(Upe-ssa 2 2017)
Os condomínios se expandem em vários países do mundo, mas com muito mais musculatura no Brasil, onde a violência, a presença da pobreza e o destrato com a paisagem são fatores adversos aos segmentos médios e ricos.
Fonte: Eduardo Yázigi, 2003.
A respeito do texto apresentado acima, são feitas as seguintes afirmações:
1. A segregação urbana se notabiliza pelo contraste geográfico extremamente acentuado entre o surgimento de numerosas favelas ao lado dos condomínios residenciais fechados, em sua maioria de alto luxo. Esse fenômeno vem ocorrendo, historicamente, nos países em desenvolvimento, como o Brasil, onde as desigualdades socioespaciais são visíveis.
2. As transformações urbanas recentes no Brasil estão gerando espaços onde os diferentes grupos sociais estão próximos geograficamente, separados, porém, por muros e tecnologias de segurança. Esse processo de fragmentação territorial retrata e reforça a privatização do espaço urbano.
3. No Brasil e em toda a América Latina, houve um processo lento de urbanização e de crescimento das cidades. Tem-se demonstrado que o respectivo crescimento, desde os anos 1990, vem gerando uma tendência global de diminuição dos subúrbios exclusivos e fechados na periferia das grandes cidades.
Está CORRETO o que se afirma em
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(Famerp 2017)
“A questão social é um caso de polícia” – esta frase, atribuída a Washington Luís, presidente da República de 1926 até a sua deposição em 1930, é geralmente apontada como o sintoma de como as questões relativas ao trabalho (a “questão social”) eram descuidadas pelo Estado, durante o período da chamada República Velha (1889-1930).
Kazumi Munakata. A legislação trabalhista no Brasil, 1984.
A associação da frase de Washington Luís a um “sintoma” característico da Primeira República brasileira pode ser exemplificada pela
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(Pucrs 2017)
Associe os nomes dos Presidentes do Brasil durante a República Velha (coluna 1) às principais características de seus respectivos governos (coluna 2).
Coluna 1
1. Campos Sales
2. Rodrigues Alves
3. Hermes da Fonseca
4. Arthur Bernardes
Coluna 2
( ) Paulistano, foi o terceiro presidente civil do Brasil; durante o seu governo, ocorreram as famosas reformas urbanas do Rio de Janeiro, e o país apresentou considerável crescimento econômico, com a exportação de bens primários. Enfrentou a Revolta da Vacina.
( ) Militar, derrotou o baiano Rui Barbosa durante a campanha eleitoral que o elegeu. Em seu governo, enfrentou diversas rebeliões internas, como a Revolta da Chibata, na qual marinheiros lutaram contra as más condições de trabalho, e a Guerra do Contestado, ocorrida em Santa Catarina.
( ) Foi responsável por promover a estratégia de sucessão presidencial conhecida como política “Café com Leite”, na qual os dois principais Estados da Federação, São Paulo (Café) e Minas Gerais (Leite), revezavam-se na Presidência da República. Procurou também sustentação no Congresso pela Política dos Governadores.
( ) Mineiro, teve um mandato conturbado, no qual ocorreram várias revoltas, como o Movimento Tenentista; por isso, governou o país em “estádio de sítio” por vários anos. No plano econômico, foi responsável por uma política que procurou nacionalizar os recursos naturais do país, controlando a exploração do subsolo.
( ) Durante o seu governo, adotou uma política de saneamento econômico no Brasil, combatendo a alta inflação e o deficit público. Para tanto, renegociou a dívida externa brasileira, num acordo chamado Funding Loan, cortou despesas, aumentou impostos e promoveu a valorização da moeda nacional.
