Questão 44228

(FUVEST - 2020 - 1ª fase)

TEXTO PARA AS QUESTÕES 37 E 38

 

amora

a palavra amora

seria talvez menos doce

e um pouco menos vermelha

se não trouxesse em seu corpo

(como um velado esplendor)

a memória da palavra amor

a palavra amargo

seria talvez mais doce

e um pouco menos acerba

se não trouxesse em seu corpo

(como uma sombra a espreitar)

a memória da palavra amar

Marco Catalão, Sob a face neutra.

 

Tal como se lê no poema,

A

 a palavra “amora” é substantivo, e “amargo”, adjetivo.

B

 o verbo “amar” ameniza o amargor da palavra “amargo”.

C

o substantivo “corpo” apresenta sentido denotativo.

D

o substantivo “amor” intensifica o dulçor da palavra “amora”.

E

o verbo “amar” e o substantivo “amor” são intercambiáveis.

Gabarito:

o substantivo “amor” intensifica o dulçor da palavra “amora”.



Resolução:

Tal como se lê no poema,

Alternativas

  1. a palavra “amora” é substantivo, e “amargo”, adjetivo.Comentário: alternativa incorreta.A palavra “amora” é realmente um substantivo, mesmo no poema, nomeia uma fruta. A palavra “amargo” no texto não é adjetivo, se fosse, ela teria que se flexionar, deveria ser “amarga” para acompanhar o substantivo “palavra”.

  2. o verbo “amar” ameniza o amargor da palavra “amargo”.Comentário: alternativa incorreta.O texto diz que a palavra “amargo” seria mais doce se não fosse a “palavra amar”.

  3. o substantivo “corpo” apresenta sentido denotativo.Comentário: alternativa incorreta.O “corpo” está relacionado ou a “amora” ou a “amargo”(sentido figurativo).

  4. o substantivo “amor” intensifica o dulçor da palavra “amora”.Comentário: alternativa correta.Ao dizer que “palavra amora” talvez fosse “menos doce” se não fosse a “palavra amor”, o eu lírico dá a entender que houve intensificação da doçura.

  5. o verbo “amar” e o substantivo “amor” são intercambiáveis.Comentário: alternativa incorreta.O “amor” se refere ao sentimento, que é doce; o termo “amar” se refere à ação.



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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