(UNICAMP - 2024)
Texto 1
Vivemos no limiar de uma transição, em que a automação ocupará cada vez mais espaços na sociedade. Neste novo cenário, há um componente atuando com desenvoltura entre nós. Suas ações e decisões, invisíveis e muitas vezes autônomas, estão cada vez mais presentes no dia a dia da vida contemporânea. Seu comportamento, no entanto, é opaco e pouco compreendido. Trata-se dos algoritmos. São eles que, muitas vezes, decidem se você é contratado ou demitido, se você vai ter acesso a um benefício social, se seu visto de imigração vai ser concedido ou negado, quais notícias você vai ver nas redes sociais, qual o melhor trajeto do trabalho para casa ou qual o parceiro mais apropriado para um relacionamento.
(Adaptado de: MENDONÇA, R.F.; FIGUEIRAS, F.; ALMEIDA, V. Algoritmos controlam sociedade e tomam decisões de vida ou morte. Folha de S. Paulo, 7 abr. 2021.)
Texto 2
A partir do texto 1, é possível afirmar que o texto 2 explora o fato de que os algoritmos
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O anúncio (Texto 1) reproduzido a seguir foi postado nas redes sociais da Portela, escola de samba carioca, para divulgar uma festa literária. A escola, que traz a águia como símbolo em todos os seus desfiles (Texto 2), completou 100 anos em 2023.
Texto 1
Texto 2
Considerando a imagem no texto 2, podemos afirmar que o texto 1 promove uma
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O texto a seguir é um trecho da canção Pantanal, que foi tema de abertura da novela com o mesmo nome, exibida originalmente pela TV Manchete em 1990 e regravada pela TV Globo em 2022.
Lendas de raças, cidades perdidas nas selvas do coração do Brasil.
Contam os índios de deuses que descem do espaço no coração do Brasil.
Redescobrindo as Américas quinhentos anos depois,
Lutar com unhas e dentes pra termos direito a um depois.
Fim do milênio, resgate da vida, do sonho, do bem.
A terra é tão verde e azul.
Os filhos dos filhos dos filhos dos nossos filhos verão.
(Pantanal, letra de Marcus Viana, gravada pelo grupo Sagrado Coração da Terra na coletânea em LP Sagrado – Farol da Liberdade, lançada em 1991 pelo selo Sonhos & Sons.)
Nesse trecho da canção, podemos identificar
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je ne parle pas bien* | |
je ne parle pas bien | |
je ne parle pas bien | |
je ne parle pas bien | |
eu tenho uma língua solta | |
que não me deixa esquecer | |
que cada palavra minha | |
é resquício da colonização | |
cada verbo que aprendi conjugar | |
foi ensinado com a missão | |
de me afastar de quem veio antes | |
nossas escolas não nos ensinam | |
a dar voos | |
[...] | |
reinvenção | |
nossa revolução surge e urge | |
das nossas bocas | |
das falas aprendidas | |
que são ensinadas | |
e muitas não compreendidas | |
salve, a cada gíria | |
je ne parle pas bien | |
[...] | |
o que era pra ser arma de colonizador | |
está virando revide de ex colonizado | |
estamos aprendendo as suas línguas | |
e descolonizando os pensamento |
* Je ne parle pas bien, do francês, significa “Eu não falo direito”.
Podemos afirmar que o uso repetido do verso Je ne parle pas bien no poema slam de Luz Ribeiro
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Texto 1
“Que século, meus Deus! – exclamaram os ratos E começaram a roer o edifício”.
(“Edifício Esplendor” (1955), de Carlos Drummond de Andrade, epígrafe do conto “Seminário dos Ratos”, de Lygia Fagundes Telles.)
Texto 2
Epígrafe é um paratexto (um texto que acompanha o texto principal), que pode justificar ou comentar um título ou texto; referenciar a relação entre o autor do texto e o da epígrafe; criar um efeito por meio do qual a presença da epígrafe já evoca a identificação do autor do texto com uma época ou movimento.
(Adaptado de: GENETTE, G. Paratextos Editoriais. Tradução de Álvaro Faleiros. Cotia: Ateliê Editorial, 2009.)
Considerando os textos 1 e 2, assinale a alternativa correta.
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Leia o trecho da reportagem:
“Mulher espancada após boatos em rede social morre no Guarujá, SP
(...)
A dona de casa Fabiane Maria de Jesus, de 33 anos, morreu na manhã desta segunda-feira (5), dois dias após ter sido espancada por dezenas de moradores do Guarujá, no litoral de São Paulo. Segundo a família, ela foi agredida a partir de um boato gerado por uma página em uma rede social (...)”
