de cabeça, optimistas por princípio e por claras e objectivas razões, e que, uma manhã, saindo de casa para o trabalho, encontra na rua o prestimoso carteiro da sua área, que lhe diz, Ainda bem que o vejo, senhor fulano, trago aqui uma carta para si.
(...)
Caro senhor, lamento comunicar-lhe que a sua vida terminará no prazo irrevogável e improrrogável de uma semana, aproveite o melhor que puder o tempo que lhe resta, sua atenta servidora, morte. A assinatura vem com inicial minúscula, o que, como sabemos, representa, de alguma forma, o seu certificado de origem. Duvida o homem (...) se deverá voltar para casa e desabafar com a família a irremediável pena, ou se, pelo contrário, terá de engolir as lágrimas e prosseguir o seu caminho, ir aonde o trabalho o espera.
Considerando o propósito da decisão da morte de avisar as pessoas com antecedência de uma semana sobre o fato de que irão morrer, apresentado ao final do trecho I, redija um texto narrativo contando, com um toque de humor ou ironia, o restante do dia da pessoa que acabara de receber a carta no trecho II.
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(UNB/PAS - 2017 - 2ª ETAPA)
Texto I
Indicadores de humanidade
Joseph Flecher. Indicators of Humanhood. The Hastings Center Report, vol. 2, nº 5, 1972, p. 1-4 (tradução livre, com adaptações).
Texto II
"Só o ser humano conhece o bem e o mal, o justo e o injusto. é a comunidade desses sentimentos que produz a família e a cidade."
Aristóteles. Política. Tradução de António Campelo Amaral. Lisboa: Vega, p. 55.
Texto III
O ser humano primeiro existe, se encontra, surge no mundo, e se defne depois. (...) Assim, não há natureza humana. O ser humano nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo. Isso é o que se chama de subjetividade.
Jean-Paul Sartre. O existencialismo é um humanismo. In: Antologia de textos filosóficos. Curitiba: Secretaria de Estado da Educação do Paraná, 2009, p. 617-18 (com adaptações).
Texto IV
O cérebro humano não é pura lógica. Há em seu cerne um conjunto de estruturas que premia algumas de nossas ações com uma sensação de satisfação, prazer e felicidade. É a alegria do presente e a expectativa decorrente de um pouquinho mais de prazer que nos mantêm em movimento e interessados em permanecer assim e, portanto, vivos. Em última análise, é a promessa de uma nova alegria, completamente ilógica, que dá sentido à nossa vida.
Suzana Herculano-Houzel. O porquê disso tudo. Internet: <www.folha.com.br> (com adaptações).
Texto V
É fácil dizer que um robô não é um ser vivo, mas o que identifica a 'vida' em uma relação afetiva? Cães são vivos, mas não raciocinam. Robôs não são vivos, mas estão cada vez mais próximos de uma simulação bastate razoável de compreensão. A máquina não precisa pensar, desde que aparente fazê-lo. Já faz um tempo que os gêneros fantástivos lidam com essa dialética existencial. Em Toy Story, por exemplo, o astronauta Buzz Lightyear aprende a notícia deprimente de que, em vez do indivíduo livre e autêntico que acredita ser, ele não passa de um boneco.
Luli Radfahrer. Canis et circensis. Internet: <www.folha.com.br> (com adaptações).
Imagine que você está em 2079, e androides - robôs com aparência humana - circulem pelas ruas em meio aos seres humanos. A tecnologia avançou tanto que é impossível, a olho nu, distinguir quem foi gerado biológicamente de quem foi criado em laboratório. Além de terem capacidade de raciocinar, os androides comportam-se como humanos e parecem sentir as mesmas emoções. De fato, a semelhança é tanta que alguns androides nem mesmo sabem que são robôs! A única diferença é que são muito mais inteligentes, e isso causa medo aos humanos. Imagine, ainda, que, por esse motivo, tenha sido promulgada uma lei mundial que determina que todos os androides sejam deportados para colônias extraterrenas. O problema é que você acabou de descobrir que também é um androide e que, para permanecer na Terra, terá de convencer os humanos de que não é uma ameaça.
Escreva um texto, dirigido ao líderes da Terra, argumentando, de forma convincente, que, no que se refere a comportamentos e sentimentos, não há diferença entre você e um ser humano. Você deve contar um pouco da sua história, mencionando características suas que são idênticas às humanas, com o objetivo de sensibilizar seus interlocutores. Não assine o texto.
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(UEM-PAS 2017) Os primeiros navios que aportaram no litoral do Paraná encontraram um grande número de indígenas que foram denominados Carijós, os atuais Guarani. Desde o início da colonização houve a contribuição dos indígenas na formação do que seria o povo paranaense: influência étnica com a miscigenação, contribuição linguística na incorporação de termos de origem indígena na nominação de lugares, contribuições à culinária (alimentos provenientes da mandioca, do milho, do mate, dentre outros).
A respeito das populações indígenas que existiam nos territórios onde é o Paraná hoje, assinale o que for correto.
01) Os primeiros habitantes do Paraná foram os grupos de caçadores coletores que habitaram a região desde 9.000 anos antes do presente.
