Questão 47414

(FUVEST - 2012) (2ª FASE)

Considerando-se a atual divisão administrativa do Brasil e sobrepondo-se a ela representações esquemáticas da gênese do território brasileiro, entre os séculos XVI e XIX,

a) relacione os focos econômicos em ascensão (coluna I) com os novos centros econômicos e suas respectivas zonas de atração (coluna II);

b) analise os principais avanços territoriais (coluna III).

Gabarito:

Resolução:

a) O litoral do Nordeste brasileiro era o foco econômico do Brasil no início da colonização, fundando-se no cultivo de cana-de-açúcar. No decorrer do século XVI, a produção açucareira se espalhou para o sul da região, por conta do aumento da demanda e também da ocupação holandesa no litoral oriental, que foi um obstáculo entre os fins do século XVI até a metade do século seguinte. Já nos séculos XVII e XVIII, a região central de Minas Gerais se torna foco econômico, graças à mineração de pedras preciosas e principalmente de ouro. Ao longo do século XVIII, a atividade se espalhou para novas áreas de Minas Gerais. Por fim, no século XIX, ocorre a ascensão paulista ao foco econômico, depois da migração do ramo do café para uma região do Vale do Paraíba. No mesmo século, a atividade já chega em regiões da Zona da Mata mineira, em que o clima era muito favorável para a produção cafeeira. 

b) No século XVI, percebe-se uma interiorização na ocupação do Nordeste, algo que é concomitante ao desenvolvimento da lavoura de cana na Zona da Mata nordestina e à expansão do gado para o sertão, especialmente ao longo de rios como o São Francisco, numa pecuária bovina que girava em torno de atender a zona canavieira. A partir do século XVII, têm-se os seguintes fatores: a mineração estimulando outra interiorização, dessa vez de Minas Gerais para o Centro-Oeste; no Norte, a exploração das Drogas do Sertão e a ocorrência das missões jesuíticas afim de ocupar novos territórios; do Sul, produtos da pecuária se deslocavam para atender regiões como São Paulo, Minas Gerais e Bahia. Por fim, no século XIX, nota-se o movimento de avanço em direção ao norte, o que se explica pela migração de trabalhadores nordestinos para a Amazônia, devido ao auge do Ciclo da Borracha nesse período, bem como o deslocamento de São Paulo em direção ao Paraná, local propício para a produção de café, atividade que se expandiu nesse contexto.



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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