FUVEST 2019

Questão 36348

(UNESP - 2019 - 2 fase - Questão 24) 

Bianca está preparando saquinhos com balas e pirulitos para os convidados da festa de aniversário de sua filha. Cada saquinho irá conter 5 balas e 3 pirulitos, ou 3 balas e 4 pirulitos, já que ambas as combinações resultam no mesmo preço. Para fazer os saquinhos, ela dispõe de 7 sabores diferentes de balas (limão, menta, morango, framboesa, caramelo, canela e tutti-frutti) e 5 sabores diferentes de pirulito (chocolate, morango, uva, cereja e framboesa). Cada bala custou 25 centavos e cada pirulito custou x centavos, independentemente dos sabores.

a) Quantos tipos diferentes de saquinhos Bianca pode fazer se ela não quer que haja balas de um mesmo sabor nem pirulitos de um mesmo sabor em cada saquinho? Qual o preço de cada pirulito?

b) Quantos tipos diferentes de saquinhos Bianca pode fazer se ela não quer que haja sabores repetidos em cada

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Questão 36349

(UNESP - 2019 - 2 fase) 

Texto 1

Qual seria a [religião] menos má? Não seria a mais simples? Não seria a que ensinasse muita moral e poucos dogmas? A que se empenhasse em tornar os homens justos sem os tornar absurdos? A que não ordenasse a crença em coisas impossíveis, contraditórias, injuriosas para a Divindade e perniciosas para o gênero humano e não se atrevesse a ameaçar com penas eternas quem quer que tivesse um juízo normal? Não seria a que não sustentasse a sua crença com carrascos e não inundasse a terra com sangue por causa de sofismas ininteligíveis? [...] A que unicamente ensinasse a adoração de um só Deus, a justiça, a tolerância e a humanidade?

(François M. A. de Voltaire. Dicionário filosófico, 1984.)

 

Texto 2

[A religião cristã] ensina [...] aos homens estas duas verdades: tanto que há um Deus de que os homens são capazes, quanto que há uma corrupção na natureza que os torna indignos dele. Importa igualmente aos homens conhecer um e outro desses pontos; e é igualmente perigoso para o homem conhecer a Deus sem conhecer a própria miséria, e conhecer a própria miséria sem conhecer o Redentor que pode curá-lo dela. Um só desses conhecimentos faz ou a soberba dos filósofos que conheceram a Deus, e não a sua miséria, ou o desespero dos ateus, que conhecem a sua miséria sem o Redentor.

(Blaise Pascal. Pensamentos, 2015.)

 

a) Com base no texto 1, justifique por que Voltaire foi um pensador que defendeu a emancipação do gênero humano. Explique por que o caráter dogmático da religião é irracionalista.

b) Justifique por que o texto 2 apresenta um olhar positivo sobre a religião, quando comparado ao texto 1. Explique por que Pascal pode ser considerado um teólogo.

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Questão 36350

(UNESP - 2019 - 2ª FASE)

Texto 1

O Iluminismo não é somente uso crítico da razão; é também o compromisso de utilizar a razão e os resultados que ela pode obter nos vários campos de pesquisa para melhorar a vida individual e social do homem. O compromisso de transformação, próprio do Iluminismo, leva à concepção da história como progresso, ou seja, como possibilidade de melhoria do ponto de vista do saber e dos modos de vida do homem. Por outro lado, na cultura contemporânea, a crença no progresso foi muito abalada pela experiência das duas guerras mundiais e pelas mudanças que elas produziram no campo da história.

(Nicola Abbagnano. Dicionário de filosofia, 2000. Adaptado.)

Texto 2

Há um quadro de [Paul] Klee que se chama Angelus Novus. Representa um anjo que parece querer afastar-se de algo que ele encara fixamente. Seus olhos estão escancarados, sua boca dilatada, suas asas abertas. O anjo da história deve ter esse aspecto. Seu rosto está dirigido para o passado. Onde nós vemos uma cadeia de acontecimentos, ele vê uma catástrofe única, que acumula incansavelmente ruína sobre ruína e as dispersa a nossos pés. Ele gostaria de deter-se para acordar os mortos e juntar os fragmentos. Mas uma tempestade sopra do paraíso e prende-se em suas asas com tanta força que ele não pode mais fechá-las. Essa tempestade o impele irresistivelmente para o futuro, ao qual ele vira as costas, enquanto o amontoado de ruínas cresce até o céu. Essa tempestade é o que chamamos progresso.

