Questão 35312

(FUVEST - 2019 - 1ª FASE)

TEXTOS PARA A QUESTÃO

O povo que chupa o caju, a manga, o cambucá e a jabuticaba,  pode falar uma língua com igual pronúncia e o mesmo espírito  do povo que sorve o figo, a pera, o damasco e a nêspera?    

José de Alencar. Bênção Paterna. Prefácio a Sonhos d’ouro.

A graciosa ará, sua companheira e amiga, brinca junto dela. Às  vezes sobe aos ramos da árvore e de lá chama a virgem pelo  nome, outras remexe o uru de palha matizada, onde traz a  selvagem seus perfumes, os alvos fios do crautá, as agulhas da  juçara com que tece a renda e as tintas de que matiza o  algodão.  

José de Alencar. Iracema.

Glossário:  “ará”: periquito; “uru”: cesto; “crautá”: espécie de bromélia; “juçara”: tipo de  palmeira espinhosa.  

Com base nos trechos acima, é adequado afirmar:    

A

Para Alencar, a literatura brasileira deveria ser capaz de  representar os valores nacionais com o mesmo espírito do  europeu que sorve o figo, a pera, o damasco e a nêspera. 

B

Ao discutir, no primeiro trecho, a importação de ideias e  costumes,  Alencar  propõe  uma  literatura  baseada  no  abrasileiramento da língua portuguesa, como se verifica no  segundo trecho.

C

O  contraste  entre  os  verbos  “chupar”  e  “sorver”,  empregados no primeiro trecho, revela o rebaixamento de  linguagem buscado pelo escritor em Iracema

D

Em Iracema, a construção de uma literatura exótica, tal  como se verifica no segundo trecho, pautou‐se pela recusa  de nossos elementos naturais.

E

Ambos  os  trechos  são  representativos  da  tendência  escapista  de  nosso  romantismo,  na  medida  em  que  valorizam  os  elementos  naturais  em  detrimento  da  realidade rotineira.

Gabarito:

Ao discutir, no primeiro trecho, a importação de ideias e  costumes,  Alencar  propõe  uma  literatura  baseada  no  abrasileiramento da língua portuguesa, como se verifica no  segundo trecho.



Resolução:

[B]

No primeiro trecho, José de Alencar discute a importação de ideias e costumes da Europa e também da literatura, que tradicionalmente foi inspirada em modelos europeus. No segundo trecho, ele já sugere que devemos fazer uma Literatura nossa, e se utiliza de elementos da natureza tipicamente brasileiros, como a “ ará” , ‘”juçara”  e “uru” no trecho citado.



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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