O correto preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
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(Unisc 2017)
O excerto a seguir contém a manifestação de Jorge Street, destacado membro do Centro Industrial do Brasil, (CIB), originalmente publicado no Jornal do Comércio de 10 de setembro de 1917:
“Preliminarmente é necessário ficar bem estabelecido que os industriais estão de perfeito acordo com a conveniência e mesmo a necessidade de uma legislação que regule do melhor modo possível a situação recíproca do operariado e do patronato nas suas relações com o trabalho nacional. O que, porém, é absolutamente necessário é que não haja exageros ou demasias perniciosas. Um dos pontos mais importantes para a vida da nossa indústria é a questão do número de horas de trabalho. Em nenhum dos grandes países industriais do mundo foi ainda resolvido esse assunto, no sentido das oito horas. Eu convivo com os meus operários, acompanhando-os em todas as fases dos seus trabalhos. Nunca notei neles, nem mesmo no fim do dia, sintomas que indicassem excesso de cansaço, nem diminuição das aptidões para continuar a trabalhar. Devo mesmo dizer que longe de reclamarem contra as dez horas de trabalho, esses operários aceitam, com prazer, o trabalho em horas suplementares. Outro assunto da maior importância é a questão da regulamentação do trabalho de menores. Aqui os teoristas exageram os inconvenientes do trabalho da infância nas fábricas. É surpreendente ver-se essa pequenada trabalhar e sempre tenho a impressão de que eles o fazem sem grande esforço. Tenho, na fiação de juta, cerca de 180 crianças, algumas de 11 anos e, o maior número, entre 12 e 13. Realmente eu penso, baseado na minha longa experiência que, na maioria das manufaturas fabris não há o menor inconveniente em que, aos 14 anos, no nosso país, o operário já seja considerado apto a trabalhar um número de horas igual aos adultos. Nós, industriais, absolutamente não nos opomos a que sejam votadas as leis de proteção aos operários, mas lançamos um apelo formal ao Congresso Brasileiro, para que essas leis sejam leis vivificadoras e de pacificação e não leis de destruição! Penso ter demonstrado que absolutamente não sou contrário a leis que favoreçam os operários e que tornem mais tolerável e humana sua existência. Combato, sim, a exagerada tendência que temos de, ou nada fazer, ou fazer bom demais.”
DE LUCCA. T. R. Direitos Sociais no Brasil. In: PINSKY, Jaime; PINSKY, Cana Bassanesi. (Orgs.). História da Cidadania. São Paulo: Contexto, 2015. p. 473-475.
Sobre o contexto sociopolítico no qual foi publicado o texto de Jorge Street é correto afirmar que (,)
I. o período entre os anos de 1917-1920 registrou, nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, as maiores mobilizações e greves da Primeira República, encaradas com simpatia pela maioria do patronato industrial que apoiava incondicionalmente a regulamentação das horas de trabalho, como demonstra o texto de Jorge Street.
II. embora a instauração do mercado livre de trabalho tenha ocorrido apenas no final do século XIX, depois da Abolição da Escravatura, logo seguida pela Proclamação da República, a nova ordem política e administrativa, consagrada na Constituição de 1891, não fazia qualquer menção aos direitos de natureza social. Foi sob o impacto da Greve Geral de 1917 que o Congresso Nacional criou uma Comissão Especial para tratar da legislação social. As manifestações de Jorge Street dirigiam-se especificamente a esta comissão do Congresso.
III. a quantidade dc horas de trabalho já havia sido regulamentada pela Constituição de 1891 e não deveria ultrapassar o limite de 12 horas por dia, o que demonstrava o teor intervencionista do texto constitucional nas relações estabelecidas entre o patronato e o operariado na Primeira República. Jorge Street salientava que cumpria a Constituição, pois permitia que seus operários, incluindo as crianças, trabalhassem apenas 10 horas por dia sem horas suplementares.
IV. a Constituição de 1891 limitava-se a reconhecer apenas o direito ao livre exercício de qualquer profissão não atribuindo ao Congresso Nacional qualquer competência para legislar acerca do tema. Assim, a inexistência de qualquer freio institucional favorecia o patronato que podia fazer valer seus interesses e impor suas condições no momento de contratar a força de trabalho. As ponderações expostas por Jorge Street demonstravam as preocupações do patronato em relação ao operariado e a possibilidade de diminuição das horas de trabalho.
Assinale a alternativa correta.
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(Upe-ssa 2 2017)
As grandes cidades brasileiras não eram exatamente localidades agradáveis no século XIX. Sujo, nojento e enlameado, o cenário urbano se compunha de carniças, bichos mortos, alimentos podres e outras imundícies abandonadas perto das pontes e nas praias.
SANTOS, Manuela Arruda dos. “Pintou sujeira”.