(Walter Benjamin. “Sobre o conceito de história”. In: Magia e técnica, arte e política, 1987.)

 

a) De acordo com o texto 1, qual é a relação entre razão e progresso? Explique o papel contraditório da ciência para a realização do progresso na história.

b) Cite as informações do texto 1 que justificam a concepção de Walter Benjamin sobre o progresso. Explique por que, segundo Benjamin, a história pode ser entendida como progresso da barbárie.

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Questão 36351

(UNESP - 2019 - 2 fase) 

Aquilo que hoje chamamos “globalização” esteve na mira da classe capitalista o tempo todo.
Se o desejo de conquistar o espaço e a natureza é uma manifestação de algum anseio humano universal ou um produto específico das paixões da classe capitalista, jamais saberemos. O que pode ser dito com certeza é que a conquista do espaço e do tempo, assim como a busca incessante para dominar a natureza, há muito tempo tem um papel central na psique coletiva das sociedades capitalistas. Apesar de todos os tipos de críticas, acusações, repulsas e movimentos políticos de oposição, [...] ainda prevalece a crença de que a conquista do espaço e do tempo, bem como da natureza (incluindo até mesmo a natureza humana), está de algum modo a nosso alcance.

(David Harvey. O enigma do capital, 2011.)

a) Explique como a conquista do espaço e do tempo se realizou na globalização.
b) Mencione, sob o ponto de vista ambiental, duas críticas ao processo de globalização.

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Questão 36352

(UNESP - 2019 - 2 fase)

A Bayer se converteu, no dia 07.06.2018, em líder mundial de sementes, fertilizantes e pesticidas – o grupo farmacêutico e agroquímico alemão anunciou a compra da americana Monsanto. A fusão deve criar uma empresa com o controle de mais de um quarto do mercado mundial de sementes e pesticidas. Na resistência a esse tipo de produção estão aqueles que empregam sementes crioulas, diferentes daquelas que resultam de um processo caro e que só pode ser feito em laboratório.

(Katarine Flor. www.brasildefato.com.br, 08.06.2018. Adaptado.)

a) O que são sementes “crioulas” e quem as utiliza?
b) Cite dois motivos pelos quais o agronegócio emprega sementes não crioulas.

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Questão 36353

(UNESP - 2019 - 2 fase)

Perfil esquemático da estrutura interna da Terra (valores médios)

(Eustáquio de Sene e João C. Moreira. Geografia geral e do Brasil, 2012.)

a) Defina litosfera e astenosfera.

b) Considerando a dinâmica interna do planeta, explique o funcionamento das correntes de convecção no interior da Terra e identifique a sua manifestação superficial.

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Questão 36354

(UNESP - 2019 - 2 fase) 

Texto 1

Para René Descartes, o que fundamenta o método universal para conhecer o mundo é a reta razão, que pertence a todos os homens, sendo “a coisa mais bem distribuída do mundo”. Mas o que é essa reta razão? “A faculdade de julgar bem e distinguir o verdadeiro do falso é propriamente aquilo que se chama bom senso ou razão, que é naturalmente igual em todos os homens”. A unidade das ciências remete à unidade da razão. E a unidade da razão remete à unidade do método. O saber deve basear-se na razão e repetir sua clareza e distinção, que são os únicos pressupostos irrenunciáveis do novo saber.

(Giovanni Reale e Dario Antiseri. História da filosofia, 1990. Adaptado.)

 

Texto 2

Quase sem exceção, os filósofos colocaram a essência da mente no pensamento e na consciência. O homem era o animal consciente, o animal racional. Mas, para Schopenhauer, a consciência é a simples superfície da nossa mente. Sob o intelecto consciente está a vontade inconsciente, uma força vital, persistente, uma vontade de desejo imperioso. Às vezes, pode parecer que o intelecto dirija a vontade, mas só como um guia conduz o seu mestre. Nós não queremos uma coisa porque encontramos motivos para ela, encontramos motivos para ela porque a queremos; chegamos até a elaborar filosofias e teologias para disfarçar os nossos desejos. Daí a inutilidade da lógica: ninguém jamais convenceu alguém usando a lógica. Para convencer um homem, é preciso apelar para o seu interesse pessoal, seus desejos, sua vontade.

