Questão 35259

(FUVEST - 2019 - 1ª FASE)

TEXTO PARA A QUESTÃO: 

1Mito, na acepção aqui empregada, não significa mentira, 2falsidade ou mistificação. Tomo de empréstimo a formulação 3de Hans Blumenberg do mito político como um processo 4contínuo de trabalho de uma narrativa que responde a uma 5necessidade prática de uma sociedade em determinado 6período. Narrativa simbólica que é, o mito político coloca em 7suspenso o problema da verdade. Seu discurso não pretende ter 8validade factual, mas também não pode ser percebido como 9mentira (do contrário, não seria mito). O mito político confere 10um sentido às circunstâncias que envolvem os indivíduos: ao 11fazê-los ver sua condição presente como parte de uma história 12em curso, ajuda a compreender e suportar o mundo em que 13vivem.

 ENGELKE, Antonio. O anjo redentor. Piauí, ago. 2018, ed. 143, p. 24.  

Sobre o sujeito da oração “em que vivem” (L. 12‐13), é correto  afirmar:

A

Expressa indeterminação, cabendo ao leitor deduzir a quem  se refere a ação verbal.  

B

Está  oculto  e  visa  evitar  a  repetição  da  palavra  “circunstâncias” (L. 10).  

C

É uma função sintática preenchida pelo pronome “que”  (L. 12).  

D

É indeterminado, tendo em vista que não é possível identificar a quem se refere a ação verbal.  

E

Está oculto e seu referente é o mesmo do pronome “os” em  “fazê‐los” (L. 11).  

Gabarito:

Está oculto e seu referente é o mesmo do pronome “os” em  “fazê‐los” (L. 11).  



Resolução:

a) Alternativa incorreta. Trata-se de um sujeito oculto.  

b) Alternativa incorreta. É um sujeito oculto do verbo “viver” está oculto, referindo-se a “indivíduos”.  

c) Alternativa incorreta. Não há essa função sintática que justifique a classificação como sujeito oculto.     

d) Alternativa incorreta. Trata-se de um sujeito oculto.     

e) Alternativa correta. O sujeito do verbo “viver” está oculto, referindo-se a “indivíduos”, que, por sua vez, é retomado pelo pronome oblíquo “os” em “fazê-los”.     



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

Ver questão

Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

Ver questão

Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

Ver questão

Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

Ver questão