Questão 38924

(FUVEST - 2001 -1a fase)

“É praticamente impossível treinar todos os súditos de um [Estado] nas artes da guerra e ao mesmo tempo mantê-los obedientes às leis e aos magistrados.”

(Jean Bodin, teórico do absolutismo, em 1578).

Essa afirmação revela que a razão principal de as monarquias europeias recorrerem ao recrutamento de mercenários estrangeiros, em grande escala, devia-se à necessidade de 

A

conseguir mais soldados provenientes da burguesia, a classe que apoiava o rei. 

B

completar as fileiras dos exércitos com soldados profissionais mais eficientes.

C

desarmar a nobreza e impedir que esta liderasse as demais classes contra o rei. 

D

manter desarmados camponeses e trabalhadores urbanos e evitar revoltas. 

E

desarmar a burguesia e controlar a luta de classes entre esta e a nobreza.

Gabarito:

manter desarmados camponeses e trabalhadores urbanos e evitar revoltas. 



Resolução:

Para resolução desta questão é necessário compreender que durante a Idade Moderna há uma maior tendência a formação de exércitos nacionais fortes e controlados pelo Estado. Maquiavel foi um nome importante que influenciou os governos do períodos a adotarem este exército no lugar dos mercenários. Contudo, é importante destacar aqui que a utilização de mercenários não foi encerrada definitivamente, apenas diminuiu. No texto desta questão, por exemplo, temos a visão de um teórico que era contrário às ideias de Maquiavel e defendia a continuidade dos mercenários. Na história é importante ter muito cuidado com o pensamento de que as coisas foram interrompidas definitivamente, ou que a partir de tal fato ou das ideias de algum pensador tudo mudou. É sempre um processo gradual, lento e heterogêneo.

a) conseguir mais soldados provenientes da burguesia, a classe que apoiava o rei.

Incorreta. Os mercenários recrutados são estrangeiros e não soldados provenientes da burguesia.

b) completar as fileiras dos exércitos com soldados profissionais mais eficientes.

Incorreta. Os mercenários não eram necessariamente mais profissionais e eficiente, eram recrutados, pois treinar todos os súditos nas artes da guerra era perigoso caso uma revolta acontecesse, por isso mercenários estrangeiros eram empregados.

c) desarmar a nobreza e impedir que esta liderasse as demais classes contra o rei.

Incorreta. A nobreza em nenhum momento do período do Antigo Regime era considerada uma ameça para o monarca, mas uma grande aliada, que favoreceu a permanência das monarquias europeias por séculos. Por essa razão, não justifica o recrutamento de mercenários estrangeiros pelas monarquias europeias para combater a nobreza.

d) manter desarmados camponeses e trabalhadores urbanos e evitar revoltas.

Correta.

e) desarmar a burguesia e controlar a luta de classes entre esta e a nobreza.

Incorreta. A burguesia neste período não era armada. Ademais, não podemos falar ainda em “luta de classes” entre esta e a nobreza, visto que esse termo é posterior e não tem relação como  emprego de mercenários.



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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