Questão 60243

(FUVEST - 2021 - 2ª FASE) 

“Assim se realizam, no correr do século IV, a transformação do cristianismo de religião perseguida em religião do estado e a transformação de um deus rejeitado em um Deus oficial. Os homens e as mulheres que vivem na Europa ocidental passam, em poucos decênios, do culto de uma multiplicidade de deuses a um Deus único”.

LE GOFF, J. O Deus da Idade Média. Conversas com Jean-Luc Pouthier. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007, p. 19-20.

a) Indique uma motivação que levou o Império Romano a adotar o cristianismo como religião oficial em seus domínios.

b) Aponte dois exemplos da incorporação de elementos do paganismo às práticas devocionais cristãs na passagem da Antiguidade para a Idade Média.

c) Indique duas características do cesaropapismo que se desenvolveu na cristandade oriental.

Gabarito:

Resolução:

a) O Império Romano adotou o cristianismo como religião oficial em seus domínios com o intuito de conter as instabilidades enfrentadas. No final do século III e começo do século IV o Império enfrentou ampla crise econômica e política, a unidade do Império estava ameaçada. O Cristianismo neste momento ganhou cada vez mais adeptos entre as mais baixas camadas sociais que eram maioria, especialmente a partir das perseguições impostas ao cristãos. Neste cenário, a adoção do cristianismo foi uma tentativa de conter essa massa insatisfeita e de utilizar a própria estrutura da Igreja para manter a unidade do Império Romano.  

b) Diversos rituais e festividades pagãs eram incorporadas pelo cristianismo, que lhes alterava o significado. Isso pode ser observado em relação ao uso do simbolismo do vinho no Evangelho de João, incluindo a história das Bodas de Caná na qual Jesus transforma a água em vinho, que teve como objetivo mostrar Jesus como superior a Dioniso, e em relação ao natal, uma prática de culto que se iniciou com as religiões pagãs.

c) O cesaropapismo oriental tinha como um de suas características a religião oficial envolta do cristianismo ortodoxo. Além disso, outra característica era a relação de submissão da Igreja ao Estado, ao qual cabia ao chefe de Estado a competência de regular a doutrina.



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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