(FUVEST 2010)
Um mundo por imagens
A imaginação simbólica é sempre um fator de equilíbrio. O símbolo é concebido como uma síntese equilibradora, por meio da qual a alma dos indivíduos oferece soluções apaziguadoras aos problemas.
Gilbert Durand.
Ao invés de nos relacionarmos diretamente com a realidade, dependemos cada vez mais de uma vasta gama de informações, que nos alcançam com mais poder, facilidade e rapidez. É como se ficássemos suspensos entre a realidade da vida diária e sua representação.
Tânia Pellegrini. Adaptado.
Na civilização em que se vive hoje, constroem-se imagens, as mais diversas, sobre os mais variados aspectos; constroem-se imagens, por exemplo, sobre pessoas, fatos, livros, instituições e situações.
No cotidiano, é comum substituir-se o real imediato por essas imagens.
Dentre as possibilidades de construção de imagens enumeradas acima, em negrito, escolha apenas uma, como tema de seu texto, e redija uma dissertação em prosa, lançando mão de argumentos e informações que deem consistência a seu ponto de vista.
Instruções:
– A redação deve obedecer à norma padrão da língua portuguesa.
– Escreva, no mínimo, 20 e, no máximo, 30 linhas, com letra legível.
– Dê um título a sua redação.
Gabarito:
Resolução:
A proposta tratava da concepção de "imagem" como o foco de seus direcionamentos. Imagem, aqui, não significa objetivamente, mas são representações que se constroem sobre diversos elementos. Os textos apresentados se referem à imagem como símbolo ou como substituto da realidade. No primeiro caso, a imagem é esclarecedora; no segundo, a imagem não esclarece, mas oculta. O candidato deveria tratar dessas dimensões da "imagem" em seu texto, as suas diferentes formas de atribuir e representar significados. A construção do texto poderia partir da noção de imagem sobre "pessoas, fatos, livros, instituições e situações. O candidato poderia tratar do cenário atual, permeado por redes sociais e mídias imagéticas que muitas vezes criam e propagam a noção de um padrão estético inalcançável e incoerente. O argumento poderia ser embasado a partir da menção do documentário "Dilema das Redes", da Netflix, uma vez que ele aborda a influência das redes sociais nos hábitos e consumos dos indivíduos. Também seria possível apresentar informações sobre as diferentes possibilidades de representação de diferentes temas a partir de imagens e como essas diferentes versões, muitas vezes, podem se tornar inverdades, como é o caso das Fake News. Diversas fotos alteradas no contexto político brasileiro poderiam ser utilizadas como exemplo, um caso que poderia ser citado seria a divulgação de uma foto alterada do influencer Casimiro, evento de grande repercussão nas redes sociais.
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado
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(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:
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(Fuvest 2016)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
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(Fuvest 2012)
Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.
Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:
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