(FUVEST - 2011 - 1ª fase)
A ROSA DE HIROXIMA
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
Vinicius de Moraes, Antologia poética.
Dentre os recursos expressivos presentes no poema, podem-se apontar a sinestesia e a aliteração, respectivamente, nos versos
2 e 17.
1 e 5.
8 e 15.
9 e 18.
14 e 3.
Gabarito:
8 e 15.
Para respondermos a essa questão, precisamos nos ater a alguns conceitos.
Sinestesia: é uma figura de linguagem, que ao descrever um elemento relaciona planos sensoriais diferentes. Um exemplo básico é falar "As cores (visão) quentes (tato)".
Aliteração: repetição de fonemas consonantais no mesmo verso.
a) 2 e 17.
2: Mudas telepáticas
Não há sinestesia, apenas sobreposição de 2 características.
17: Sem cor sem perfume
Não há repetição de consoantes.
b) 1 e 5.
1: Pensem nas crianças
Pensar não está ligado a um sentido.
5: Pensem nas mulheres
Não há aliteração.
c) 8 e 15.
8: Como rosas cálidas
Aqui há sinestesia, pois a rosa, que pode ser associada ao seu cheiro, textura e aparência, é comparada com algo de temperatura elevada.
(Alternativa Correta)
15: A rosa com cirrose
Há uma repetição da consoante "R" causando um efeito rítmico, portanto, há aliteração.
d) 9 e 18.
9: Mas oh não se esqueçam
Não há sinestesia para ser analisada.
18: Sem rosa sem nada. Repetição de sons consonantais nasais, tem aliteração.
e) 14 e 3.
14: Da rosa de Hiroxima
Não há sentidos a serem analisados nesse verso.
3: Pensem nas meninas
Repetição de sons consonantais nasais, tem aliteração.
Dessa maneira, a alternativa correta é a letra [C].
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado
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(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:
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(Fuvest 2016)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
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(Fuvest 2012)
Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.
Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:
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