Questão 2236

(FUVEST - 2006 - 1 FASE ) Leia:

o Kramer apaixonou-se por uma corista que se chamava Olga. por algum motivo nunca conseguiam encontrar-se. ele gritava passando pela casa de Olga, manhãzinha (ela dormia): Olga, Olga, hoje estou de folga! mas nunca se viam e penso que ele sabia que se efetivamente se deitasse com ela o sonho terminaria. sábio Kramer. nunca mais o vi. há sonhos que devem permanecer nas gavetas, nos cofres, trancados até o nosso fim. e por isso passíveis de serem sonhados a vida inteira. (Hilda Hilst, Estar sendo. Ter sido.)

OBSERVAÇÕES: O emprego sistemático de minúscula na abertura de período é opção estilística da autora. Corista = atriz/bailarina que figura em espetáculo de teatro musicado.

No trecho "há sonhos que devem permanecer nas gavetas, nos cofres, trancados até o nosso fim.", o recurso de estilo que não ocorre é

A

redundância.

B

inversão.

C

gradação.

D

metáfora.

E

enumeração

Gabarito:

inversão.



Resolução:

A questão solicita identificar o recurso estilístico que não esteja presente na oração: "há sonhos que devem permanecer nas gavetas, nos cofres, trancados até o nosso fim."

Alternativas

  1. redundância. Comentário: alternativa correta, pois o trecho  "permanecer em cofres, trancados"  representa ideias similares várias vezes.

  2. inversão.Comentário:  alternativa incorreta, pois na oração não confere uma inversão entre os elementos da oração.

  3. gradação.Comentário: alternativa correta, pois percebe-se a gradação em "nas gavetas, nos cofres", pois trata-se de uma gradação( concepção de crescimento progressivo) da dimensão do espaço físico, a partir de um espaço pequeno(gaveta) até um espaço amplo(cofre).

  4. metáfora.Comentário: alternativa correta, pois ocorre a comparação dos sonhos trancados em cofres com trancados dentro de nossa mente.

  5. enumeração.Comentário: alternativa correta, pois ocorre a enumeração está em "nas gavetas, nos cofres, trancados até o nosso fim"(enumeração dos elementos: gavetas e cofres).



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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