Questão 13821

(Fuvest 2013) Observe a imagem e leia o texto. 

Por muitos anos, as várzeas paulistanas foram uma espécie de quintal geral dos bairros encarapitados nas colinas. Serviram de pastos para os animais das antigas carroças que povoaram as ruas da cidade. Serviram de terreno baldio para o esporte dos humildes, tendo assistido a uma proliferação incrível de campos de futebol. Durante as cheias, tais campos improvisados ficam com o nível das águas até o meio das traves de gol.

Aziz Ab’Saber, 1956.

Considere a imagem e a citação do geógrafo Aziz Ab’Saber na análise das afirmações abaixo:

I. O processo de verticalização e a impermeabilização dos solos nas proximidades das vias marginais ao rio Tietê aumentam a sua susceptibilidade a enchentes.

II. A retificação de um trecho urbano do rio Tietê e a construção de marginais sobre a várzea do rio potencializaram o problema das enchentes na região.

III. A extinção da Mata Atlântica na região da nascente do rio Tietê, no passado, contribui, até hoje, para agravar o problema com enchentes nas vias marginais.

IV. A várzea do rio Tietê é um ambiente susceptível à inundação, pois constitui espaço de ocupação natural do rio durante períodos de cheias.

Está correto o que se afirma em

A

I, II e III, apenas

B

I, II e IV, apenas. 

C

I, III e IV, apenas.

D

II, III e IV, apenas.

E

I, II, III e IV. 

Gabarito:

I, II e IV, apenas. 



Resolução:

I. O processo de verticalização e a impermeabilização dos solos nas proximidades das vias marginais ao rio Tietê aumentam a sua susceptibilidade a enchentes. - CORRETA

Toda vez que se constroem prédios nas margens dos rios significa também a construção de novas vias, novos asfaltamentos, novas áreas de lazer nas proximidades, ou seja, aumentam a impermeabilização do solo, pois a cimentação das marginais impedem que na época das chuvas a água seja absorvida pois não há solos nem vegetação que possa fazer isso, aumentando a susceptibilidade a enchentes.

II. A retificação de um trecho urbano do rio Tietê e a construção de marginais sobre a várzea do rio potencializaram o problema das enchentes na região. CORRETA

Imaginem quem um rio meandrante ( que faz curvas) consegue conter muito mais água do que um rio retificado.

Faça uma exercício com um fio, barbante, se você fizer curvas nesse barbante e colocar outro barbante reto ao lado do mesmo comprimento após esticar o primeiro barbante verá que o o fio é muito maior. O rio Tietê no trecho urbano tinha 46 km de extensão que viraram 26km ao retificar, ou seja, a mesma quantidade de água das chuvas que tinha 46 km de extensão para  absorver a água agora tem 26 km.

Ou seja, ao retificar o rio perde uma grande área que poderia ser conter a água da chuva, por isso a retificação do trecho urbano e a retirada da vegetação das marginais potencializaram e muito as enchentes na região.

III. A extinção da Mata Atlântica na região da nascente do rio Tietê, no passado, contribui, até hoje, para agravar o problema com enchentes nas vias marginais. - INCORRETA 

O rio Tietê nasce na cidade de Salesópolis, e as nascentes são protegidas por lei, mas para além disso, desmantar próximo as nascentes pode ter o efeito inverso de enchente, pode acabar soterrando o rio. A extinção da Mata Atlântica as margens dos rios que podem agravar os problemas das enchentes, pois é a vegetação que tem o papel de absorção do excesso de água.

IV. A várzea do rio Tietê é um ambiente susceptível à inundação, pois constitui espaço de ocupação natural do rio durante períodos de cheias. - CORRETA

Sim, existe uma frase de uma geógrafa Odette Seabra que diz " As várzeas pertencem aos rios". E é exatamente isso, os rios vivem sua época de cheias e de seca, as várzeas voltam a ser dos rios nas cheias, é um lugar natural dos rios, pertencem a eles.

ALTERNATIVA B

Monitor: Igor M. Moreira



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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