Questão 52201

(FUVEST - 2001 - 1a fase)

Gabriel Soares, um oficial português, escreveu em 1587 sobre os índios Guaianá:

"É gente de pouco trabalho(...); se encontram com gente branca, não fazem nenhum dano, antes boa companhia, e quem acerta de ter um escravo guaianá não espera dele nenhum serviço, porque é gente folgazã de natureza e não sabe trabalhar."

O texto expressa

A

a diferença entre as concepções de trabalho do mundo europeu e das culturas indígenas.

B

o preconceito racial que coibiu formas de miscigenação cultural na colônia.

C

a ineficiência do ensino dos missionários ministrado aos grupos indígenas sem tradição agrícola.

D

o argumento básico para se elaborarem leis, proibindo a escravização indígena na colônia.

E

a forma usual de resistência indígena para evitar a dominação cultural e a escravização.

Gabarito:

a diferença entre as concepções de trabalho do mundo europeu e das culturas indígenas.



Resolução:

a) a diferença entre as concepções de trabalho do mundo europeu e das culturas indígenas.

Correta. O texto mostra visão do colonizador sobre o trabalho que será imposta aos povos nativos.

b) o preconceito racial que coibiu formas de miscigenação cultural na colônia.

Incorreto. O preconceito racial não coibiu formas de miscigenação cultural na colônia.

c) a ineficiência do ensino dos missionários ministrado aos grupos indígenas sem tradição agrícola.

Incorreto. Não há nada no texto que indique uma ineficiência do ensino dos missionários, ademais, não se pode dizer que os indígenas são grupos se tradição agrícola. 

d) o argumento básico para se elaborarem leis, proibindo a escravização indígena na colônia.

Incorreto. Não há nada no texto que expresse a proibição da escravização indígena na colônia. 

e) a forma usual de resistência indígena para evitar a dominação cultural e a escravização.

Incorreto. Esse texto não expressa a forma usual de resistência indígena, e sim a diferença de concepções de seu trabalho.



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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