(UFLA 2014)
“As palavras da língua usual, tal como os conceitos que elas exprimem, são sempre ambíguas, e não só sua compreensão é tão pouco circunscrita que varia de um caso para o outro, conforme as necessidades de discurso, como também, uma vez que a classificação de que são produto não procede de uma análise metódica, mas apenas traduz as impressões confusas das pessoas, constantemente acontece que as categorias de fatos muito disparatados sejam reunidas indistintamente sob a mesma rubrica, ou que realidades de mesma natureza recebam nomes diferentes. Se, portanto, nos deixarmos guiar pela acepção geralmente aceita, corremos o risco de ignorar assim o verdadeiro parentesco das coisas e de nos enganarmos sobre sua natureza.”
Fonte: DURKHEIM, Emile. O suicídio: estudo de sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p. 1-2.
São interpretações corretas do texto de Durkheim citado acima, EXCETO:
O exame científico da realidade social exige que se afaste todo tipo de preconceitos prejudiciais à análise serena e objetiva dos fatos sociais.
A definição exata dos fenômenos sociais a serem estudados só é obtida pelo esforço prévio de classificação na construção de fatos comparáveis.
Dado que a realidade social se exprime de modo ambíguo e variável, é impossível alcançar objetividade no conhecimento produzido pela sociologia.
Tendo em vista as contaminações ideológicas do cotidiano, a crítica do senso comum é fundamental para se alcançar dimensões obscurecidas da realidade.
Gabarito:
Dado que a realidade social se exprime de modo ambíguo e variável, é impossível alcançar objetividade no conhecimento produzido pela sociologia.
No trecho, Durkheim afirma que termos e conceitos utilizados na língua cotidiana são ambíguos e sua compreensão é flutuante, uma vez que varia de um caso para outro. Pelo fato de as palavras da língua usual serem classificadas de acordo com impressões confusas e não a partir de uma análise metódica, erros na análise ocorrem frequentemente: são reunidas categorias de fatos muito diferentes em uma mesma observação, ou categorias de mesma natureza são classificadas diferentemente. "Se [...] nos deixarmos guiar pela acepção geralmente aceita, corremos o risco de ignorar assim o verdadeiro parentesco das coisas e de nos enganarmos sobre sua natureza.”
Em seu método sociológico, Durkheim elenca que os fatos sociais devem ser tratados como coisas; a sua análise dos fatos sociais exige reflexão prévia, que fuja de ideias pré-concebidas. Considera o conjunto de crenças e sentimentos coletivos como a base da coesão da sociedade, destaca o estudo da moral dos indivíduos. Acreditava que a própria sociedade cria mecanismos de coerção internos que levam os indivíduos a aceitar as regras estabelecidas. Assim, determina que a explicação dos fatos sociais deve ser buscada na sociedade e não nos indivíduos (os estados psíquicos são consequências e não causas dos fenômenos sociais). Somente nesse sentido seria possível alcançar objetividade sociológica numa análise que pode facilmente se tornar ambígua.
A leitura do texto esclarece que, segundo o método durkheimiano, todas as pré-noções devem ser afastadas do exame científico da realidade, na busca por uma análise serena e objetiva dos fatos sociais. Afirma também que os fatos analisados devem ser construídos de forma comparável e previamente classificados para que os fenômenos sociais estudados sejam definidos com precisão. Assim, entende-se que a ambiguidade da linguagem e as contaminações ideológicas do cotidiano podem permear a investigação científica; nesse sentido, tornam-se essenciais a objetividade e a imparcialidade, assim como a crítica ao senso comum, para que se alcancem dimensões ainda nebulosas da realidade social.
C: Desse modo, não se pode afirmar que "é impossível alcançar objetividade no conhecimento produzido pela sociologia."
(UFAC-1997)
O PRIMO
Primeira noite ele conheceu que Santina não era moça. Casado por amor, Bento se desesperou. Matar a noiva, suicidar-se, e deixar o outro sem castigo? Ela revelou que, havia dois anos, o primo Euzébio lhe fizera mal, por mais que se defendesse. De vergonha, prometeu a Nossa Senhora ficar solteira. O próprio Bento não a deixava mentir, testemunha de sua aflição antes do casamento. Santina pediu perdão, ele respondeu que era tarde - noiva de grinalda sem ter direito.
(Cemitério de elefantes. Apud CARNEIRO, Agostinho Dias)
De acordo com a norma culta da língua, a única alternativa gramaticalmente correta é:
(UFAC)
Assinale o verbo que possui a mesma forma no presente, passado e particípio passado.
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(UFAC - 2004)
As lendas sempre foram alicerces para os povos antigos. Os gregos, por exemplo, tributavam suas origens aos heróis que protagonizam a poesia de Homero, e os romanos, aos irmãos Rômulo e Remo, filhos do deus Marte, eternizados no relato do historiador Tito Livio.
Essas explicações lendárias:
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