(FUVEST - 2019 - 2 fase - Questão 5)
As letras das canções abaixo fazem menção ao rei Haile Selassie (1892-1975), que governou a Etiópia entre 1916 e 1930, como regente, e entre 1930 e 1974, como imperador.
Com base nas canções e em seus conhecimentos, responda ao que se pede.
a) Explique a relação entre a descendência do rei Salomão atribuída a Selassie e a construção religiosa do culto à sua
personalidade.
b) Selassie foi cultuado por afrodescendentes estabelecidos fora do continente africano, em um processo conhecido como
“diáspora negra”. Explique esse processo.
c) No século XIX, a situação da Etiópia contrastava com a imensa maioria do continente africano. Explique tal situação.
Gabarito:
Resolução:
a) O culto à personalidade de Selassie, colocado num patamar divino nas canções, pode ser relacionado ao fato dele ser visto como descendente do rei Salomão (terceiro verso da primeira canção), filho do Rei Davi, principal rei do povo Hebreu, e considerado o pai da linhagem de Jesus, ao qual Selassie é equiparado por Bob Marley nas expressões “leão de Judá” e “rei dos reis”.
b) O termo “Diáspora Negra” faz referência à dispersão de negros africanos pelo mundo, especialmente na América, causada pelo tráfico negreiro dos séculos XVI a XIX.
c) A Etiópia, junto com a Libéria, conseguiu escapar da dominação neocolonialista europeia do século XIX, preservando sua autonomia e se tornando exceção dentro do continente africano.
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado
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(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:
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(Fuvest 2016)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
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(Fuvest 2012)
Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.
Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:
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