(FUVEST - 2018 - 2ª FASE)
Leia o texto e responda ao que se pede.
- É por isso que faço confiança nos angolanos. São uns confusionistas, mas todos esquecem as makas* e os rancores para salvar um companheiro em perigo. É esse o mérito do Movimento, ter conseguido o milagre de começar a transformar os homens. Mais uma geração e o angolano será um homem novo. O que é preciso é ação.
Pepetela, Mayombe.
*“makas”: questões, conflitos.
a) A fala de Comandante Sem Medo alude a uma questão central do romance Mayombe: um objetivo político a ser conquistado por meio do Movimento. Qual é esse objetivo?
b) As “makas” e os “rancores” dos angolanos repercutem no modo como o romance é narrado? Explique.
Gabarito:
Resolução:
a) O movimento de emanciação do povo angolano diante da colonização portuguesa é o objetivo central do Movimento no conflito narrado por Pepetela em "Mayombe". O trecho do romance revela que, diante de um inimigo maior, os combatentes e civis de Angola são capazes de superar diferenças tribais e internas e construir uma unidade. Um episódio que ilustra esse panorama, elogiado por Sem Medo, é o da organização de um grupo civil para ajudar os guerrilheiros diante do equívoco de Vewê, que deflagrou um conflito com as tropas lusitanas.
b) As "makas" e "rancores" referidos no texto remetem à uma questão central no livro: a divisão tribal de Mayombe que instaura conflitos e pontos de tensão entre os angolanos. O tribalismo, representado pelo contraste entre kimbundos e kikongos reveste o romance de polifonia, com a presença, interação e conflito de vozes distintas unidas em torno do interesse revolucionário no contexto da independência de Angola.
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado
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(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:
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(Fuvest 2016)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
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(Fuvest 2012)
Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.
Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:
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