02) Os Guarani eram povos ceramistas e agricultores, e habitavam o litoral e os vales dos grandes rios.
04) Os Kaingang também eram povos ceramistas e agricultores, e habitavam preferencialmente as regiões dos planaltos paranaenses.
08) Os Xavante habitavam as regiões entre os rios Piquiri e Ivaí, e foram aldeados nas Reduções Jesuíticas.
16) O povo Xetá, que vivia na Serra dos Dourados, no noroeste do estado, foi o último grupo indígena a ser contatado pelas frentes de colonização moderna na década de 1950.
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(UEM 2017) Sobre o processo de ocupação humana e de desenvolvimento do litoral paranaense, é correto afirmar que:
01) Os vestígios mais antigos da presença humana no litoral paranaense são estimados em cerca de 6.500 anos. Foram encontrados juntos aos sambaquis, que são estruturas monticulares resultantes de acúmulos artificiais de conchas, de restos de crustáceos, de peixes e de mamíferos aquáticos e terrestres. Os vestígios indígenas eram: lâminas de machado, zoólitos e até esqueletos humanos.
02) Dentre os núcleos de povoamento do litoral, Morretes se destacou por desempenhar o mais relevante papel econômico durante o período colonial, uma vez que era responsável pela atividade oficial referente ao ouro que havia sido descoberto na região.
04) A região litorânea paranaense foi excluída da primeira forma de gestão colocada em prática pelos colonizadores portugueses, que consistia na divisão do território brasileiro em capitanias hereditárias.
08) Até o final do século XIX, quando houve a abertura da Estrada da Graciosa, o deslocamento entre o litoral e o Primeiro Planalto era realizado por caminhos precários, abertos a partir de antigas picadas indígenas.
16) No litoral, o contato dos indígenas da etnia Guarani com os europeus foi conturbado, uma vez que ocasionou os massacres físico e cultural dos índios.
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(UEM 2017) Em relação a atividades artísticas no Paraná, assinale o que for correto.
01) O Paranismo foi um movimento regionalista ocorrido no estado do Paraná na década de 1920 à de 1940, conduzido por um grupo de intelectuais que procurava cultuar e divulgar a história e as tradições do Paraná.
02) O artista e professor Guido Viaro experimentou diversas técnicas: escultura, monotipia, zincogravura, água-forte, ponta-seca, desenho e pintura a óleo.
04) Ao contrário da Música e das Artes Plásticas, a Literatura paranaense não assimilou os ideais modernistas, porque Curitiba não fazia parte dos grandes centros urbanos do País, onde ocorria a maior parte das novidades literárias.
08) Joaquim foi uma revista lançada na década de 1940, com o objetivo de disseminar novas ideias que enterrassem os modelos acadêmicos de Arte, atualizando a Arte Paranaense de seu tempo.
16) Poty Lazarotto foi ilustrador e muralista. Sua obra, de caráter surrealista, retrata figuras disformes sem compromisso com o Realismo. É considerado um dos artistas menos significativos do Paraná em sua época.
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(UEM 2017) Sobre a presença dos jesuítas espanhóis durante o século XVII, na região do Guairá, que abrangia parte do atual território paranaense, assinale o que for correto.
01) As primeiras reduções fundadas pelos padres jesuítas, na região, foram as de Nossa Senhora de Loreto e de Santo Inácio Mini, ambas localizadas na margem esquerda do rio Paranapanema.
02) As reduções eram dirigidas por um missionário jesuíta que tinha a suprema autoridade no local. Esse líder missionário era chamado de pai-tuya (pai velho) pelos índios.
04) As reduções tinham uma organização muito parecida com as vilas portuguesas. Havia uma praça central, onde se localizava a igreja e as casas ficavam alinhadas de maneira a formarem quadras, e possuíam uma espécie de área coberta e contínua, que as ligava entre si.
08) Nas propriedades coletivas (tupã-mbe), chamadas de propriedades de Deus, o trabalho era coletivo e realizado em sistema de turnos pelos índios. Os alimentos produzidos nestas propriedades eram armazenados em depósitos públicos e depois distribuídos para as famílias indígenas.
16) Os bandeirantes foram os grandes aliados dos jesuítas. Juntos derrotaram os exércitos espanhol e português (Aliança Ibero-americana), que pretendiam conquistar a região para explorar os recursos naturais, sobretudo ouro e diamantes.
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(UEM 2017) Sobre a erva-mate no estado do Paraná, é correto afirmar que
01) é uma planta medicinal que, antes do descobrimento do Brasil, foi muito utilizada pelas populações indígenas para combater ferimentos por ataques de animais selvagens.
02) era cultivada nos Campos Gerais em sistema de plantio direto e em rotação de culturas.
04) foi o principal produto da economia paranaense no período provincial.
08) sua indústria contribuiu para o desenvolvimento de outras empresas, tais como as de embalagem, de metalurgia, de madeira, e a gráfica.
16) o crescimento da economia ervateira consolidou a riqueza da aristocracia paranaense do século XIX e contribuiu para que as elites defendessem a emancipação política do Paraná da província de São Paulo.
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