(FUVEST - 2012) (2ª FASE)
Considerando os dois gráficos acima,
a) defina e explique o significado geral de uma balança comercial “favorável” ou “desfavorável” para um determinado país;
b) compare os papéis político-econômicos da França e da Inglaterra na competição internacional do século XVIII, bem como a importância desses países para as regiões coloniais americanas da época.
Gabarito:
Resolução:
a) Tanto no período mercantil como atualmente, a balança comercial vem das relações de exportação e importação de determinado país, ela é favorável (ou de superávit) quando gera lucro graças a um quadro econômico em que o volume de exportações é maior que o volume de importações. A balança comercial é desfavorável (ou de déficit) quando ocorre a situação contrária, ou seja, quando o volume de importações ultrapassa o volume de exportações, o que causa prejuízo no orçamento do país. No contexto do mercantilismo, na Idade Moderna, a acumulação de capitais (em forma de metais preciosos usados como moeda) era viabilizada pela balança comercial favorável.
b) Como vemos no gráfico, durante o século XVIII, o volume de exportações da Inglaterra se expandiu e a balança comercial foi favorável, isto graças ao status de potência marítima alcançado no século anterior, bem como ao contexto a partir de 1760, em que a Revolução Industrial reduziu custos produtivos e aumentou a produção de bens direcionados à exportação. No caso da França, desde o reinado de Luís XIV, houve o foco em exportar produtos manufaturados de luxo e produtos agrícolas, algo que não era suficiente para cobrir os gastos com as importações, favorecidas perante a debilidade francesa em produzir bens de consumo. Na segunda metade do século XVIII, com a derrota da França na Guerra dos Sete Anos, o país se enfraqueceu mais ainda e a situação anterior se agravou. Com isso, a balança comercial francesa chegou a ser desfavorável, como se vê no gráfico.
Quanto as relações com as colônias da época, a derrota francesa na Guerra dos Sete Anos também foi um fator: ao fim do conflito, a França perdeu as colônias do Canadá e da Louisiana, na América do Norte, o que comprometeu profundamente seu status de potência colonial, diminuindo a presença francesa na América colonial. A Inglaterra, por sua vez, detinha o status de potência colonial principalmente graças às Treze Colônias, mas sua presença na América foi muito prejudicada graças à independência dos futuros Estados Unidos em 1776 — movimento influenciado por ideais de iluministas franceses, inclusive. Ademais, vale mencionar que o cenário industrial colocou as colônias num papel fundamental em relação à produção dos dois países, principalmente a Inglaterra, porque elas ficaram encarregadas de fornecer matéria-prima e mercado consumidor para as indústrias europeias, ou seja, eram cruciais para manter uma balança comercial favorável.
(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado
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(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)
Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:
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(Fuvest 2016)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...
Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.
Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento
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(Fuvest 2012)
Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.
Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:
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