Questão 44428

(FUVEST 2020 - 2 fase)

Em janeiro de 2019, a sonda chinesa Chang'e 4 fez o primeiro pouso suave de um objeto terrestre no lado oculto da Lua, reavivando a discussão internacional sobre programas de exploração lunar.

Considere que a trajetória de uma sonda com destino à Lua passa por um ponto P, localizado a 2/3 d_{TL} do centro da Terra e a 1/3 d_{TL} do centro da Lua, sendo d_{TL} a distância entre os centros da Terra e da Lua.

a) Considerando que a massa da Terra é cerca de 82 vezes maior que a massa da Lua, determine a razão F_{T}/F_{L} entre os módulos da força gravitacional que a Terra e a Lua, respectivamente, exercem sobre a sonda no ponto P.

Ao chegar próximo à Lua, a sonda foi colocada em uma órbita lunar circular a uma altura igual ao raio da Lua (R_{L}), acima de sua superfície, como mostra a figura. Desprezando os efeitos da força gravitacional da Terra e de outros corpos celestes ao longo da órbita da sonda,

b) determine a velocidade orbital da sonda em torno da Lua em termos da constante gravitacional G, da massa da Lua M_{L} e do raio da Lua R_{L};

c) determine a variação da energia mecânica da nave quando a altura da órbita, em relação à superfície da Lua, é reduzida para 0,5 R_{L}. Expresse seu resultado em termos de G, R_{L},M_{L} e da massa da sonda m_{S}.

Note e adote: O módulo da força gravitacional entre dois objetos de massas M e m separados por uma distância d é dado por  F = GMm/d^{2}.

A energia potencial gravitacional correspondente é dada por  U = - GMm/d

Assuma a distância da Terra à Lua como sendo constante.

Gabarito:

Resolução:

a)

Sendo massa da Terra: M_T

e massa da Lua: M_L

Temos:

\ M_T = 82 cdot M_L \\ frac{M_T}{M_L} = 82    (I)

Agora cosiderando as distâncias de cada um dos corpos em relação à sonda P, podemos obter a expressão da força gravitacional exercida por ambos:

\ ullet F_T = frac{GM_TM_S}{(frac{2}{3}d_{TL})^2} \ = frac{GM_TM_S}{frac{4d_{TL}^2}{9}} \ = frac{9GM_TM_S}{4d_{TL}^2}

\ ullet F_L = frac{GM_LM_S}{left(frac{1}{3}d_{TL}
ight)^2} \ = frac{GM_LM_S}{frac{d_{DL}^2}{9}} \ = frac{9GM_LM_S}{d_{TL}^2}

Por Fim:

\ frac{F_T}{F_L} = frac{frac{cancel{9G}M_Tcancel{M_S}}{4cancel{d_{TL}^2}}}{frac{cancel{9G}M_Lcancel{M_S}}{cancel{d_{TL}^2}}} = frac{M_T}{4M_L}

Substituindo então a fórmula (I) temos:

= frac{82}{4} = 20,5

b) 

Como a força que age no corpo é apenas a força gravitacional, então ela atuará como força centrípeta 

F_c = F_g

frac{cancel{M_S} cdot v^2}{cancel{2R_L}} = frac{Gcancel{M_S}M_L}{cancelto{2}{4}R_L^{cancel{2}}}

\ v^2 = frac{GM_L}{2R_L} \ v = sqrt{frac{GM_L}{2R_L}}

c)

Como a energia mecânica é dado por:

E_M = U+E_C

Sendo U a energia potencial gravitacional e Ec a energia cinética, temos na condição inicial:

\ E_{mo} = frac{-GM_SM_L}{2R_L} + frac{1}{2}m_sv_o^2 \\

Substituindo na relação encontrada na letra b:

\ E_{Mo}=frac{-GM_SM_L}{2R_L}  +  frac{GM_SM_L}{4R_L} \\ \ frac{-2GM_SM_L+GM_SM_L}{4R_L} \ \ \ E_{Mo}= frac{-GM_SM_L}{4R_L}

E agora analisando a energia final, levando em conta que a altura até a superfície agora é 0,5R mais o próprio raio da Lua, ou seja a distância do centro da Lua até a nossa sonda vale 1,5RL, com isso a energia final é dado por:

\ E_{mo} = frac{-GM_SM_L}{1,5R_L} + frac{1}{2}m_sv_f^2 \\

Para achar a velocidade final devemos fazer o mesmo procedimento da letra "b" ou basta substituir a distância do centro da Lua até a sonda (que antes era 2 RL) por 1,5R:

\ F_c=F_g \ \ frac{cancel{M_S} cdot v_f^2}{cancel{1,5R_L}} = frac{Gcancel{M_S}M_L}{{(1,5.R_L)^{cancel 2}}}

v_f^2 = frac{GM_L}{1,5R_L}

Substituindo assim na fórmula da energia temos:

\ E_{Mf}=frac{-GM_SM_L}{1,5R_L}  +  frac{GM_SM_L}{3R_L} \\ \ frac{-2GM_SM_L+GM_SM_L}{3R_L} \ \ \ E_{Mf}= frac{-GM_SM_L}{3R_L}

Logo a variação de energia foi de:

Delta E = E_f-E_o Rightarrow Delta E = frac{GM_SM_L}{3R_L} - frac{GM_SM_L}{4R_L} Rightarrow Delta E = -frac{GM_SM_L}{12R_L}

 



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

Ver questão

Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

Ver questão

Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

Ver questão

Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

Ver questão