Questão 47249

(FUVEST 2020 - 2ª FASE] 

Texto 1:

 Luis Fernando Verissimo, As cobras: Antologia Definitiva.

Texto 2:

Somente numa sociedade onde exista um clima cultural, em que o impulso à curiosidade e o amor à descoberta sejam compreendidos e cultivados, pode a ciência florescer. Somente quando a ciência se torna profundamente enraizada como um elemento cultural da sociedade é que pode ser mantida e desenvolvida uma tecnologia progressista e inovadora, tornandose, então, possível uma associação íntima e vital entre ciência e tecnologia. Essa associação é uma característica da nossa época e certamente essencial para a manutenção de uma civilização com os níveis presentes de população e qualidade de vida.

Oscar Sala, O papel da ciência na sociedade. 1974. Disponível em http://www.revistas.usp.br/revhistoria. Adaptado

Texto 3:

Quanta do latim

Plural de quantum

Quando quase não há

Quantidade que se medir

Qualidade que se expressar

Fragmento infinitésimo

Quase que apenas mental

Quantum granulado no mel

Quantum ondulado no sal

Mel de urânio, sal de rádio

Qualquer coisa quase idea

Cântico dos cânticos

Quântico dos quânticos

Canto de louvor

De amor ao vento

Vento arte do ar

Balançando o corpo da flor

Levando o veleiro pro mar

Vento de calor

De pensamento em chamas

Inspiração

Arte de criar o saber

Arte, descoberta, invenção

Teoria em grego quer dizer

O ser em contemplação

Sei que a arte é irmã da ciência

Ambas filhas de um Deus fugaz

Que faz num momento

E no mesmo momento desfaz

Esse vago Deus por trás do mundo

Por detrás do detrás

Cântico dos cânticos

Quântico dos quânticos

Gilberto Gil, Quanta. 1997.

Texto 4:

Nós criamos uma civilização global em que os elementos mais cruciais – o transporte, as comunicações e todas as outras indústrias, a agricultura, a medicina, a educação, o entretenimento, a proteção ao meio ambiente e até a importante instituição democrática do voto – dependem profundamente da ciência e da tecnologia. Também criamos uma ordem em que quase ninguém compreende a ciência e a tecnologia. É uma receita para o desastre. Podemos escapar ilesos por algum tempo, porém mais cedo ou mais tarde essa mistura inflamável de ignorância e poder vai explodir na nossa cara.

Carl Sagan, 1996

Texto 5:

Algo muito estranho está acontecendo no mundo atual. Vivemos melhor que qualquer outra geração anterior. Pessoas são saudáveis graças às ciências da saúde. Moram em residências robustas, produto da engenharia. Usam eletricidade, domada pelo homem devido ao seu conhecimento de química e física. Paradoxalmente, essas mesmas pessoas ligam seus computadores, tablets e celulares para adquirir e disseminar informações que rejeitam a mesma ciência que é tão presente em suas vidas. Vivemos num mundo em que pessoas usam a ciência para negar a ciência.

Alicia Kowaltowski, Usando a ciência para negar a ciência. 2019. Disponível em https://www.nexojornal.com.br/. Adaptado

Considerando as ideias apresentadas nos textos e também outras informações que julgar pertinentes, redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema: o papel da ciência no mundo contemporâneo.

Gabarito:

Resolução:

O tema "O papel da ciência no mundo contemporâneo" é muito importante, uma vez que vivemos em um mundo em que o papel da ciência é essencial.

O primeiro texto motivador é uma tira de Luís Fernando Veríssimo, nela, uma personagem perguntava à outra se não teria sido ela a inventora da roda. À resposta afirmativa seguia-se uma declaração de arrependimento.

O segundo texto motivador trata do inventivo no homem, o “impulso à curiosidade e o amor à descoberta” e como essa potência permite recriar e alterar cenários.

O terceiro texto motivador é uma música de Gilberto Gil em que ele busca estabelecer uma relação entre ciência e arte, revelando suas proximidades.

O quarto texto motivador trata da importância da ciência e da tecnologia.

O quinto texto motivador aborda uma situação da atualidade, uma vez que muitos usufruem dos feitos da ciência continuamente em seu cotidiano, mas ao mesmo tempo propagam "pós-verdades" e desacreditam os feitos científicos. A existência das fake news é um exemplo dessa situação.

Para a construção do texto deveríamos abordar a importância da ciência na sociedade, poderíamos citar diversos avanços científicos que mudaram a realidade de diversas pessoas: a rápida criação da vacina no contexto da pandemia do coronavírus, por exemplo, o trabalho incesssante de diversos pesquisadores, que ainda assim foram desacreditados por muitas pessoas. A Revolta da Vacina també poderia ser um evento histórico citado, tendo em vista que a negação dos cariocas revela um cenário ainda presente hoje.



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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