Questão 44429

(FUVEST 2020 - 2 fase) A tomografia por emissão de pósitrons (PET) é uma técnica de imagem por contraste na qual se utilizam marcadores com radionuclídeos emissores de pósitrons. O radionuclídeo mais utilizado em PET é o isótopo 18 do flúor, que decai para um núcleo de oxigênio‐18, emitindo um pósitron. O número de isótopos de flúor‐18 decai de forma exponencial, com um tempo de meia‐ vida de aproximadamente 110 minutos.  A imagem obtida pela técnica de PET é decorrente da detecção de dois fótons emitidos em sentidos opostos devido à aniquilação, por um elétron, do pósitron resultante do decaimento. A detecção é feita por um conjunto de detectores montados num arranjo radial. Ao colidir com um dos detectores, o fóton gera cargas no material do detector, as quais, por sua vez, resultam em um sinal elétrico registrado no computador do equipamento de tomografia. A intensidade do sinal é proporcional ao número de núcleos de flúor‐18 existentes no início do processo.

a) Após a realização de uma imagem PET, o médico percebeu um problema no funcionamento do equipamento e o reparo durou 3h40min. Calcule a razão entre a intensidade do sinal da imagem obtida após o reparo do equipamento e a da primeira imagem.

b) Calcule a energia de cada fóton gerado pelo processo de aniquilação elétron‐pósitron considerando que o pósitron e o elétron estejam praticamente em repouso. Esta é a energia mínima possível para esse fóton.

c) A carga elétrica gerada dentro do material do detector pela absorção do fóton é proporcional à energia desse fóton.  Sabendo‐se que é necessária a energia de 3 eV para gerar o equivalente à carga de um elétron no material, estime a carga total gerada quando um fóton de energia 600 keV incide no detector.

Note e adote:  
O elétron e o pósitron, sua antipartícula, possuem massas iguais e cargas de sinais opostos.
Relação de Einstein para a energia de repouso de uma partícula: E = mc^{2}.
Carga do elétron = 1,6	imes10^{-19} C
Massa do elétron: m=9	imes10^{-31} kg
Velocidade da luz: c=3	imes10^{8} m/s
1 eV = 1,6	imes10^{-19} J
“Tempo de meia‐vida”: tempo necessário para que o número de núcleos radioativos caia para metade do valor inicial

Gabarito:

Resolução:

a)

Devemos lembrar que o decaimento é uma função exponencial  logo tem a seguinte forma:

n=n_o .2^{-t}

Sendo o tempo t é a quantidade de meia vida que aconteceu, pois a cada meia vida a quantidade de partículas cai na metade. Então quantas meia vidas aconteceu em 3h40min? Se cada meia vida acontece em 110 min e 3h40min em minutos é igual a 220min nesse tempo houve duas meia vidas, então vamos substituir na fórmula:

n=n_o .2^{-2} Rightarrow n = frac{n_o}{4}

Como a intensidade é proporcional ao número de núcleos de Flúor então a razão entre intensidade final e a inicial é:

frac{I_f}{I_o}=frac{ frac{n_o}{4}}{n_o}=frac{1}{4}

b)

Como a energia do fóton é proveniente do elétron e do pósitron podemos escrever a seguinte relação, como a massa do elétron é igual do pósitron:

\ E_f = E_{e^-}+E_{e^+} Rightarrow E_f = m_e.c^2 +m_e.c^2 Rightarrow E_f = 2.m_e.c^2 \ \ E_f=2.9.10^{-31}.(3.10^8)^2 = 162.10^{-15}J =1,62.10^{-13}J

c)

Como o fóton emitido tem 600keV de energia  e o enunciado forneceu que 3eV no fóton é equivalente a carga de 1 elétron então vamos fazer a seguinte relação (regra de três):

frac{3eV}{600.10^3}=frac{1e}{x} Rightarrow x=2.10^5 e

Ou seja o fóton de 600keV fornece 2.10^5 elétrons 

Então por ultimo basta saber que 1 elétron tem 1,6.10^{-19}C

Logo nosso x (quantidade de carga proveniente do fóton) vale:

x=2.10^5 .1,6.10^{-19} = 3,2.10^{-14}C

 



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

Ver questão

Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

Ver questão

Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

Ver questão

Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

Ver questão