Questão 34982

(FUVEST - 2018 - 1ª FASE)

TEXTO PARA A QUESTÃO:

Uma obra de arte é um desafio; não a explicamos, ajustamo-nos a ela. Ao interpretá-la, fazemos uso dos nossos próprios objetivos e esforços, dotamo-la de um significado que tem sua origem nos nossos próprios modos de viver e de pensar. Numa palavra, qualquer gênero de arte que, de fato5, nos afete, torna-se, deste modo6, arte moderna.

As obras de arte, porém, são como altitudes inacessíveis. Não nos dirigimos a elas diretamente, mas contornamo-las. Cada geração as vê sob um ângulo diferente e sob uma nova visão; nem se deve supor que um ponto de vista mais recente é mais eficiente do que um anterior. Cada aspecto surge na sua altura própria, que não pode ser antecipada nem prolongada; e, todavia, o seu significado não está perdido porque o significado que uma obra assume para uma geração posterior é o resultado de uma série completa de interpretações anteriores.

Arnold Hauser, Teorias da arte. Adaptado.

De acordo com o texto, a compreensão do significado de uma obra de arte pressupõe

A

o reconhecimento de seu significado intrínseco.

B

a exclusividade do ponto de vista mais recente.

C

a consideração de seu caráter imutável.

D

o acúmulo de interpretações anteriores.

E

a explicação definitiva de seu sentido.

Gabarito:

o acúmulo de interpretações anteriores.



Resolução:

a) Alternativa incorreta. O autor defende que a obra não possui um significado em si, mas sim um que lhe é atribuído particularmente, segundo a interpretação: "dotamo-la de um significado que tem sua origem nos nossos próprios modos de viver e de pensar". 

b) Alternativa incorreta​​​​​​​. O autor aponta justamente o contrário, ou seja, o ponto de vista mais recente nem sempre corresponde à chave de leitura mais válida para uma obra: "Cada geração as vê sob um ângulo diferente e sob uma nova visão; nem se deve supor que um ponto de vista mais recente é mais eficiente do que um anterior".

c) Alternativa incorreta​​​​​​​. O autor não sugere, no texto, a imutabilidade da obra de arte. A complexidade que ele atribui a esse objeto, e a possibilidade múltipla de "leituras" apontam o oposto; 

d) Alternativa correta​​​​​​​. O autor defende que a compreensão de uma obra parte da acumulação de visões sucessivas, que influenciam sempre as últimas: "o significado que uma obra assume para uma geração posterior é o resultado de uma série completa de interpretações anteriores."

e) Alternativa incorreta​​​​​​​. A tese do autor gira em torno de uma polifonia de interpretações e multiplicidade de sentidos. Nos diferentes momentos históricos, a obra poderá ser explicada de uma forma, o que torna sua definição instável e impermanente. 



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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