(FUVEST)
Sinha Vitória falou assim, mas Fabiano resmungou, franziu a testa, achando a frase extravagante.
Aves matarem bois e cabras, que lembrança! Olhou a mulher, desconfiado, julgou que ela estivesse tresvariando.
(Graciliano Ramos, Vidas secas)
Uma das características do estilo de Vidas secas é o uso do discurso indireto livre, que ocorre no trecho
“sinha Vitória falou assim”.
“Fabiano resmungou”.
“franziu a testa
“que lembrança”.
“olhou a mulher”.
Gabarito:
“que lembrança”.
[D]
O discurso indireto livre acontece quando os acontecimentos são narrados de maneira simultânea. Nele não há uma separação concreta, como no discurso indireto, do que é a fala de uma personagem do que é pontuações do narrador. Dessa maneira:
a) “sinhá Vitória falou assim”. (discurso indireto)
b) “Fabiano resmungou”. (discurso indireto)
c) “franziu a testa" (discurso indireto)
d) “que lembrança”. (discurso indireto livre)
Nessa alternativa, o termo "que lembrança" ao ser recuperado no texto gera uma dúvida, própria do discurso livre indireto, de quem proferiu a frase. Pode ser uma fala de Fabiano ou uma reflexão do narrador sobre o fato que está sendo contado.
e) “olhou a mulher”. (discurso indireto)
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado
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(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:
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(Fuvest 2016)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
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(Fuvest 2012)
Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.
Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:
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