(Will Durant. A história da filosofia, 1996. Adaptado.)

 

a) Com base no texto 1, justifique por que o método de Descartes aspira à universalidade. Explique a importância da matemática para a produção de conhecimentos dotados de clareza e distinção.

b) Em que consiste a ruptura filosófica estabelecida por Schopenhauer na relação entre razão e emoção? Explique a diferença entre Descartes e Schopenhauer quanto ao papel da consciência na relação com a realidade.

 

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Questão 36357

(UNESP - 2019 - 2 fase)

Copérnico tira a Terra do centro do Universo e, com ela, o homem. A revolução científica não consistiu somente em adquirir teorias novas e diferentes das anteriores sobre a astronomia, o corpo humano e o planeta. A revolução científica foi uma revolução da ideia de saber e de ciência. A ciência não é mais a intuição privilegiada do mago ou astrólogo iluminado, mas sim investigação e discurso sobre o mundo da natureza. Tratou-se de um processo verdadeiramente complexo que encontra seu resultado mais claro na autonomia da ciência em relação às proposições de fé. O discurso qualifica-se porque procede com base nas experiências sensatas e nas demonstrações necessárias. A ciência é ciência experimental. É através do experimento que os cientistas tendem a obter proposições verdadeiras sobre o mundo.

(Giovanni Reale e Dario Antiseri. História da filosofia, 1990. Adaptado.)


a) A qual tese de Copérnico o texto faz referência? Explique a diferença entre a “intuição do mago” e a “ciênciaexperimental”.

b) Justifique, com base no texto, por que a revolução científica implicou a superação do teocentrismo. Explique a importância do experimento para a superação de concepções dogmáticas de mundo.

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Questão 36478

(UNESP - 2019 - 2ª FASE) 

Leia o trecho do ensaio “A transitoriedade”, de Sigmund Freud (1856-1939), para responder a questão.

Algum tempo atrás, fiz um passeio por uma rica paisagem num dia de verão, em companhia de um poeta jovem, mas já famoso. O poeta admirava a beleza do cenário que nos rodeava, porém não se alegrava com ela. Era incomodado pelo pensamento de que toda aquela beleza estava condenada à extinção, pois desapareceria no inverno, e assim também toda a beleza humana e tudo de belo e nobre que os homens criaram ou poderiam criar. Tudo o mais que, de outro modo, ele teria amado e admirado, lhe parecia despojado de valor pela transitoriedade que era o destino de tudo.

Sabemos que tal preocupação com a fragilidade do que é belo e perfeito pode dar origem a duas diferentes tendências na psique. Uma conduz ao doloroso cansaço do mundo mostrado pelo jovem poeta; a outra, à rebelião contra o fato constatado. Não, não é possível que todas essas maravilhas da natureza e da arte, do nosso mundo de sentimentos e do mundo lá fora, venham realmente a se desfazer. Seria uma insensatez e uma blasfêmia acreditar nisso. Essas coisas têm de poder subsistir de alguma forma, subtraídas às influências destruidoras.

Ocorre que essa exigência de imortalidade é tão claramente um produto de nossos desejos que não pode reivindicar valor de realidade. Também o que é doloroso pode ser verdadeiro. Eu não pude me decidir a refutar a transitoriedade universal, nem obter uma exceção para o belo e o perfeito. Mas contestei a visão do poeta pessimista, de que a transitoriedade do belo implica sua desvalorização.

Pelo contrário, significa maior valorização! Valor de transitoriedade é valor de raridade no tempo. A limitação da possibilidade da fruição aumenta a sua preciosidade. É incompreensível, afirmei, que a ideia da transitoriedade do belo deva perturbar a alegria que ele nos proporciona. Quanto à beleza da natureza, ela sempre volta depois que é destruída pelo inverno, e esse retorno bem pode ser considerado eterno, em relação ao nosso tempo de vida. Vemos desaparecer a beleza do rosto e do corpo humanos no curso de nossa vida, mas essa brevidade lhes acrescenta mais um encanto. Se existir uma flor que floresça apenas uma noite, ela não nos parecerá menos formosa por isso. Tampouco posso compreender por que a beleza e a perfeição de uma obra de arte ou de uma realização intelectual deveriam ser depreciadas por sua limitação no tempo. Talvez chegue o dia em que os quadros e estátuas que hoje admiramos se reduzam a pó, ou que nos suceda uma raça de homens que não mais entenda as obras de nossos poetas e pensadores, ou que sobrevenha uma era geológica em que os seres vivos deixem de existir sobre a Terra; mas se o valor de tudo quanto é belo e perfeito é determinado somente por seu significado para a nossa vida emocional, não precisa sobreviver a ela, e portanto independe da duração absoluta.

