(UNICAMP - 2020 - 1ª FASE)
No livro A cabra vadia: novas confissões, Nelson Rodrigues inicia a crônica “Os dois namorados” com a seguinte afirmação: “há coisas que um grã-fino só confessa num terreno baldio, à luz de archotes, e na presença apenas de uma cabra vadia.” Na crônica “Terreno baldio” ele recorre ao mesmo animal para explicar a ideia que teve de criar “entrevistas imaginárias”: “Não podia ser um gabinete, nem uma sala. Lembrei-me, então, do terreno baldio. Eu e o entrevistado e, no máximo, uma cabra vadia. Além do valor plástico da figura, a cabra não trai. Realmente, nunca se viu uma cabra sair por aí fazendo inconfidências.”
(Nelson Rodrigues, A cabra vadia: novas confissões. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016, p. 52 e160.)
O caráter confessional associado à figura da cabra nas crônicas tem relação com
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(UNICAMP - 2020 - 1ª FASE)
O poema abaixo vem impresso na orelha do livro Psia, de Arnaldo Antunes.
Psia é feminino
de psiu;
que serve para chamar a atenção
de alguém, ou para pedir
silêncio.
Eu berro as palavras
no microfone
da mesma maneira com que
as desenho, com cuidado,
na página.
Para transformá-las em coisas,
em vez de substituírem
as coisas.
Calos na língua; de calar.
Alguma coisa entre a piscina e a pia.
Um hiato a menos.
Arnaldo Antunes, Psia. São Paulo: Iluminuras 2012.
Na orelha do livro, Antunes apresenta ao leitor seu processo de criação poética. É correto dizer que o autor se propõe a
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(UNICAMP - 2020) As concentrações de arsênio no oceano se alteraram ao longo do tempo geológico. No período Pré-Cambriano, os oceanos receberam grandes quantidades de arsênio, em consequência do intemperismo de minerais continentais de sulfeto de arsênio. Recentemente foram identificados micro-organismos com expressão proteica das enzimas arsenito oxidase e arsenato redutase no Oceano Pacífico Norte Oriental, nas zonas deficientes de oxigênio em regiões pelágicas, sugerindo que a comunidade microbiológica é capaz de utilizar arsênio para respiração celular.
(Fonte: Jaclyn Saunders e outros, PNAS, Washington, v. 116, n. 20, p. 9925-9930, maio 2019.)
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas nas frases a seguir.
Assim como as formas oxidadas de nitrogênio e enxofre, o arsênio pode ser utilizado como aceptor (i) __________ na respiração celular desses micro-organismos nas zonas deficientes de oxigênio. No período (ii) __________, surgiram as cianobactérias, os primeiros seres fotossintetizantes.
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(UNICAMP - 2020 - 1ª FASE)
Texto I
Os idiomas e suas regras são coisas vivas, que vão se modificando de maneira dinâmica, de acordo com o momento em que a sociedade vive. Um exemplo disso é a adoção do termo “maratonar”, quando os telespectadores podem assistir a vários ou a todos os episódios de uma série de uma só vez. Contudo, ao que parece, a plataforma Netflix não quer mais estar associada à “maratona” de séries. A maior razão seria a tendência atual que as gigantes da tecnologia têm seguido para evitar o consumo excessivo e melhorar a saúde dos usuários.
(Adaptado de Claudio Yuge, “Você notou? Netflix parece estar evitando o termo ‘maratonar’.” Disponível em https://www.tecmundo.com.br/ internet/133690-voce-notou-net flixpareceevitando-termo-maratonar.htm. Acessado em 01/06/2019.)
Texto II
Embora os dois textos tratem do termo “maratonar” a partir de perspectivas distintas, é possível afirmar que o Texto II retoma aspectos apresentados no Texto I porque
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(UNICAMP - 2020 - 1ª FASE)
O telejornalismo é um dos principais produtos televisivos. Sejam as notícias boas ou ruins, ele precisa garantir uma experiência esteticamente agradável para espectador. Em suma, ser um “infotenimento”, para atrair prestígio, anunciante e rentabilidade. Porém, a atmosfera pesada do início do ano baixou nos telejornais: Brumadinho, jovens atletas mortos no incêndio do CT do Flamengo, notícias diárias de feminicídios, de valentões armados matando em brigas de trânsito e supermercados. Conjunções adversativas e adjuntos adverbiais já não dão mais conta de neutralizar o tsunami de tragédias e violência, e de amenizar as más notícias para garantir o “infotenimento”. No jornal, é apresentada matéria sobre uma mulher brutalmente espancada, internada com diversas fraturas no rosto. Em frente ao hospital, uma repórter fala: “mas a boa notícia é que ela saiu da UTI e não precisará mais de cirurgia reparadora na face...”. Agora, repórteres repetem a expressão “a boa notícia é que...”, buscando alguma brecha de esperança no “outro lado” das más notícias.
(Adaptado de Wilson R. V. Ferreira, Globo adota “a boa notícia é que...” para tentar se salvar do baixo astral nacional. Disponível em https://cinegnose. Blogs pot.com/2019/02/globo-adotaboa-noticia-eque-para.html. Acessado em 01/03 /2019.)