In: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/pintou-sujeira
A cidade do Recife no século XIX vivenciava os mesmos problemas apresentados pelo texto. Por causa das constantes moléstias, várias práticas sociais foram constituídas, auxiliando na reformulação das noções de higiene.
Assinale a alternativa CORRETA sobre essas novas práticas no referido século, na cidade do Recife.
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(UNESP - 2017/2 - 1ª FASE)
A veia satírica do poeta português Manuel Maria de Barbosa du Bocage (1765-1805) está bem exemplificada nos seguintes versos:
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(UNESP - 2017/2 - 1ª FASE)
Desde já a ciência entra, portanto, no nosso domínio de romancistas, nós que somos agora analistas do homem, em sua ação individual e social. Continuamos, pelas nossas observações e experiências, o trabalho do fisiólogo que continuou o do físico e o do químico. Praticamos, de certa forma, a Psicologia científica, para completar a Fisiologia científica; e, para acabar a evolução, temos tão somente que trazer para nossos estudos sobre a natureza e o homem o instrumento decisivo do método experimental. Em uma palavra, devemos trabalhar com os caracteres, as paixões, os fatos humanos e sociais, como o químico e o físico trabalham com os corpos brutos, como o fisiólogo trabalha com os corpos vivos. O determinismo domina tudo. É a investigação científica, é o raciocínio experimental que combate, uma por uma, as hipó- teses dos idealistas, e substitui os romances de pura imaginação pelos romances de observação e de experimentação.
(Émile Zola. O romance experimental, 1982. Adaptado.)
Depreendem-se do comentário do escritor francês Émile Zola preceitos que orientam a corrente literária
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(UNESP - 2017/2 - 1ª FASE)
Leia o trecho extraído do artigo “Cosmologia, 100”, de Antonio Augusto Passos Videira e Cássio Leite Vieira
“Vou conduzir o leitor por uma estrada que eu mesmo percorri, árdua e sinuosa.” A frase – que tem algo da essência do hoje clássico A estrada não percorrida (1916), do poeta norte-americano Robert Frost (1874-1963) – está em um artigo científico publicado há cem anos, cujo teor constitui um marco histórico da civilização.
Pela primeira vez, cerca de 50 mil anos depois de o Homo sapiens deixar uma mão com tinta estampada em uma pedra, a humanidade era capaz de descrever matematicamente a maior estrutura conhecida: o Universo. A façanha intelectual levava as digitais de Albert Einstein (1879-1955).
Ao terminar aquele artigo de 1917, o físico de origem alemã escreveu a um colega dizendo que o que produzira o habilitaria a ser “internado em um hospício”. Mais tarde, referiu-se ao arcabouço teórico que havia construído como um “castelo alto no ar”.
O Universo que saltou dos cálculos de Einstein tinha três características básicas: era finito, sem fronteiras e estático – o derradeiro traço alimentaria debates e traria arrependimento a Einstein nas décadas seguintes.
Em “Considerações Cosmológicas na Teoria da Relatividade Geral”, publicado em fevereiro de 1917 nos Anais da Academia Real Prussiana de Ciências, o cientista construiu (de modo muito visual) seu castelo usando as ferramentas que ele havia forjado pouco antes: a teoria da relatividade geral, finalizada em 1915, esquema teórico já classificado como a maior contribuição intelectual de uma só pessoa à cultura humana.
Esse bloco matemático impenetrável (mesmo para físicos) nada mais é do que uma teoria que explica os fenômenos gravitacionais. Por exemplo, por que a Terra gira em torno do Sol ou por que um buraco negro devora avidamente luz e matéria.
Com a introdução da relatividade geral, a teoria da gravitação do físico britânico Isaac Newton (1642-1727) passou a ser um caso específico da primeira, para situações em que massas são bem menores do que as das estrelas e em que a velocidade dos corpos é muito inferior à da luz no vácuo (300 mil km/s).
Entre essas duas obras de respeito (de 1915 e de 1917), impressiona o fato de Einstein ter achado tempo para escrever uma pequena joia, “Teoria da Relatividade Especial e Geral”, na qual populariza suas duas teorias, incluindo a de 1905 (especial), na qual mostrara que, em certas condições, o espaço pode encurtar, e o tempo, dilatar.
