(FUVEST - 2011 - 1ª fase)
— Não entra a policia! Não deixa entrar! Aguenta! Aguenta!
— Não entra! Não entra! repercutiu a multidão em coro. E todo o cortiço ferveu que nem uma panela ao fogo.
— Aguenta! Aguenta!
Aluisio Azevedo, O cortiço. 1890, parte X.
O fragmento acima mostra a resistência dos moradores de um cortiço à entrada de policiais no local. O romance de Aluisio Azevedo
representa as transformações urbanas do Rio de Janeiro no periodo posterior à abolição da escravidão e o difícil convivio entre ex-escravos, imigrantes e poder público.
defende a monarquia recém-derrubada e demonstra a dificuldade da República brasilelra de manter a tranquilidade e a harmonia social após as lutas pela consolidação do novo regime.
denúncia a falta de policiamento na então capital brasileira e atribuí os problemas sociais existentes ao desprezo da elite paulista cafeicultora em relação ao Rio de Janeiro.
valoriza as lutas sociais que se travavam nos morros e na periferia da então capital federal e as considera um exemplo para os demais setores explorados da população brasileira.
apresenta a imigração como a principal origem dos males socias por que o país passava, pois os novos empregados assalariados tiraram o trabalho dos escravos e os marginalizaram.
Gabarito:
representa as transformações urbanas do Rio de Janeiro no periodo posterior à abolição da escravidão e o difícil convivio entre ex-escravos, imigrantes e poder público.
O fragmento acima mostra a resistência dos moradores de um cortiço à entrada de policiais no local. O romance de Aluisio Azevedo
Alternativas
a) representa as transformações urbanas do Rio de Janeiro no periodo posterior à abolição da escravidão e o difícil convivio entre ex-escravos, imigrantes e poder público. Comentário: alternativa correta. A obra retrata o cenário urbano da cidade do Rio de Janeiro após a abolição da escravidão( virada do século XIX para o século XX) que é representado pelas dificuldades sociais dos moradores de um cortiço a qual é composto pela população pobre (ex-escravos e imigrantes)e que consequentemete diante das discrepâncias sociais e econômicas do meio urbano há o conflito com as forças policiais.
b) defende a monarquia recém-derrubada e demonstra a dificuldade da República brasilelra de manter a tranquilidade e a harmonia social após as lutas pela consolidação do novo regime.Comentário: alternativa incorreta.Não há defesa pelo regime monárquico. É fortemente marcado a crítica social e as desigualdades sociais relacionadas à omissão e descomprometimento do gverno brasileiro aos recém-escravos alforriados.
c) denuncia a falta de policiamento na então capital brasileira e atribuí os problemas sociais existentes ao desprezo da elite paulista cafeicultora em relação ao Rio de Janeiro.Comentário: alternativa incorreta.Não é abordado pela obra a questão da falta de policiamento nos centros urbanos da capital federal, mas a questão da periferia(cortiços).
d) valoriza as lutas sociais que se travavam nos morros e na periferia da então capital federal e as considera um exemplo para os demais setores explorados da população brasileira.Comentário: alternativa incorreta.É considerada incorreta porque a obra não dá ênfase em reforçar a valorização das lutas sociais entre morros e governo federal, mas o objetivo central é demonstrar a tese de que o ser humano é oproduto do meio em que se vive a partir do contexto de transformações urbanas do Rio de Janeiro no periodo posterior à abolição da escravidão e o difícil convivio entre ex-escravos, imigrantes e poder público.
e) apresenta a imigração como a principal origem dos males socias por que o país passava, pois os novos empregados assalariados tiraram o trabalho dos escravos e os marginalizaram.Comentário: alternativa incorreta. A substituição do trabalho escravo pela imigrante europeu se deu diante ao processo de abolição da escravidão negra que começou por décadas até ser finalizada pela Lei Áurea, em 1888.
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado
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(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:
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(Fuvest 2016)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
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(Fuvest 2012)
Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.
Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:
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