Questão 2335

(FUVEST - 2009 - 1 FASE)

Em um poema escrito em louvor de Iracema, Manuel Bandeira afirma que, ao compor esse livro, Alencar

"[...] escreveu o que é mais poema
Que romance, e poema menos
Que um mito, melhor que Vênus."

Segundo Bandeira, em Iracema,

A

Alencar parte da ficção literária em direção à narrativa mítica, dispensando referências a coordenadas e personagens históricas.

B

o caráter poemático dado ao texto predomina sobre a narrativa em prosa, sendo, por sua vez, superado pela constituição de um mito literário.

C

a mitologia tupi está para a mitologia clássica, predominante no texto, assim como a prosa está para a poesia.

D

ao fundir romance e poema, Alencar, involuntariamente, produziu uma lenda do Ceará, superior à mitologia clássica.

E

estabelece-se uma hierarquia de gêneros literários, na qual o termo superior, ou dominante, é a prosa romanesca, e o termo inferior, o mito.

Gabarito:

o caráter poemático dado ao texto predomina sobre a narrativa em prosa, sendo, por sua vez, superado pela constituição de um mito literário.



Resolução:

Em um poema escrito em louvor de "Iracema", Manuel Bandeira afirma que, ao compor esse livro, Alencar

"[...] escreveu o que é mais poema
Que romance, e poema menos
Que um mito, melhor que Vênus."

Segundo Bandeira, em "Iracema",

Alternativas

  1. Alencar parte da ficção literária em direção à narrativa mítica, dispensando referências a coordenadas e personagens históricas.Comentário: alternativa incorreta.Alencar baseia a sua obra com a presença de referências e personagens históricas.

  2. o caráter poemático dado ao texto predomina sobre a narrativa em prosa, sendo, por sua vez, superado pela constituição de um mito literário.Comentário: alternativa correta. A obra "Iracema" é geralmente incluída pela teoria literária, no gênero romance, embora o próprio autor a tenha classificado como "lenda" (seu subtítulo é "lenda do Ceará"). É notório o caráter poético da linguagem em que é composta a narrativa. Para Bandeira, o teor poético do livro é mais relevante que sua classificação genérica como romance; porém, acima de sua feição poética está a presença mítica da narrativa e dos personagens, isto é, sua natureza de lenda.

  3. a mitologia tupi está para a mitologia clássica, predominante no texto, assim como a prosa está para a poesia.Comentário: alternativa incorreta. Não é colocado pela opinião do Manuel Bandeira a comparação da mitologia clássica com a mitologia tupi.

  4. ao fundir romance e poema, Alencar, involuntariamente, produziu uma lenda do Ceará, superior à mitologia clássica.Comentário: alternativa incorreta.Não é colocado pela opinião do Manuel Bandeira a comparação da mitologia clássica com a mitologia tupi.(como foi destacado na explicação da alternativa C).

  5. estabelece-se uma hierarquia de gêneros literários, na qual o termo superior, ou dominante, é a prosa romanesca, e o termo inferior, o mito.Comentário: alternativa incorreta. Não há preocupação pela denominação do gênero literário em questão. É evidente o destaque da presença de um mito na obra de Alencar.



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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