Tamanho esforço intelectual e total entrega ao raciocínio cobraram seu pedágio: Einstein adoeceu, com problemas no fígado, icterícia e úlcera. Seguiu debilitado até o final daquela década.
Se deslocados de sua época, Einstein e sua cosmologia podem ser facilmente vistos como um ponto fora da reta. Porém, a historiadora da ciência britânica Patricia Fara lembra que aqueles eram tempos de “cosmologias”, de visões globais sobre temas científicos. Ela cita, por exemplo, a teoria da deriva dos continentes, do geólogo alemão Alfred Wegener (1880-1930), marcada por uma visão cosmológica da Terra.
Fara dá a entender que várias áreas da ciência, naquele início de século, passaram a olhar seus objetos de pesquisa por meio de um prisma mais amplo, buscando dados e hipóteses em outros campos do conhecimento.
Folha de S.Paulo, 01.01.2017. Adaptado.
Ao escrever a seu colega dizendo que “o que produzira o habilitaria a ser ‘internado em um hospício’” (3º parágrafo), Einstein reconhece, em relação ao artigo de 1917, seu caráter
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(UNESP - 2017/2 - 1ª FASE)
Leia o trecho extraído do artigo “Cosmologia, 100”, de Antonio Augusto Passos Videira e Cássio Leite Vieira
“Vou conduzir o leitor por uma estrada que eu mesmo percorri, árdua e sinuosa.” A frase – que tem algo da essência do hoje clássico A estrada não percorrida (1916), do poeta norte-americano Robert Frost (1874-1963) – está em um artigo científico publicado há cem anos, cujo teor constitui um marco histórico da civilização.
Pela primeira vez, cerca de 50 mil anos depois de o Homo sapiens deixar uma mão com tinta estampada em uma pedra, a humanidade era capaz de descrever matematicamente a maior estrutura conhecida: o Universo. A façanha intelectual levava as digitais de Albert Einstein (1879-1955).
Ao terminar aquele artigo de 1917, o físico de origem alemã escreveu a um colega dizendo que o que produzira o habilitaria a ser “internado em um hospício”. Mais tarde, referiu-se ao arcabouço teórico que havia construído como um “castelo alto no ar”.
O Universo que saltou dos cálculos de Einstein tinha três características básicas: era finito, sem fronteiras e estático – o derradeiro traço alimentaria debates e traria arrependimento a Einstein nas décadas seguintes.
Em “Considerações Cosmológicas na Teoria da Relatividade Geral”, publicado em fevereiro de 1917 nos Anais da Academia Real Prussiana de Ciências, o cientista construiu (de modo muito visual) seu castelo usando as ferramentas que ele havia forjado pouco antes: a teoria da relatividade geral, finalizada em 1915, esquema teórico já classificado como a maior contribuição intelectual de uma só pessoa à cultura humana.
Esse bloco matemático impenetrável (mesmo para físicos) nada mais é do que uma teoria que explica os fenômenos gravitacionais. Por exemplo, por que a Terra gira em torno do Sol ou por que um buraco negro devora avidamente luz e matéria.
Com a introdução da relatividade geral, a teoria da gravitação do físico britânico Isaac Newton (1642-1727) passou a ser um caso específico da primeira, para situações em que massas são bem menores do que as das estrelas e em que a velocidade dos corpos é muito inferior à da luz no vácuo (300 mil km/s).
Entre essas duas obras de respeito (de 1915 e de 1917), impressiona o fato de Einstein ter achado tempo para escrever uma pequena joia, “Teoria da Relatividade Especial e Geral”, na qual populariza suas duas teorias, incluindo a de 1905 (especial), na qual mostrara que, em certas condições, o espaço pode encurtar, e o tempo, dilatar.
Tamanho esforço intelectual e total entrega ao raciocínio cobraram seu pedágio: Einstein adoeceu, com problemas no fígado, icterícia e úlcera. Seguiu debilitado até o final daquela década.
Se deslocados de sua época, Einstein e sua cosmologia podem ser facilmente vistos como um ponto fora da reta. Porém, a historiadora da ciência britânica Patricia Fara lembra que aqueles eram tempos de “cosmologias”, de visões globais sobre temas científicos. Ela cita, por exemplo, a teoria da deriva dos continentes, do geólogo alemão Alfred Wegener (1880-1930), marcada por uma visão cosmológica da Terra.
