(Fuvest 2000)
Óbito do autor
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo.
(Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas, Capítulo primeiro)
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A metáfora presente em "a campa foi outro berço" baseia-se
na relação abstrato/concreto que há em CAMPA/BERÇO.
no sentido conotativo que assume a palavra CAMPA.
na relação de similaridade estabelecida entre CAMPA E BERÇO.
no sentido denotativo que tem a palavra BERÇO.
na relação todo/parte que existe em CAMPA/BERÇO.
Gabarito:
na relação de similaridade estabelecida entre CAMPA E BERÇO.
na relação abstrato/concreto que há em CAMPA/BERÇO. Comentário:alternativa incorreta.Não é considerada a correta porque o termo "campa" é considerado um substantivo concreto, pois campa significa "sino de pequeno tamanho; sineta."
no sentido conotativo que assume a palavra CAMPA. Comentário:alternativa incorreta. Pois o termo "Campa" é apresentado como denotativo(sentido literal da palavra dicionarizada), porém, a expressão "a campa foi outro berço" é uma metáfora.
na relação de similaridade estabelecida entre CAMPA E BERÇO. Comentário:alternativa correta.Comentário: alternativa correta porque a metáfora é considerada uma figura de linguagem( SENTIDO CONOTATIVO=OPOSTO DO SENTIDO DENOTATIVO) que é baseado por uma relação de similaridade(proximidade) entre os dois elementos da oração, nesse caso, é destacado as palavras"campa" e "berço". A partir disso, a alternativa C "na relação de similaridade estabelecida entre CAMPA E BERÇO." estabelece uma explicação da finalidade do uso da metáfora na oração a partir do conceito dessa figura de linguagem, expressa no fragmento"na relação de similaridade ".
no sentido denotativo que tem a palavra BERÇO. Comentário:alternativa incorreta. Afirma uma relação de denotação da palavra "berço", porém, como foi explicado anteriormente, há uma relação de conotação por se tratar de uma metáfora, como foi afirmado no enunciado da questão, ou seja, há presença do sentido conotativo(sentido figurado).
na relação todo/parte que existe em CAMPA/BERÇO. Comentário:alternativa incorreta. Não é atribuído ao longo do texto o sentido de metonímia (todo pela parte) ao longo do texto. Há apenas uma relação de similaridade.
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado
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(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:
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(Fuvest 2016)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
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(Fuvest 2012)
Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.
Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:
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