(G1, Santos, 05/05/2014. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2014/05/mulher-espancada-apos-boatos-em-rede-social-morre-em-guaruja-sp.html. Acessado em 04/07/2023.)
Assinale o trecho de um dos contos a seguir – extraídos de EVARISTO, Conceição. Olhos d’Água. Rio de Janeiro: Pallas; Fundação Biblioteca Nacional, 2016 –, trecho este que relaciona o acontecimento da reportagem ao texto de ficção:
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No início da novela Casa Velha, de Machado de Assis, o cônego da Capela Imperial, um personagem da história, assumindo a voz narrativa dela, conta a seus interlocutores:
“– Não desejo ao meu maior inimigo o que me aconteceu no mês de abril de 1839.”
(MACHADO DE ASSIS. Casa Velha. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986, p. 11.)
De acordo com o texto, o acontecimento desagradável que vitimou o religioso faz com que ele possa ser considerado, ao final da narrativa, como
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“Um deles viu umas contas brancas de rosário, acenou que lhas dessem e divertiu-se muito com elas. Enrolou-as ao pescoço, depois tirou-as e embrulhou-as no braço, e acenava para a terra e depois para as contas, e em seguida para o colar do capitão, dando a entender que eles dariam ouro por aquilo. Isto nós entendíamos assim porque queríamos. Mas se ele queria dizer que levaria as contas e mais o colar, isto nós não queríamos entender, porque não lho daríamos."
(CAMINHA, Pero Vaz de. Carta de Achamento do Brasil. Campinas: Editora da UNICAMP, p. 108, 2001.)
Em seu relato de viagem, Pero Vaz de Caminha
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Em 1921, Mário de Andrade, escrevendo a série de artigos “Mestres do passado”, publicados no Jornal do Comércio (edição de São Paulo), observou:
"Tarde [de Olavo Bilac] foi uma promessa de anos seguidos. Tais são, tão salientes os artifícios e tão repetidos que muito bem provam o esforço do poeta decaído da poesia e a sua parca inspiração (...).”
(ANDRADE, M. Mestres do passado – Olavo Bilac. In: BRITO, M.S. História do modernismo brasileiro. Antecedentes da Semana de Arte Moderna. 5.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, p. 288-289, 1978.)
Relacione, ao poema a seguir, o trecho da crítica anterior, assinalando a alternativa que coincide com a ideia geral de Mário sobre a obra de Bilac.
As estrelas
Olavo Bilac
Desenrola-se a sombra no regaço | |
Da morna tarde, no esmaiado anil; | |
Dorme, no ofego do calor febril, | |
A natureza, mole de cansaço. | |
Vagarosas estrelas! passo a passo, | |
O aprisco desertando, às mil e às mil, | |
Vindes do ignoto seio do redil | |
Num compacto rebanho, e encheis o espaço... | |
E, enquanto, lentas, sobre a paz terrena, | |
Vos tresmalhais tremulamente a flux, | |
– Uma divina música serena | |
Desce rolando pela vossa luz: | |
Cuida-se ouvir, ovelhas de ouro: a avena | |
Do invisível pastor que vos conduz... | |
(BILAC, Olavo. Tarde. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, p. 42-43, 1919.) |
Esmaiado: esmaecido, pálido
Aprisco: curral
Redil: curral para o gado ovino ou caprino; rebanho de ovelhas
Tresmalhar: Afastar-se, perder-se do rebanho
Flux: fluxo Avena: flauta pastoril
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Leia as duas citações a seguir, extraídas do início e do final de O Ateneu:
“Lembramo-nos, entretanto, com saudade hipócrita, dos felizes tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob outro aspecto, não nos houvesse perseguido outrora e não viesse de longe a enfiada das decepções que nos ultrajam. Eufemismo, os felizes tempos, eufemismo apenas, igual aos outros que nos alimentam, a saudade dos dias que correram como melhores.
Bem considerando, a atualidade é a mesma em todas as datas. Feita a compensação dos desejos que variam, das aspirações que se transformam, alentadas perpetuamente do mesmo ardor, sobre a mesma base fantástica de esperanças, a atualidade é uma (...)”.
“Aqui suspendo a crônica das saudades. Saudades verdadeiramente? Puras recordações, saudades talvez, se ponderarmos que o tempo é a ocasião passageira dos fatos, mas sobretudo — o funeral para sempre das horas.”
(POMPEIA, Raul. O Atheneu (Chronica de saudades). Rio de Janeiro: Tipografia de Gazeta de Notícias, p 3-4 e 368, 1888.)
Com base nessas duas citações, é possível afirmar que, ao fim da narrativa de Sérgio sobre sua vida no colégio, o narrador
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