Fara dá a entender que várias áreas da ciência, naquele início de século, passaram a olhar seus objetos de pesquisa por meio de um prisma mais amplo, buscando dados e hipóteses em outros campos do conhecimento.
Folha de S.Paulo, 01.01.2017. Adaptado.
Em “Vou conduzir o leitor por uma estrada que eu mesmo percorri, árdua e sinuosa.” (1o parágrafo), o termo destacado exerce a mesma função sintática do trecho destacado em:
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(UNESP - 2017/2 - 1ª FASE)
Leia o trecho extraído do artigo “Cosmologia, 100”, de Antonio Augusto Passos Videira e Cássio Leite Vieira
“Vou conduzir o leitor por uma estrada que eu mesmo percorri, árdua e sinuosa.” A frase – que tem algo da essência do hoje clássico A estrada não percorrida (1916), do poeta norte-americano Robert Frost (1874-1963) – está em um artigo científico publicado há cem anos, cujo teor constitui um marco histórico da civilização.
Pela primeira vez, cerca de 50 mil anos depois de o Homo sapiens deixar uma mão com tinta estampada em uma pedra, a humanidade era capaz de descrever matematicamente a maior estrutura conhecida: o Universo. A façanha intelectual levava as digitais de Albert Einstein (1879-1955).
Ao terminar aquele artigo de 1917, o físico de origem alemã escreveu a um colega dizendo que o que produzira o habilitaria a ser “internado em um hospício”. Mais tarde, referiu-se ao arcabouço teórico que havia construído como um “castelo alto no ar”.
O Universo que saltou dos cálculos de Einstein tinha três características básicas: era finito, sem fronteiras e estático – o derradeiro traço alimentaria debates e traria arrependimento a Einstein nas décadas seguintes.
Em “Considerações Cosmológicas na Teoria da Relatividade Geral”, publicado em fevereiro de 1917 nos Anais da Academia Real Prussiana de Ciências, o cientista construiu (de modo muito visual) seu castelo usando as ferramentas que ele havia forjado pouco antes: a teoria da relatividade geral, finalizada em 1915, esquema teórico já classificado como a maior contribuição intelectual de uma só pessoa à cultura humana.
Esse bloco matemático impenetrável (mesmo para físicos) nada mais é do que uma teoria que explica os fenômenos gravitacionais. Por exemplo, por que a Terra gira em torno do Sol ou por que um buraco negro devora avidamente luz e matéria.
Com a introdução da relatividade geral, a teoria da gravitação do físico britânico Isaac Newton (1642-1727) passou a ser um caso específico da primeira, para situações em que massas são bem menores do que as das estrelas e em que a velocidade dos corpos é muito inferior à da luz no vácuo (300 mil km/s).
Entre essas duas obras de respeito (de 1915 e de 1917), impressiona o fato de Einstein ter achado tempo para escrever uma pequena joia, “Teoria da Relatividade Especial e Geral”, na qual populariza suas duas teorias, incluindo a de 1905 (especial), na qual mostrara que, em certas condições, o espaço pode encurtar, e o tempo, dilatar.
Tamanho esforço intelectual e total entrega ao raciocínio cobraram seu pedágio: Einstein adoeceu, com problemas no fígado, icterícia e úlcera. Seguiu debilitado até o final daquela década.
Se deslocados de sua época, Einstein e sua cosmologia podem ser facilmente vistos como um ponto fora da reta. Porém, a historiadora da ciência britânica Patricia Fara lembra que aqueles eram tempos de “cosmologias”, de visões globais sobre temas científicos. Ela cita, por exemplo, a teoria da deriva dos continentes, do geólogo alemão Alfred Wegener (1880-1930), marcada por uma visão cosmológica da Terra.
Fara dá a entender que várias áreas da ciência, naquele início de século, passaram a olhar seus objetos de pesquisa por meio de um prisma mais amplo, buscando dados e hipóteses em outros campos do conhecimento.
Folha de S.Paulo, 01.01.2017. Adaptado.
Em “A façanha intelectual levava as digitais de Albert Einstein (1879-1955).” (2º parágrafo), o termo destacado pode ser substituído de modo mais adequado, tendo em vista o contexto, por:
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