(FUVEST - 2003 - 1a Fase) Sobre a Lei de Terras, decretada no mesmo ano (1850) da Lei Eusébio de Queirós, que suprimiu o tráfico negreiro, é correto afirmar que
dificultava o acesso dos ex-escravos à propriedade da terra, estabelecendo o critério da compra e venda.
estava associada a uma concepção de distribuição de terras para estimular a produção agrícola.
facilitava a aquisição de terras pelos ex-escravos e imigrantes, ao associar terra livre e trabalho livre.
estava vinculada à necessidade de expansão da fronteira agrícola e aquisição de terras na Amazônia.
superava o antigo conceito de sesmaria, ao impedir a concentração de terras nas mãos de poucos proprietários.
Gabarito:
dificultava o acesso dos ex-escravos à propriedade da terra, estabelecendo o critério da compra e venda.
a) dificultava o acesso dos ex-escravos à propriedade da terra, estabelecendo o critério da compra e venda.
Correta. A Lei de Terras é de 1850, mesmo ano em que o tráfico negreiro é proibido no país. Esta lei garantiu as terras aos grandes proprietários. Com o início do processo que levou ao fim o trabalho escravo no país e o incentivo às imigrações emergiu um novo contingente populacional no Brasil. Até então o que regulava a posse na terra era apenas o princípio de Uti Possidetis, a Lei de Terras aplica uma documentação que garante a posse a da terra, todos que eram proprietários até então receberam este documento; as terras que não estavam sob alguma posse só poderiam ser adquiridas por meio da compra perante o Estado. Neste contexto, ex-escravos, imigrantes e trabalhadores livres não possuíam condições de concorrer com os latifundiários que assim mantiveram seu poder no país agrário; há uma grande falsificação de documentos neste período, a maioria dos grandes proprietários ampliaram ainda mais as suas posses.
b) estava associada a uma concepção de distribuição de terras para estimular a produção agrícola.
Incorreta. Não tinha como princípio a distribuição de terras.
c) facilitava a aquisição de terras pelos ex-escravos e imigrantes, ao associar terra livre e trabalho livre.
Incorreta. Dificultava a aquisição de terras pelos ex-escravos e imigrantes.
d) estava vinculada à necessidade de expansão da fronteira agrícola e aquisição de terras na Amazônia.
Incorreta. Estava vinculada a regulamentação da posse de terras.
e) superava o antigo conceito de sesmaria, ao impedir a concentração de terras nas mãos de poucos proprietários.
Incorreta. Não impediu a concentração de terras nas mãos de poucos proprietários.
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado
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(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:
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(Fuvest 2016)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
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(Fuvest 2012)
Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.
Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:
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