(Fuvest 2015) O efeito estufa e o lixo são, talvez, as duas manifestações mais contraditórias da vontade de dominação da natureza posta em prática pela racionalidade instrumental e sua tecnociência. Com o objetivo de aumentar a produtividade, que na prática significa submeter os tempos de cada ente, seja ele mineral, vegetal ou animal, a um tempo da concorrência e da acumulação de capital, esqueceu-se de que todo trabalho dissipa energia sob forma de calor (efeito estufa) e que a desagregação da matéria, ao longo do tempo, torna-a irreversível (lixo).
Carlos W. Porto-Gonçalves. A Globalização da Natureza e a Natureza da Globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006. Adaptado.
Conforme o excerto acima, é correto afirmar:
Com o aumento da produtividade, será possível vencer o efeito estufa e superar o problema da produção de lixo.
A humanidade superou os problemas decorrentes da produção de lixo, graças à racionalidade instrumental e à tecnociência.
Os tempos da concorrência e da acumulação de capital vêm sendo subordinados ao tempo da natureza.
A aceleração do tempo de acumulação de capital permite eliminar a irreversibilidade da produção do lixo.
A busca pelo aumento da produtividade impõe a diferentes elementos da natureza o tempo dos interesses capitalistas.
Gabarito:
A busca pelo aumento da produtividade impõe a diferentes elementos da natureza o tempo dos interesses capitalistas.
O modo de produção capitalista pressupõe o aumento crescente de competitividade e a incorporação de inovações. Caso a produtividade não aumente, a empresa pode perder fatia de mercado e consequentemente falir. Com isso, todo o setor produtivo, desde a extração de recursos até a deposição de resíduos, também obedece a lógica do tempo e do espaço regidas pelas engrenagens da produtividade. A questão retrata fundamentalmente esta submissão do lixo pela lógica mercantil e por isso a resposta correta consiste na letra E. Pensando agora em outra questão, a mesma lógica transplantada para a produção e extração de alimentos tem um grande fator que nos exemplifica a submissão do campos pelas lógicas da produção – que são os insumos agrícolas que colocam em risco, em alguns casos, a segurança alimentar para obtenção de maior ritmo e previsibilidade na produção. Como foi o caso do DDT para controle de pragas e o controverso debate sobre transgênicos e seus impactos na saúde humana e na ética ao tratar com a vida.
CORRETA E
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado
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(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:
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(Fuvest 2016)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
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(Fuvest 2012)
Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.
Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:
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