(FUVEST - 2019 - 1ª FASE)
Atente para as seguintes afirmações relativas ao desfecho do romance A Relíquia, de Eça de Queirós:
I. O autor revela, por meio de Teodorico, sua descrença num Jesus divinizado, imagem que é substituída pela ideia de Consciência.
II. Ao ser sincero com Crispim, Teodorico conquista a vida de burguês que sempre almejou.
III. Teodorico dá ouvidos à mensagem de Cristo, arrepende‐se de sua hipocrisia beata e abraça a fé católica.
Está correto o que se afirma apenas em
I.
II.
I e II.
II e III.
I e III.
Gabarito:
I e II.
A afirmativa I é correta. Na obra, o autor dedica um capítulo inteiro da narrativa para recontar a história da mitificação da figura de Jesus Cristo, que é símbolo divino da fé católica seguida pela tia do personagem principal, Dona Patrocínio das Neves, e responsável pela viagem de Teodorico à Terra Santa O autor, Eça de Queirós, busca reconstruir a imagem de mito como forma de criticar a verdade, que nada mais é, segundo o autor, do que uma afirmação feita com convicção. Dessa forma, o mito que constrói a figura divina de Jesus, através do sonho de Teodorico, é na verdade tida como “consciência”.
A afirmativa II é correta, uma vez que Teodorico Raposo, ao reencontrar o amigo Crispim, é extremamente sincero com ele sobre a sua personalidade (o personagem principal enganou a tia beata durante anos para conquistar a sua herança) e assim conquista a confiança de Crispim e casa-se com a irmã do amigo, herdando o patrimônio da família.
A afirmativa III é incorreta, pois ao final da narrativa Teodorico lembra do momento em que foi descoberto pela Tia Patrocínio e afirma que se ele tivesse insistido na mentira contada, talvez tivesse a chance de convencê-la a mantê-lo em seu testamento e então conquistar a herança. Ele não se arrepende do que fez e não abraça a fé católica, assim como fez desde o início da narrativa.
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado
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(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:
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(Fuvest 2016)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
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(Fuvest 2012)
Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.
Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:
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