(Introdução ao narcisismo, 2010. Adaptado.)

 

a) Explique sucintamente a diferença entre a visão de Freud e a visão do jovem poeta sobre a transitoriedade do belo.

b) Transcreva do segundo parágrafo uma oração em que a ocorrência de vírgula indica a supressão de um verbo. Identifique o verbo suprimido nessa oração.

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Questão 36479

(UNESP - 2019 - 2ª FASE) 

Leia o trecho do ensaio “A transitoriedade”, de Sigmund Freud (1856-1939), para responder a questão.

Algum tempo atrás, fiz um passeio por uma rica paisagem num dia de verão, em companhia de um poeta jovem, mas já famoso. O poeta admirava a beleza do cenário que nos rodeava, porém não se alegrava com ela. Era incomodado pelo pensamento de que toda aquela beleza estava condenada à extinção, pois desapareceria no inverno, e assim também toda a beleza humana e tudo de belo e nobre que os homens criaram ou poderiam criar. Tudo o mais que, de outro modo, ele teria amado e admirado, lhe parecia despojado de valor pela transitoriedade que era o destino de tudo.

Sabemos que tal preocupação com a fragilidade do que é belo e perfeito pode dar origem a duas diferentes tendências na psique. Uma conduz ao doloroso cansaço do mundo mostrado pelo jovem poeta; a outra, à rebelião contra o fato constatado. Não, não é possível que todas essas maravilhas da natureza e da arte, do nosso mundo de sentimentos e do mundo lá fora, venham realmente a se desfazer. Seria uma insensatez e uma blasfêmia acreditar nisso. Essas coisas têm de poder subsistir de alguma forma, subtraídas às influências destruidoras.

Ocorre que essa exigência de imortalidade é tão claramente um produto de nossos desejos que não pode reivindicar valor de realidade. Também o que é doloroso pode ser verdadeiro. Eu não pude me decidir a refutar a transitoriedade universal, nem obter uma exceção para o belo e o perfeito. Mas contestei a visão do poeta pessimista, de que a transitoriedade do belo implica sua desvalorização.

Pelo contrário, significa maior valorização! Valor de transitoriedade é valor de raridade no tempo. A limitação da possibilidade da fruição aumenta a sua preciosidade. É incompreensível, afirmei, que a ideia da transitoriedade do belo deva perturbar a alegria que ele nos proporciona. Quanto à beleza da natureza, ela sempre volta depois que é destruída pelo inverno, e esse retorno bem pode ser considerado eterno, em relação ao nosso tempo de vida. Vemos desaparecer a beleza do rosto e do corpo humanos no curso de nossa vida, mas essa brevidade lhes acrescenta mais um encanto. Se existir uma flor que floresça apenas uma noite, ela não nos parecerá menos formosa por isso. Tampouco posso compreender por que a beleza e a perfeição de uma obra de arte ou de uma realização intelectual deveriam ser depreciadas por sua limitação no tempo. Talvez chegue o dia em que os quadros e estátuas que hoje admiramos se reduzam a pó, ou que nos suceda uma raça de homens que não mais entenda as obras de nossos poetas e pensadores, ou que sobrevenha uma era geológica em que os seres vivos deixem de existir sobre a Terra; mas se o valor de tudo quanto é belo e perfeito é determinado somente por seu significado para a nossa vida emocional, não precisa sobreviver a ela, e portanto independe da duração absoluta.

(Introdução ao narcisismo, 2010. Adaptado.)

a) Identifique os referentes dos pronomes sublinhados no primeiro e no quarto parágrafos.

b) Reescreva o trecho “Era incomodado pelo pensamento de que toda aquela beleza estava condenada à extinção” (1º parágrafo) na voz ativa.

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