(FUVEST - 2020) De acordo com o historiador Martyn Lyons, “nos temores contemporâneos em relação ao acesso ilimitado a sites perigosos da Internet, e às dificuldades enfrentadas por governos de diversos países no policiamento da distribuição da informação, ouve‐se o eco do pânico causado pela invenção da imprensa”.
(Martyn Lyons, A história da leitura de Gutenberg a Bill Gates, RJ: Casa da Palavra, 1999.)
Escolha a alternativa que demonstre corretamente os elementos de continuidade e de descontinuidade entre a “revolução do impresso” e a “revolução eletrônica” apontados pelo autor.
As chamadas “revolução do impresso” e “revolução eletrônica” não somente favoreceram a multiplicação e democratização do acesso à informação como também auxiliaram a formação de um público mais vasto e mais crítico.
A implementação das novas tecnologias de comunicação eliminou a diferença entre os usuários e os excluídos do universo da cultura escrita, tal como se prometera no início de sua adoção.
A manutenção de índices elevados de circulação de fake news nas redes sociais demonstra que a “revolução da comunicação” depende de quem domina e de quem usa as tecnologias.
Diferentemente do Index Librorum Prohibitorum promulgado para a atuação da Inquisição no controle da expansão do Protestantismo durante o século XVI, os atuais marcos regulatórios da Internet limitam‐se ao controle da pornografia.
O advento da tipografia não foi necessariamente revolucionário, pois não mudou a natureza nem o assunto dos livros; já a tecnologia digital suprimiu todas as formas anteriores de comunicação, da oral à impressa.
Gabarito:
A manutenção de índices elevados de circulação de fake news nas redes sociais demonstra que a “revolução da comunicação” depende de quem domina e de quem usa as tecnologias.
a) As chamadas “revolução do impresso” e “revolução eletrônica” não somente favoreceram a multiplicação e democratização do acesso à informação como também auxiliaram a formação de um público mais vasto e mais crítico.
Incorreta. O texto está apresentando um receio em relação a “revolução eletrônica” devido ao “acesso ilimitado a sites perigosos da Internet, e às dificuldades enfrentadas por governos de diversos países no policiamento da distribuição da informação” que esta causou
b) A implementação das novas tecnologias de comunicação eliminou a diferença entre os usuários e os excluídos do universo da cultura escrita, tal como se prometera no início de sua adoção.
Incorreta. Nenhuma das duas revoluções apresentou um caráter universal, não permitiram a eliminação das diferenças sociais
c) A manutenção de índices elevados de circulação de fake news nas redes sociais demonstra que a “revolução da comunicação” depende de quem domina e de quem usa as tecnologias.
Correta
d) Diferentemente do Index Librorum Prohibitorum promulgado para a atuação da Inquisição no controle da expansão do Protestantismo durante o século XVI, os atuais marcos regulatórios da Internet limitam‐se ao controle da pornografia.
Incorreta. A Internet permite um amplo acesso a diversos tipos de informação, inclusive da pornografia. Ao mesmo tempo em que atuação de alguns algoritmos e outras formas de controle tendenciem os resultados de pesquisa limitando o acesso de alguns usuárias
e) O advento da tipografia não foi necessariamente revolucionário, pois não mudou a natureza nem o assunto dos livros; já a tecnologia digital suprimiu todas as formas anteriores de comunicação, da oral à impressa.
Incorreta. O advento da tipografia foi sim revolucionário. Ademais, a tecnologia digital não suprimiu as formas anteriores de comunicação, ainda estão presentes.
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado
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(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:
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(Fuvest 2016)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
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(Fuvest 2012)
Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.
Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:
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