(FUVEST - 2013)
São Paulo gigante, torrão adorado
Estou abraçado com meu violão
Feito de pinheiro da mata selvagem
Que enfeita a paisagem lá do meu sertão.
Tonico e Tinoco, São Paulo Gigante.
Nos versos da canção dos paulistas Tonico e Tinoco, o termo “sertão” deve ser compreendido como
descritivo da paisagem e da vegetação típicas do sertão existente na região Nordeste do país.
contraposição ao litoral, na concepção dada pelos caiçaras, que identificam o sertão com a presença dos pinheiros.
analogia à paisagem predominante no Centro-Oeste brasileiro, tal como foi encontrada pelos bandeirantes no século XVII.
metáfora da cidade-metrópole, referindo-se à aridez do concreto e das construções. e
generalização do ambiente rural, independentemente das características de sua vegetação
Gabarito:
generalização do ambiente rural, independentemente das características de sua vegetação
Comentário:
Nos versos da canção dos paulistas Tonico e Tinoco, o termo “sertão” deve ser compreendido como
a) descritivo da paisagem e da vegetação típicas do sertão existente na região Nordeste do país. Incorreta. O ambiente referido como "sertão" nos versos não corresponde à vegetação encontrada nesse bioma já que pinheiros são, na verdade, característicos do sul do pais e não do nordeste.
b) contraposição ao litoral, na concepção dada pelos caiçaras, que identificam o sertão com a presença dos pinheiros. Incorreta. A citação do pinheiro em questão - a araucária - é apenas para localizar a região serrana em áreas de altitude do interior, não é uma contraposição direta aos aspectos do litoral.
c) analogia à paisagem predominante no Centro-Oeste brasileiro, tal como foi encontrada pelos bandeirantes no século XVII. Incorreta. Os versos não remetem a um tipo específico de vegetação nativa, e sim a uma área rural generalizada.
d) metáfora da cidade-metrópole, referindo-se à aridez do concreto e das construções. Incorreta. O canto remete, de fato à realidade rural - uma vez que discute questões como a origem do "sertanejo" em São Paulo.
e) generalização do ambiente rural, independentemente das características de sua vegetação. Correta. A palavra "sertão", nesses versos, não faz referência à região de sertão do Nordeste, de clima semiárido, mas ao sertão cantado no popular de regiões do Sudeste, como a São Paulo da música, e no Centro-Oeste do país, generalizando o interior desses locais como referencial bucólico (o que independe da vegetação presente ali).
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado
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(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:
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(Fuvest 2016)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
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(Fuvest 2012)
Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.
Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:
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