Questão 2231

(FUVEST 2014) Leia o seguinte texto, que faz parte de um anúncio de um produto alimentício:

EM RESPEITO A SUA NATUREZA, SÓ TRABALHAMOS COM O MELHOR DA NATUREZA

     Selecionamos só o que a natureza tem de melhor para levar até a sua casa. Porque faz parte da natureza dos nossos consumidores querer produtos saborosos, nutritivos e, acima de tudo, confiáveis.

www.destakjornal.com.br, 13/05/2013. Adaptado.

Procurando dar maior expressividade ao texto, seu autor

A

serve-se do procedimento textual da sinonímia.

B

recorre à reiteração de vocábulos homônimos

C

explora o caráter polissêmico das palavras.

D

mescla as linguagens científica e jornalística.

E

emprega vocábulos iguais na forma, mas de sentidos contrários.

Gabarito:

explora o caráter polissêmico das palavras.



Resolução:

Alternativa correta: C 

A palavra "natureza" utilizada no anúncio refere-se a dois significados distintos Duas acepções são interessantes para nossa análise:

1 - combinação específica das qualidades originais, constitucionais ou nativas de um indivíduo, animal ou coisa; caráter inato.

2- conjunto de elementos (mares, montanhas, árvores, animais etc.) do mundo natural.

Podemos perceber que o vocábulo "natureza" tem caráter polissêmico, ou seja, possui a capacidade de representar diferentes significados a depender do contexto, e isso é explorado no anúncio.

Comentário das incorretas

a) Não podemos considerar as aparições de "natureza" no texto como sinônimos, assim como as definições acima nos mostram.

b) O valor é de polissemia, não de homonímia, pois os sentidos de natureza, apesar de distintos estão relacionados. (isso não caracteriza homônimos; como manga de comer/ manga de camisa)

d) Não há indícios de nenhum dos dois tipos de jargão (científico e jornalístico). A linguagem está associada ao gênero publicitário.

e) Os sentidos dos vocábulos iguais não são opostos, e sim complementares. 

 



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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