(FUVEST - 2013)
A essência da teoria democrática é a supressão de qualquer imposição de classe, fundada no postulado ou na crença de que os conflitos e problemas humanos — econômicos, políticos, ou sociais — são solucionáveis pela educação, isto é, pela cooperação voluntária, mobilizada pela opinião pública esclarecida. Está claro que essa opinião pública terá de ser formada à luz dos melhores conhecimentos existentes e, assim, a pesquisa científica nos campos das ciências naturais e das chamadas ciências sociais deverá se fazer a mais ampla, a mais vigorosa, a mais livre, e a difusão desses conhecimentos, a mais completa, a mais imparcial e em termos que os tornem acessíveis a todos.
Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.
Dos seguintes comentários linguísticos sobre diferentes trechos do texto, o único correto é:
Os prefixos das palavras “imposição” e “imparcial” têm o mesmo sentido.
As palavras “postulado” e “crença” foram usadas no texto como sinônimas.
A norma-padrão condena o uso de “essa”, no trecho “essa opinião”, pois, nesse caso, o correto seria usar “esta”.
A vírgula empregada no trecho “e a difusão desses conhecimentos, a mais completa” indica que, aí, ocorre a elipse de um verbo.
O pronome sublinhado em “que os tornem” tem como referente o substantivo “termos”.
Gabarito:
A vírgula empregada no trecho “e a difusão desses conhecimentos, a mais completa” indica que, aí, ocorre a elipse de um verbo.
Comentário:
Dos seguintes comentários linguísticos sobre diferentes trechos do texto, o único correto é:
a) Os prefixos das palavras “imposição” e “imparcial” têm o mesmo sentido. Incorreto. Não há relação de semelhança de sentido pelo uso do prefixo "im" pelos termos "imposição" e "imparcial". Isso pode ser observado pelo próprio conceito de cada termo: "imposição" = ordem de autoridade superior; estipulação, determinação; "imparcial" = Que não é parcial; que não toma partido (valor de negação).
b) As palavras “postulado” e “crença” foram usadas no texto como sinônimas. Incorreto. Os termos "postulado" e "crença" foram usados com significados diferenciados. O "postulado" consiste em um fato reconhecido e ponto de partida, implícito ou explícito, de uma argumentação. Já o termo "crença" está relacionado com "algo que deve ser acreditado".
c) A norma-padrão condena o uso de “essa”, no trecho “essa opinião”, pois, nesse caso, o correto seria usar “esta”. Incorreto. O uso do pronome "essa" é utilizado conforme as regras da norma padrão culto.
d) A vírgula empregada no trecho “e a difusão desses conhecimentos, a mais completa” indica que, aí, ocorre a elipse de um verbo. Correto. A vírgula, no trecho em questão, marca a elipse da expressão verbal "deverá se fazer" a partir do trecho "das chamadas ciências sociais deverá se fazer a mais ampla, a mais vigorosa, a mais livre, e a difusão desses conhecimentos, a mais completa"
d) O pronome sublinhado em “que os tornem” tem como referente o substantivo “termos”. Incorreto. O pronome referente ao trecho "que os tornem" é referente ao termo "desses conhecimentos".
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado
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(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:
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(Fuvest 2016)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
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(Fuvest 2012)
Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.
Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:
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