Considerando a matéria apresentada no jornal, o uso da conjunção adversativa seguido da expressão “a boa notícia é que” permite ao jornalista
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(UNICAMP 2020) Em analogia com um circuito elétrico, a transpiração foliar é regulada pelo conjunto de resistências (medidas em segundos/metro) existentes na rota do vapor d’água entre os sítios de evaporação próximos à parede celular no interior da folha e a atmosfera. Simplificadamente, há as resistências dos espaços intercelulares de ar (reia), as induzidas pela presença dos estômatos (rest) e da cutícula (rcut) e a promovida pela massa de ar próxima à superfície das folhas (rcl). O esquema abaixo representa as resistências mencionadas.
A tabela a seguir apresenta os valores das resistências de duas espécies de plantas (espécie 1 e espécie 2).
Tendo em vista os dados apresentados e considerando que a condutância é o inverso da resistência, assinale a alternativa que indica a espécie com menor transpiração e sua respectiva condutância total à difusão do vapor d’água entre os sítios de evaporação e a atmosfera.
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(UNICAMP - 2020 - 1ª FASE)
O telejornalismo é um dos principais produtos televisivos. Sejam as notícias boas ou ruins, ele precisa garantir uma experiência esteticamente agradável para o espectador. Em suma, ser um “infotenimento”, para atrair prestígio, anunciante e rentabilidade. Porém, a atmosfera pesada do início do ano baixou nos telejornais: Brumadinho, jovens atletas mortos no incêndio do CT do Flamengo, notícias diárias de feminicídios, de valentões armados matando em brigas de trânsito e supermercados. Conjunções adversativas e adjuntos adverbiais já não dão mais conta de neutralizar o tsunami de tragédias e violência, e de amenizar as más notícias para garantir o “infotenimento”. No jornal, é apresentada matéria sobre uma mulher brutalmente espancada, internada com diversas fraturas no rosto. Em frente ao hospital, uma repórter fala: “mas a boa notícia é que ela saiu da UTI e não precisará mais de cirurgia reparadora na face...”. Agora, repórteres repetem a expressão “a boa notícia é que...”, buscando alguma brecha de esperança no “outro lado” das más notícias.
(Adaptado de Wilson R. V. Ferreira, Globo adota “a boa notícia é que...” para tentar se salvar do baixo astral nacional. Disponível em https://cinegnose. Blogs pot.com/2019/02/globo-adotaboa-noticia-eque-para.html. Acessado em 01/03 /2019.)
Para se referir a matérias jornalísticas televisivas que informam e, ao mesmo tempo, entretêm os espectadores, o autor cria um neologismo por meio de
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(UNICAMP - 2020 - 1ª FASE)
Texto I
Texto II
O que levou Marta, seis vezes a melhor do mundo, a enfrentar a Austrália de chuteiras pretas? Adianto, não foi o futebol “raiz”. Marta não fechou patrocínio com nenhuma das gigantes do mercado esportivo. Não recebeu nenhuma proposta à altura do seu futebol. Isso diz muito sobre o machismo no esporte. A partir disso, a atleta decidiu calçar a luta pela diversidade.
(Fonte: https://www.hypeness.com.br/2019/06/chuteira-sem-logo-ecom-simbolo-de-igualdade-de-genero-foi-mais-um-golaco-demarta/. Acessado em 18/06/2019.)
Considerando o tweet e o texto acima, é correto afirmar que a atleta
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(UNICAMP - 2020 - 1ª FASE)
– Pela milionésima vez, por favor, “se amostrar” não existe. Não pega bem usar uma expressão incorreta como essa.
– Ora veja, incorreto para mim é o que não faz sentido, “se amostrar” faz sentido para boa parte do país.
– Por que você não usa um sinônimo mais simples da palavra? Que tal “exibido”? Todo mundo conhece.
– Não dá, porque quem se exibe é exibido, quem se amostra é amostrado. Por exemplo: quando os vendedores de shopping olham com desprezo para os meninos dos rolezinhos e moram no mesmo bairro deles, são exibidos. Eles acham que a roupa de vendedor faz deles seres superiores. Por outro lado, as meninas e os meninos dos rolezinhos vão para os shoppings para se amostrar uns para outros, e são, portanto, amostrados. Percebeu a sutileza da diferença?
– Entendo, mas está errado.
– Como é que está errado se você entende? Você não aceita a inventividade linguística do povo. “Amostrar” é verbo torto no manual das conjugações e “amostrado” é particípio de amostra grátis! Captou?
Adaptado de Cidinha da Silva, Absurdada. Disponível em http://notarodape. blogspot. com/ search/label/Cotidiano. Acessado em 22/05/2019.
Considerando que a comparação entre modos de falar pode ser fonte de preconceito, o exemplo citado por uma das personagens da crônica
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(UNICAMP - 2020 - 1ª FASE)
Texto I
Leia os versos iniciais da peça Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come (1966), de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar. Em formato de cordel, os versos são cantados por todos os atores.
Se corres, bicho te pega, amô.
Se ficas, ele te come.
Ai, que bicho será esse, amô?
Que tem braço e pé de homem?
Com a mão direita ele rouba, amô,
e com a esquerda ele entrega;
janeiro te dá trabalho, amô,
dezembro te desemprega;
de dia ele grita "avante”, amô,
de noite ele diz: "não vá":
Será esse bicho um homem, amô,
ou muitos homens será?
Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar, Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966, p. 3.
Texto II
Observe a charge de Laerte que fez parte da mostra Maio na Paulista, em 2019.
Considerando a relação entre os textos I e II, conclui-se que a charge
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